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Livro de histórias sobre Guilherme Aluízio é o lançamento mais aguardado no ano 

guilherme aluízio

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Os grandes empresários da comunicação no Amazonas têm suas biografias em livro. Agora chegou a vez de Guilherme Aluízio ganhar a sua. Falecido há três anos, Guilherme Aluízio só não teve a própria biografia em vida porque não quis. Tanto não quis escrever, quanto não quis que ninguém a escrevesse, apesar dos convites. Agora, como homenagem póstuma, o jornalista e escritor Elcias Moreira lançará ‘O último romântico – biografia de Guilherme Aluízio’.

“Esta é uma biografia oficial, encomendada pela família de Guilherme Aluízio. As conversas se iniciaram em janeiro de 2020. O trabalho começou no mesmo ano, no mês de março. Foram feitas pesquisas sobre qual abordagem seria mais atraente, se a jornalística ou a histórica. De fato, a abordagem jornalística foi a melhor escolha, mesmo porque o biografado era jornalista desde a década de 1950”, esclareceu Elcias.

Guilherme Aluízio contava histórias de quando ele e Phelippe Daou saíam das redações dos jornais de madrugada

Em 1955, então com 18 anos, Guilherme Aluízio conseguiu seu primeiro emprego no mundo das comunicações ao trabalhar como jornalista no jornal A Gazeta. Nessa época conheceu, e se tornou grande amigo, de outro adolescente que também gostava muito de vasculhar e escrever notícias, Phelippe Daou, então trabalhando no O Jornal e Diário da Tarde, da família Archer Pinto.

Guilherme Aluízio contava histórias de quando ele, Phelippe e outros colegas saíam das redações dos jornais pela madrugada, numa cidade onde praticamente nada acontecia, e ficavam pelas praças conversando até quase amanhecer, falando de seus trabalhos do dia e o que pretendiam ser quando ficassem adultos. Donos de empresas de comunicação, talvez nem passasse pelas cabeças dos rapazes.

 Novo Jornalismo

“Todas as etapas de produção do livro duraram dois anos e quatro meses, mesmo porque eu assino como escritor, criador e coordenador de todo o projeto editorial através do Selo Editorial Temporal na qual a obra será publicada no formato físico e digital. A linha da escrita foi inspirada no jornalismo literário (New Journalism), movimento iniciado na década de 1960 com a publicação da obra ‘A sangue frio’ de Truman Capote”, explicou.

A produção do Novo Jornalismo é classificada como obras de não ficção, tendo como principal característica a mistura da narrativa jornalística com a literária. Neste movimento se destacam nomes como Tom Wolfe, Truman Capote, Gay Talese e Norman Mailer. No Brasil, João Silveira, Roberto Freire, Luiz Fernando Mercadante, Fernando Morais e Ruy Castro.

“Os passos seguidos para a elaboração do projeto de escrita foram os seguintes: pesquisa histórica, entrevistas, escrita e edição de texto. Essencialmente o livro é produto do trabalho de investigação jornalística. Um ponto que cabe ser destacado, na etapa de edição de texto, foi a leitura do original realizada por Selma Bomfim, esposa de Guilherme Aluízio, contribuindo com a revisão gramatical e contextual”, lembrou.

“Outro detalhe não menos importante, a colaboração irrestrita de Sócrates Bomfim Neto, filho de Guilherme, que assina a obra como editor de texto, aliás, foram várias quartas-feiras que fizemos reuniões, durando no mínimo 60 minutos, para que ele me repassasse as mudanças sugeridas. O processo de edição durou nove meses. Embora trabalhoso, tornou o texto mais enxuto. Sócrates carrega em seu DNA as memórias das etapas de como se faz um jornal impresso. Certa vez me disse que desde criança brincava nas dependências do Jornal do Commercio”, contou.

Para vários públicos

Elcias Moreira escreveu três livros usando o pseudônimo de Faber Num, o primeiro de forma independente ‘Intuição’ (2015), o segundo ‘Crônicas em papel de pão’ (2017) pelo Selo Temporal. O título mais recente, ‘As horas tristes’ (2019), foi publicado pela Editora Penalux. Em 2017 fundou o Selo Editorial Temporal depois da dificuldade encontrada na procura de uma editora que realmente estivesse empenhada na produção de uma obra de qualidade. Foi articulista do Jornal do Commercio entre 2018 e 2019, escrevendo ensaios com temas voltados às diversas áreas do conhecimento como leitura, aprendizagem, literatura e desenvolvimento pessoal.

O Selo Temporal tem como objetivo a publicação editorial com alta qualidade tanto na elaboração do projeto quanto na impressão. Como cada projeto exige uma produção de no mínimo oito meses, há um compromisso com o qualitativo e nunca com o quantitativo.

“Acreditamos na força de uma ideia ajudando a compartilhá-la com as pessoas. Temos o desafio de apostar no caminho da qualidade, porque as boas ideias permanecem e exigem uma embalagem adequada à posteridade”, disse.

“Assim é ‘O último romântico – biografia de Guilherme Aluízio’, um livro que abrange vários públicos, em razão de a narrativa abordar diversos temas como a história dos jornais impressos em Manaus, de um empreendedor visionário, de um casamento de 55 anos, de um menino do interior que venceu na cidade grande, entre outros”, completou.

“Guilherme Aluízio nasceu na Vila de Beruri. Aos nove anos veio estudar na capital, tornou-se jornalista e empreendedor com uma visão de futuro privilegiada. A principal característica dele era seu alto grau de inteligência emocional, por isso se relacionava tão bem com pessoas”, finalizou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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