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Proposta técnica do sistema começa a ser julgada no Amazonas

A CGL (Comissão Geral de Licitação) do governo do Amazonas realizou nesta quinta-feira, 10, a abertura da proposta técnica relativa ao processo licitatório para escolher as empresas que vão construir o monotrilho de Manaus. De acordo com o presidente da Subcomissão Específica da CGL, Luis Henrique Medeiros da Silva, a proposta técnica será julgada pelos membros da consultoria técnica Pricewaterhousecoopers, responsável pela confecção do projeto. O resultado do julgamento está previsto para a próxima segunda-feira, dia 14.
A próxima fase da licitação será a entrega da proposta de preço, que se inicia logo após a divulgação do resultado do julgamento da proposta técnica. “Marcamos para segunda-feira nova sessão para apresentar o resultado e, se possível, realizar a abertura da proposta de preço. Se tudo ocorrer bem, até sexta-feira, dia 18, poderemos ter julgada a proposta de preço”, esclareceu Luis Enrique.
Das duas concorrentes que se apresentaram para a licitação, apenas o Consórcio Monotrilho Manaus, composto pelas empresas CR Almeida S/A Engenharia de Obras, Mendes Junior Trading e Engenharia S/A, Serveng Civilsan S/A Empresas Associadas de Engenharia e Scomi Engineering Bhd, continua na disputa. As três primeiras são construtoras e a Scomi é a empresa que vai fornecer o trem que comporá o sistema monotrilho.
De acordo com o coordenador da UGP-Copa (Unidade Gestora do Projeto Copa), Miguel Capobiango, o governo do Estado vai responder ponto a ponto todos os questionamentos que estão sendo feitos pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual a respeito das obras do monotrilho. “Se tiver que ser feita alguma correção vamos fazê-la”, garantiu.

Executivo diz que monotrilho é mais viável

O vice-presidente de Relações Corporativas da Brascomi, empresa que representa a Scomi no Brasil, Osmar Ferreira, defendeu, nesta quinta-feira, a viabilidade do sistema monotrilho em Manaus, em relação a outros sistemas de transporte como o metrô, VLT (Veículo Leve sobre Trilho) e até mesmo corredores exclusivos de ônibus, como o BRT (Bus Rapid Transit). Segundo ele, o metrô demoraria no mínimo sete anos para ser construído, sua implantação custaria três vezes mais que o monotrilho e é indicado para cidades cuja demanda de usuário de transporte coletivo é acima de 700 mil pessoas por dia. A Scomi é da Malásia e no Consórcio Monotrilho Manaus é a empresa que vai fornecer o trem. Entre as cidades que possuem monotrilho com a marca da Scomi está Mumbai, na Índia, e Kuala Lumpur, na Malásia.
“O metrô é idealizado para uma demanda alta. Para atender a uma demanda futura é inviável, devido ao alto custo de investimento.
A demanda de Manaus é de média complexidade, ou seja, algo em torno de 200 mil passageiros. O monotrilho atende bem essa demanda e dentro do prazo de três anos para a conclusão da obra, em virtude da realização da Copa de 2014”, disse o executivo. De acordo com ele, embora seja uma das exigências para a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 na cidade, o sistema foi idealizado para atender a população de Manaus. Osmar Ferreira sustenta que o monotrilho é o único sistema que não interfere no trânsito, até porque as estações são elevadas. Ao contrário do BRT, que exige corredores exclusivos. Já o VLT teria que fazer trilhos em meio às avenidas, o que também prejudica o trânsito existente na cidade, pois toda vez que for passar o trem o semáforo terá que ser fechado. Além disso, o monotrilho é ecologicamente correto, usa energia elétrica, e não gera poluição sonora nem visual.

Especialista diz que tarifas baixas são viáveis

O executivo Osmar Ferreira ressaltou, ainda, que outras cidades brasileiras estão estudando ou incorporando o monotrilho no seu sistema de transporte. O Metrô de São Paulo encerrou uma licitação com essa finalidade, abriu uma segunda concorrência e tem a expectativa de licitar mais duas linhas ano que vem. Cidades asiáticas, como Tóquio e Iroshima, no Japão, também utilizam o sistema, assim como Las Vegas nos EUA.
Em relação à tarifa, Osmar Ferreira disse não ver motivo para que seja um preço acima do que a população possa pagar. Ele lembra que no estudo feito pelo Metrô de São Paulo, a tarifa necessária fica entre R$ 2,50 e R$ 3. “Uma tarifa de R$ 7 não tem fundamento a não ser que se queira recuperar todo o investimento na obra, o que não é o caso, porque o investimento é público, são recursos emprestados pela Caixa Econômica Federal e não existe interesse do Governo do Estado neste sentido”. O projeto de monotrilho elaborado para Manaus pode atender até 170 mil pessoas/dia com redução do tempo médio de deslocamento dos passageiros em até 1 hora, em relação ao tempo de percurso da atual frota de ônibus. O modelo, um tipo de metrô de superfície que trafegará em via exclusiva suspenso em vigas, ligará, na primeira etapa, o bairro da Cidade Nova ao Centro tendo como eixo a Constantino Nery.
Estimado em R$ 1,3 bilhão com fontes de financiamento que incluem recursos do Estado e do Governo Federal, além de BNDES, BID e iniciativa privada, o sistema de monotrilho tem a vantagem de desobstruir as ruas e de contribuir com a preservação do meio ambiente, por meio de tecnologia que inibe a emissão de poluentes e de ruídos. O sistema é reconhecido como solução prática por agregar conforto, segurança e acessibilidade, sobretudo no atendimento de pessoas com necessidades especiais, além de ser facilmente adaptável a modais de integração com outros sistemas de transporte. O modelo é uma boa opção pela viabilidade técnica e econômica de curto prazo de implantação, a tempo de atender a demanda de usuários da Copa do Mundo de Futebol de 2014, e os baixos custos de manutenção.
Do ponto de vista urbano, por ser uma infraestrutura leve e de baixa intervenção, o monotrilho diminui a necessidade de desapropriações e possibilita a redução de acidentes por que trafega em via aérea exclusiva e, principalmente, elimina risco de atrasos de chegada e saída dos trens. A expectativa é que a primeira etapa do monotrilho esteja concluída em meados de 2013, a tempo de receber a Copa das Confederações, a qual Manaus é uma das candidatas a subsede.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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