27 de julho de 2024
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Polo Industrial de Manaus fabricou 163.402 motocicletas, gerando uma escalada de 39,5% sobre o mesmo mês de 2023 

A indústria de motocicletas do PIM renovou recorde de produção em abril. O Polo Industrial de Manaus fabricou 163.402 motocicletas, gerando uma escalada de 39,5% sobre o patamar de igual intervalo do ano passado (117.149), sendo essa a melhor marca para o mês nos últimos 14 anos. Dispondo de dois dias úteis a mais, o segmento acelerou menos sobre março (156.222), mantendo uma dianteira de 4,6%. Com isso, o polo motorizado de duas rodas consolidou incremento de 16,9% no quadrimestre, com 601.340 unidades fabricadas, o melhor número para o período desde 2012.

Em sintonia, os emplacamentos avançaram 16,1% nos quatro meses iniciais do ano e 602.478 unidades comercializadas, atingindo a melhor performance em 17 anos. Já as exportações voltaram a declinar em todas as comparações e fecharam o acumulado do ano com queda de 13,7% (12.027). Os dados foram divulgados nesta segunda (13), pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). A entidade manteve as projeções para 2024, tanto de produção (+7,4% e 1,69 milhão de unidades), quanto de licenciamentos (+7,5% e 1,70 milhão) e vendas externas (+6,3% e 35.000).

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Bento, atribuiu os resultados ao “bom momento vivido” pelo segmento, amparado por um cenário macroeconômico relativamente mais confortável e a confirmação da motocicleta como meio de transporte preferencial por parte significativa dos consumidores brasileiros, além da demanda pelos serviços delivery. “Com o bom ritmo do mercado de motocicletas, as associadas da Abraciclo seguem empenhadas na produção, com o objetivo de atender as demandas dos consumidores”, declarou.

Durante a mais recente entrevista coletiva, ocorrida em abril, o presidente da Abraciclo salientou que a entidade espera conseguir evitar novas perdas na vazante deste ano e que os associados estão tomando medidas nesse sentido. Também mencionou que está de olho nas discussões sobre reforma Tributária no Congresso, para garantir a segurança jurídica conquistada pela ZFM no texto da Emenda Constitucional 132, aprovada em dezembro do ano passado. “A Abraciclo tem acompanhado e trabalhado ativamente, com o objetivo de assegurar a competitividade do segmento de duas rodas”, afiançou.

Varejo aquecido

O volume de motos do Polo Industrial de Manaus comercializado no varejo interno expandiu 11,5% entre março (152.719) e abril (170.346). A comparação com o quarto mês do exercício anterior (120.969) apontou para uma elevação de 11,5%. De janeiro a abril, o polo de motocicletas da Zona Franca de Manaus conseguiu vender 602.748 unidades em todo o país, 26,1% a mais do que o patamar atingido em igual acumulado do ano passado. Foi a melhor marca das montadoras para o período, nos últimos 17 anos.

O Sudeste concentrou 38,8% (230.800) da demanda por motocicletas no acumulado dos quatro primeiros meses de 2024. Na sequência estão as regiões Nordeste (29,9% e 177.400), Norte (13,1% e 77.900), Centro-Oeste (10,5% e 62.400) e Sul (9,1% e 54.300). Assim como ocorrido em fevereiro, a maior taxa de crescimento de volume comercializado, no confronto com igual período de 2023, veio do Centro-Oeste (+34,5%), seguido a alguma distância pelas unidades federativas da região Norte (+27,9%).

Motos de baixa cilindrada (até 160) representaram 79% (475.300) da oferta do quadrimestre – e também a maior alta de demanda (+17,2%). Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por 18,1% (108.600). Os veículos acima de 450 cilindradas corresponderam a 2,9% (17.400) do total – mas subiram apenas 1,2%. A categoria Street respondeu por 48,1% (289.200) do total, sendo seguida pela Trail (19,4% e 116.700) e Motoneta (17,5% e 105.200). Em torno de 65,4% (393.500) é de modelos bicombustível (etanol/gasolina), e os 34,6% restantes (207.800) são movidos exclusivamente a gasolina.

Durante a coletiva, Marcos Bento disse que o segmento motocicletas elétricas é “importante” e está “na pauta de todos os fabricantes”. “Hoje, esse mercado representa em torno de 0,5%. Acredito que essa é uma tendência dos lançamentos ao redor do mundo, em marcas que também estão presentes no Brasil. Esse fator é uma opção de cada fabricante, mas como eles detêm a tecnologia, isso pode ser uma tendência para os próximos anos”, comentou.

“Gradual e sustentado”

O desempenho da produção de abril foi sustentando pelas maiores montadoras instaladas no PIM. Segundo a Abraciclo, a Yamaha cresceu 40,4% no mês (34.174) e 26% no acumulado do ano (122.910). A projeção para 2024 é de uma alta de 7% na produção. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o gerente de Relações Institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino, disse que as metas estão mantidas, e que as expectativas são de crescimento “gradual e sustentado” ao longo do ano. Não se vislumbra mudança de cenário.

“O mercado segue aquecido e dentro do esperado. Os brasileiros estão cada vez mais receptivos ao uso da motocicleta, tanto para superar o tráfego intenso das grandes cidades, como no uso alternativo ao transporte coletivo. Além disso, a motocicleta está consolidada como ferramenta para atividade profissional de pequenas entregas e de mototáxi, além de ser ótimo meio de lazer, nos passeios, viagens e nas práticas esportivas nas pistas e no fora de estrada”, afiançou.  

A base de dados da Abraciclo informa que a produção da Moto Honda avançou 40,05%, na variação anual de abril (123.910), e de 18,71%, no acumulado dos quatro meses iniciais de 2024 (456.640). Na mais recente resposta encaminhada à reportagem do Jornal do Commercio, a assessoria de imprensa da fábrica informou que a meta de crescimento para 2024 é de 10%. “A empresa mantém investimentos constantes para a qualidade do negócio no longo prazo e segue acreditando na relevância da motocicleta para a sociedade”, encerrou.

Boxe ou coordenada: Exportações continuam encolhendo

As exportações registram um novo tombo em abril, deixando para trás o ganho de março. Foi registrado uma queda de 35,3%, entre março (4.093) e abril (2.648), e uma retração de 27,6%, frente ao mesmo mês de 2023. As vendas externas fecharam o quadrimestre com baixa de 13,7% e apenas 12.027 unidades embarcadas. A Abraciclo não informou quais foram os principais destinos da produção do PIM. Dados do portal Comex Stat revelam que, em quatro meses, os principais mercados para a exportação de motocicletas ‘made in ZFM’ foram Argentina (US$ 16.26 milhões), Estados Unidos (US$ 11.31 milhões) e Peru (US$ 7.15 milhões), em uma lista de 23 países.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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