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Manaus tem destaque com a segunda cesta de consumo mais barata em agosto

Andréia Leite

Instagram: @andreia-leite_  Twitter: @JCommercio

Manaus ocupa o segundo lugar em um estudo sobre a cesta de consumo mais barata em agosto. O levantamento faz parte dos dados analisados pela plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV IBRE. O valor médio da cesta de alimentos reduziu em relação ao mês anterior em seis das oito capitais analisadas.

O analista de inteligência da Horus Inteligência de Mercado, Alessandro Domenico Carnevale de Luca, atribuiu que o principal fator para a queda geral de preços no mês de agosto foi a redução no preço médio dos combustíveis, em especial o diesel. “A logística de transportes brasileira é composta primariamente por rodovias, portanto reduções no preço deste insumo contribuem para o barateamento da cadeia produtiva como um todo”.

Esta tendência entre as capitais analisadas é sustentada pelos menores crescimentos de preço da capital quando comparada com as demais cidades pesquisadas. Entre Jul/22 e Ago/22, o valor da cesta de consumo de Manaus caiu -0,5p.p..

Segundo ele, é possível analisar a queda de preço em seis das oito capitais como positiva para o consumidor brasileiro. “Em 2022 o poder de compra da população foi gradualmente reduzido devido à inflação de preços mensal, restringindo os orçamentos familiares e exigindo do consumidor repriorização”.

“A “trégua” no aumento de preços verificada em agosto suaviza esta tendência, porém está longe de compensar o aumento de preços acumulado desde janeiro de 2022”, complementa ele.

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Ao fazer um paralelo em relação aos dados de Manaus referente ao mês anterior, ele explicou que Manaus apresenta o preço de cesta básica mais estável entre as principais capitais, com um aumento de +6,7% (agosto deste ano versus março), sendo a capital com o segundo menor crescimento de preços neste período. Em termos de valor de desembolso dos consumidores, Manaus também tem a segunda cesta mais barata (R$ 659,16 em agosto de 2022), na frente apenas de Belo Horizonte (R$ 635,72). Além disso, o aumento de preço de categorias derivadas de leite, alimentos que apresentaram maior inflação, teve o seu menor impacto na capital amazonense quando comparada às demais capitais nos últimos seis meses. “Quando olhamos para a Cesta Básica ampliada, temos Manaus como a capital onde o consumidor desembolsa menor valor em relação às demais capitais e com uma queda de -0,6% no mês de agosto”, analisou o especialista. 

Retração em seis capitais 

A queda no valor da cesta variou de -3,0% a -0,4% e, nas duas cidades onde houve aumento, as variações foram de 0,6% e 0,7%, em níveis inferiores aos verificados nos últimos meses. As cidades que registraram altas foram Salvador (0,7%) e Curitiba (0,6%). Já Belo Horizonte e Fortaleza registraram as maiores quedas, com -3,0% e -1,2%, respectivamente. A cesta mais cara, apesar de queda em relação ao mês anterior, continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 895,97), seguida pelas de São Paulo (R$ 889) e Fortaleza (R$ 794,07). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 635,72), Manaus (R$ 659,16) e Brasília (R$ 711,12) registraram os menores valores.

No mês de agosto, foi observada uma desaceleração na alta de preços dos alimentos. Dos 18 produtos da cesta básica, somente a manteiga apresentou aumento em todas as capitais. Outros produtos que apresentaram aumento de preços em diversas capitais foram frango, frutas, ovos, farinha de mandioca, massas alimentícias e leite UHT, dentre outros listados nas próximas tabelas do release.

O destaque do mês foi a manteiga, seguindo a trajetória de alta dos derivados do leite. O Leite UHT deu uma trégua em três cidades, tendendo a reduzir o preço com o fim do período de entressafra e o aumento da oferta. Seguindo a inflação do frango, causada pela alta do milho usado na ração animal, os ovos também apresentaram aumento de preço, como substituto de proteína no prato do consumidor. Após a queda no preço médio em junho, as frutas, pelo segundo mês consecutivo, apresentaram alta, devido ao aumento do custo de produção e ao clima desfavorável. Já o preço das massas e do pão tem sido impactado em virtude do aumento internacional do trigo, decorrente da guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto. Dentre os produtos que registraram queda de preço na maioria das capitais, destacam-se o óleo de soja, feijão e café em pó e em grãos. Por fim, os legumes, em especial a batata e a cenoura, apresentaram redução de preço seguindo tendência verificada em julho.

A variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, foi diferente entre as capitais, variando de 6,4% no Rio de Janeiro e alcançando 13,9% em Salvador.

Os alimentos que mais subiram de preço nos últimos seis meses, em todas as capitais, estão apresentados na tabela do release. O leite UHT e derivados são o destaque.

Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio em duas capitais analisadas, Fortaleza e Curitiba. A queda no valor da cesta nas demais cidades variou de -4,4% a -0,3%. A cidade que apresentou valor mais alto da cesta ampliada foi São Paulo (R$ 1.885,60).

Dos 33 produtos da cesta ampliada, cinco tiveram aumento de preço em todas as cidades, com destaque para derivados do leite.

Em suma, o mês de agosto de 2022 traz uma leve desaceleração nos preços de alguns alimentos, em especial daqueles que vinham sendo considerados, recentemente, os vilões da inflação, como é o caso dos legumes, café em pó, feijão e óleo de soja.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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