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Valores das tarifas encarecem serviços bancários no Estado

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A classe média, além de ser a que mais paga impostos, tam­bém é a que mais paga tarifas bancárias, principalmente no Amazonas. A conclusão é parte de uma pesquisa divulgada pelo professor PhD da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Marcos Crivelaro, segundo o qual com a diminuição progressiva dos juros, os bancos encontraram na elevação das tarifas a forma de manter ou aumentar suas receitas.
Em entrevista ao JC, Crivelaro afirmou que sua pesquisa, baseada nos dados do Banco Central, demonstrou o crescimento de 293% nas cobranças de tarifas bancárias entre 1996 e 2006, intervalo no qual a receita bancária saltou de R$ 12,1 bilhões para R$ 47,5 bilhões. Com base no IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo), o especialista calculou que os últimos onze anos consolidaram um grande faturamento para as instituições bancárias, pois enquanto a inflação acumulada foi de 92,7% durante o período, os gastos das empresas com folha de pagamento cresceram apenas 55%. “As taxas bancárias vêm ganhando tanto espaço no faturamento dos bancos que já representam 20% deste, contra os 6,5% que representavam no início de 1994. Para a classe média, as tarifas representam mais de 1% a 2% dos gastos familiares e abocanham 0,68% do total de passivos”, assegurou o consultor em finanças.
Crivelaro explicou que, atualmente, cabe a cada instituição bancária definir o preço das tarifas de serviço, podendo alterá-las quando desejarem a partir do prazo de notificação mínimo de 30 dias junto aos clientes por meio de cartas ou pela fixação de cartazes em locais visíveis. O especialista ressaltou que a criação de um tabelamento de tarifas não é apoiada pelos órgãos governamentais, por acreditarem que apenas medidas como boa concorrência e transparência vão permitir a redução dos juros e das tarifas bancárias.
Para a consultora econômica Maria de Jesus Cruz, o impacto negativo das tarifas bancárias no orçamento familiar ainda é uma questão polêmica, mas pouco discutida no Amazonas. Na opinião da especialista, as tarifas praticadas pelos bancos, além de exorbitantes, não implicam em maior transparência na cobrança, limitando as alternativas dos clientes. “Além disso, as evidências indicam que os bancos parecem subestimar que as altas tarifas contribuem para a formação de uma imagem negativa perante a sociedade”, explicou.

Estudo do IBGE revela gastos de 0,68%

Maria Cruz lembrou a pesquisa de orçamento familiar elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na qual se constatou que 0,68% do total de despesas das famílias brasileiras nas classes média e média baixa é proveniente dos gastos com serviços bancários. A consultora considerou que muitas agências não informam o volume de tarifas que o cliente vai pagar ao contratar determinado serviço.
“Desde a utilização de conta corrente até o ‘luxo’ de ser cliente de um banco com serviços dife­renciados são acrescentados tributos pouco claros para os clientes, atraídos pelas vantagens que as agências prometem”, explicou a especialista.
O gerente regional do Banco da Amazônia, Antônio Carlos Benetti, concordou que muitos bancos praticam tarifas acima da média de mercado a fim de atrair um público mais elitizado, mas considerou o fato de que cada agência pode flexibilizar os valores tarifários a partir da análise do relacionamento do cliente com o banco. “Clientes que tenham conta ativa ou fazem investimentos constantes são preferenciais na hora da flexibilização das tarifas, ou seja, quanto mais serviços forem contratados, mais baixas serão as tarifas”, explicou.
Embora procurado pela reportagem do JC, o Banco Itaú não se pronunciou sobre a questão das tarifas praticadas.
Para a presidente da Adcea (Associação das Donas-de-Casa do Estado do Amazonas), Elisabeth Maciel, há também um problema inerente ao uso do termo “tarifa”. A percepção geral do termo tarifa é de que se trata de um preço imposto ao consumidor para o qual não tem escolha. No e

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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