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Indústria sente efeitos da crise financeira mundial

Esta Análise apresenta trechos da Carta Iedi divulgada no último dia 3, a qual analisa de modo pormenorizado a evolução da produção industrial até o mês de fevereiro deste ano. Como se sabe, de acordo com os dados divulgados na semana passada pelo IBGE, em fevereiro, descontadas as influências sazonais, a indústria geral avançou 1,8% frente ao mês anterior, enquanto a indústria de transformação registrou aumento de 1,2% na mesma base de comparação. Houve elevação do nível de atividade em dezesseis dos vinte e sete setores pesquisados. Os principais impactos para o resultado global originaram-se em veículos automotores (8,7%), outros produtos químicos (8,0%), edição e impressão (10,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (8,7%) e alimentos (1,4%). Dentre os doze setores com diminuição no nível de atividade, as principais influências sobre a taxa global foram registradas na indústria farmacêutica (–6,9%), máquinas e equipamentos (–3,2%) e outros equipamentos de transporte (–4,2%).
Na comparação com fevereiro de 2008, a indústria geral registrou queda de 17,0% enquanto a indústria de transformação retraiu 16,9%. Esse menor dinamismo no setor industrial é reflexo da redução da produção em vinte e três dos vinte e sete ramos pesquisados. Os maiores impactos sobre o índice global originaram-se em veículos automotores (–29,8%), máquinas e equipamentos (–32,2%), metalurgia básica (–31,5%), outros produtos químicos (–22,3%), aparelhos eletrônicos e de comunicações (–44,4%), e indústrias extrativas (–18,8%). Segundo o IBGE, nesses ramos se destacam os itens: automóveis e autopeças, carregadoras-transportadoras e compressores para aparelhos de refrigeração; lingotes, blocos, tarugos e placas de aço ao carbono; herbicidas para agricultura; telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia celular e minérios de ferro. Em contraste, a contribuição positiva mais significativa veio de outros equipamentos de transportes (33,9%).
Nessa mesma base de comparação, 65 dos 76 subsetores da série mais desagregada do IBGE registraram declínio de produção. Pela magnitude das taxas de variação negativa, sobressaem-se máquinas e equipamentos para extração mineral e construção (–60,6%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (–51,2%), máquinas e equipamentos para fins industriais (–35,6%), extração de minerais ferrosos (–41,9%), subsetores ligados ao agronegócio – tratores e máquinas agrícolas (–35,5%), defensivos agrícolas (–25,2%), adubos e fertilizantes (–20,5%)–; subsetores da siderurgia e metalurgia – peças fundidas de ferro (–57,6%), laminados, relaminados e trefilados de aço (–40,1%), ferro-gusa, ferroligas e semi-acabados de aço (–39,5%), produtos diversos de metal (–37,4%) e subsetores do complexo automotivo, como outros veí­culos (–49,9%) caminhões e ônibus (–40,8%), automóveis, camionetas (–18,3%), entre outros. Dentre os onze subsetores com aumento no nível de produção, os incrementos mais expressivos ocorreram em construção e reparação de aeronaves (73,2%), na produção de álcool (25,1%) e na fabricação de artefatos de concreto, cimento e fibrocimento (24,6%).
No confronto do acumulado no ano (janeiro-fevereiro) com igual período de 2008, a indústria geral registrou queda de 17,2% enquanto a indústria de transformação recuou 17,1%. Esse resultado foi consequência da diminuição da produção em 24 ramos dos vinte e sete pesquisados, com destaque para a fabricação de veículos automotores (–32%). No sentido oposto, dentre os três ramos que elevaram a produção, destacou-se outros equipamentos de transportes (33,9%), sobressaindo aí a fabricação de aeronaves.
Ainda em relação ao primeiro bimestre, na série mais desagregada, 67 dos 76 subsetores reduziram o nível de atividades. As maiores quedas ocorrem em máquinas e equipamentos para extração mineral e construção (–62,1%), outros veículos e equipamentos de transporte (–56,2%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (–53,5%), peças fundidas de ferro (–50,1%)%, peças e acessórios para veículos automotores (–42,7%), laminados, relaminados e trefilados de aço (–41,3%), extração de minerais ferrosos (–41,9%), ferro-gusa e ferroligas (–41,0%) e caminhões e ônibus (–41,0%). No sentido oposto, os aumentos mais expressivos foram verificados na construção e montagem de aeronaves (88,0%), na produção de álcool (28,9%) e artefatos de concreto e cimento (20,4%).
Na série em doze meses, a indústria geral e a indústria de transformação registraram decréscimo de 1,0% em fevereiro em comparação com igual período do ano anterior, em reflexo do declínio da produção em alguns dos vinte e sete ramos pesquisados. A desaceleração do ritmo da produção fabril foi generalizada, afetando 69 dos 76 subsetores da série mais desagregada do IBGE. Nessa base de comparação, quarenta e sete atividades registraram decréscimo de produção em fevereiro (ante 44 em janeiro) em comparação com igual período do ano anterior, com destaque, pela magnitude da taxa, para petroquímicos básicos (–17,4%), sucos e concentrados de fruta (–17,3%), eletrodomésticos da “linha marrom” (–11,4%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (–10,9%), preparação de couro (–10,6%), peças e acessórios para veículos automotores (–10,4%) e calçados (–10,4%). Em contraposição, as taxas positivas mais expressivas ocorreram na construção e montagem de aeronaves (67%), construção e reparação de vagões ferroviários (39,8%), carrocerias e reboques (19,7%), artefato de concreto e cimento (19,1%), tratores e máquinas agrícolas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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