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Preço de passagens aéreas aumenta, aponta Abav-AM

Quem está ansioso para voltar à rotina de viagens após o cenário sinalizar estabilidade em relação ao avanço da Covid-19, vai pagar mais caro.  Além da alta dos combustíveis, o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre o leasing de aeronaves, que foi de 0 para 15%, tem influenciado no alto custo das passagens aéreas. O preço dos bilhetes estão 30% mais caros, conforme a Abav-AM  (Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas). 

A alta também é confirmada pelo presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Roberto Haro Nedelciu: “Nesse alto custo, que, consequentemente, chega ao bolso do consumidor. Esse aumento, às vésperas da alta temporada, e no curso da evolução do setor –como temos visto a cada Boletim Mensal Braztoa que lançamos, pode impactar a recuperação do Turismo, já que o retorno das viagens também depende de boas oportunidades para as pessoas que não veem a hora de transformar seus sonhos de roteiro em realidade”. 

A diretora da Abav-AM, Cláudia Mendonça, informa que além do aumento no valor das passagens, os gastos para uma viagem estão subindo na mesma ordem. “A gente tem observado um aumento significativo na ordem de 30%”. Tem muitos passageiros deixando de comprar, principalmente para Europa que a gente tem observado essa alta ainda maior. Estão prorrogando as viagens planejadas para dezembro e janeiro e deixando para os meses de fevereiro e março. Até normalizar a oferta de mais voos e baixar o valor”. 

O combustível é um dos vilões que tem elevado a tarifa. De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a escalada do preço do querosene de aviação (QAV), registrou alta de 91,7% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado. 

Outro protagonista que influencia o aumento são os sucessivos recordes de cotação do dólar em relação ao real neste ano, fatores que podem ameaçar uma retomada mais consistente da aviação comercial brasileira e vêm pressionando os preços das passagens aéreas. Apesar desse cenário desafiador, nos últimos cinco meses houve crescimento da oferta de voos domésticos e os valores das tarifas aéreas são inferiores aos níveis pré-pandemia.

Demanda 

O empresário do setor,  Anderson Souza, afirma que a alta não tem impactado a demanda. “As pessoas sabem do aumento, e estão comprando assim mesmo em algumas situações. Boa parte dos clientes pretendem viajar ainda em 2021”. 

Ele frisa que mesmo tendo o aumento da malha aérea, os valores subiram consideravelmente. “Fortaleza continua sendo a queridinha do amazonense, em seguida vêm São Paulo, devido ao fim de ano, muita gente vai comprar mercadorias para abastecer os seus estoques”. 

Um dos pacotes ofertados pela agência para início de dezembro está custando em média R$ 2,5 mil para 2 pessoas, com passagens e hospedagem para cinco dias. 

O gerente da Amazon Explorers Viagens e Turismo, Andrey Lima, ressalta que a alta está impactando nos preços, embora não seja visível em virtude dos voos lotados. “Este impacto é  mascarado  pela pouca quantidade de oferta de voos. Sendo a demanda infinitamente maior  que a oferta”. 

Segundo ele, há ainda algumas variáveis como as várias ações das companhias que aumentam valores de bagagem, multas exorbitantes por remarcação  e a recíproca  não é verdadeira, a companhia cancela os voos e o cliente que se adeque ao que eles te oferecerem. 

Sobre os valores ele diz que são dinâmicos, e que é um trunfo que as companhias aéreas usam para maquiar a cobrança absurda e explica: “Funciona mais ou menos assim, a tarifa normal 100% publicada para São Paulo por exemplo custa R$ 4 mil. As companhias trabalham com sistema de multi classe onde nada muda com relação ao serviço, somente alguma condição extra ou embarque”. 

Por dentro 

O levantamento mais recente da Anac mostra que a tarifa média aérea doméstica real do segundo trimestre de 2021 registrou queda de 19,98% em comparação com o mesmo trimestre de 2019, período prévio aos impactos da pandemia da Covid-19. O preço médio do bilhete foi de R$ 388,95, ante R$ 486,10. A Abear destaca que qualquer comparação de preços de bilhetes tendo como referência o ano de 2020 leva em consideração os menores valores históricos por causa do impacto da pandemia. No ano passado, a tarifa aérea doméstica se situou em R$ 376,29, o menor preço em 20 anos.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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