A web, luta contra interesse que tenta limitar outros meios de comunicação
A informação em tempo real e o imediatismo chegaram, há alguns anos, aos meios de comunicação por meio da internet. Considerada pelos jornalistas como um divisor de águas no sistema de informação, a web, luta contra os interesses governamentais que tentam limitar a imprensa, seja pela TV, rádio, jornal impresso ou demais meios. A instantaneidade ainda alcança a produção das charges, que embora preservem a essência histórica do conteúdo crítico e humorístico, exigem cada vez mais informação e qualidade artística em suas elaborações.
O professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Allan Rodrigues, explica que a Constituição Federal garante a liberdade de imprensa, no país, e segundo ele, esse direito é respeitado pelo poder público, mas, com algumas ressalvas relacionadas a fatores como ligações de empresas jornalísticas a interesses comerciais; pressões políticas, econômicas e jurídicas, entre outras. Segundo ele, a internet conseguiu “dobrar” os interesses contrários à informação e veio proporcionar maior liberdade às divulgações jornalísticas por meio da criação de novos meios informativos, como por exemplo, os blogs, sites, redes sociais, entre outros.
“A internet foi um duro golpe nos interesses que tentam impedir a liberdade de imprensa. Eles não conseguem mais evitar que as informações circulem, embora não atinjam a todo o público. São divulgações imediatas”, avaliou.
Para Rodrigues um dos fatores que afetam a qualidade do trabalho jornalístico, hoje, é a questão do sensacionalismo. “Isto está ligado à necessidade de proporcionar um espetáculo por meio de uma informação. Utiliza-se um espaço para dar uma notícia de forma sensacionalista”. Ele também falou sobre a ligação entre as empresas de comunicação com o poder público, algo que segundo o professor, ocorre, mas de forma discreta e como resultado, conflita com o que é permitido ser publicado. “O jornalismo como um todo é uma atividade que sofre pressão. Existem veículos que têm relações incontestáveis com o poder público, mas isso não é exibido. Tudo o que chega na redação depende dos interesses do dono do jornal, da empresa”, cita.
Priscila Caldas
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