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Ufam se destaca na formação de novos empreendedores

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No Brasil, quase a totalidade da pesquisa básica, uma porcentagem elevada da pesquisa aplicada e uma parte da inovação são desenvolvidas em universidades públicas.
Atualmente o país conta com uma comunidade de cerca de 200 mil pessoas rotineiramente envolvidas com a prática da pesquisa científica e tecnológica, organizadas em 12 mil grupos, desenvolvendo mais de 40 mil linhas de investigação e vinculadas a cerca de 230 instituições de ensino e pesquisa. A produção científica e a capacidade de formação de pesquisadores dessa comunidade colocam hoje o país entre as 17 nações que mais contribuem para o acervo universal de conhecimento de qualidade e entre as 12 nações de maior capacidade na formação de doutores.

A recente avaliação dos 2.357 cursos de pós-graduação realizada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) confirma também o nível de competência aqui alcançado no processo de qualificação.

No Amazonas, a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) se destaca quando o assunto é pesquisa e da Faculdade de Farmácia sai um exemplo de como as pesquisas podem, e devem, ser transformadas em negócios, coisa rara dentro de muitas mentes acadêmicas.

Esquecidas em prateleiras

Há 31 anos o professor Schubert Pinto dá aulas de farmacotécnica (técnicas de como se preparar remédios) na Faculdade de Farmácia, da Ufam, em Manaus. Nessas três décadas, além de passar conhecimentos, o professor também os adquiriu ao observar e estudar a quantidade de pesquisas realizadas na academia e que não levavam a nada, passando a fazer parte das estantes da instituição. “Era um potencial imenso dentro da Ufam, de pesquisas que levavam tempo e gasto de dinheiro para serem feitas, até se obter um resultado satisfatório para depois ficarem esquecidas em prateleiras. Minha intenção era viabilizá-las economicamente, mas, em algumas cabeças acadêmicas isso soa quase como uma heresia”, analisou o professor.

Contando com o apoio do então reitor da Ufam, Marcus Barros, no início da década de 90, o professor Schubert montou a Farmácia Escola nas dependências do prédio da faculdade, no bairro de Aparecida. Numa pequena sala, que dava acesso para a rua, foi aberta a farmácia onde produtos naturais, feitos em sua maioria com plantas amazônicas, pesquisados e preparados dentro da instituição, eram comercializados a preços populares para qualquer pessoa interessada.

“Aproveitamos os resultados de antigas pesquisas e os tiramos do papel, transformando-os em produtos palpáveis”, explica Schubert.

Shampoo é resultado de pesquisa

Um exemplo desse aproveitamento, segundo o professor, foi o shampoo de amor crescido. O shampoo resultou das pesquisas de um aluno feito em parceria com o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) sobre essa planta. Nas pesquisas, o aluno descobriu que o amor crescido possuía propriedades naturais que davam volume aos cabelos. “Resolvi usar a planta num shampoo e depois num condicionador, confirmando que as descobertas do aluno estavam certas”, informou o pesquisador Schurbert Pinto.

Saúde e beleza

Em 2001, sem deixar de dar aulas e realizar pesquisas sobre a biodiversidade amazônica, o especialista resolveu se tornar um empreendedor ao abrir a Pharmakos da Amazônia, uma industria de fitoterápicos e fitocosméticos. “Minha missão passou a ser a promoção da saúde e da beleza a partir de insumos da biodiversidade amazônica, sem degradar nem poluir o meio ambiente gerando renda e qualidade de vida para a população local”, assegurou o pesquisador.

Com o apoio de alguns órgãos de fomento à pesquisa como o Finep, a Fapeam, o Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CNPq, entre outros, Schubert Pinto desenvolveu alguns projetos de pesquisa e realizou novas descobertas. “A vantagem de fazer pesquisa e empreender é que o resultado se transforma em ganho para as várias pessoas que participam desse processo e para quem obtém proveitos desses

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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