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Preço da cesta básica cai, mas fica entre as seis mais caras do Brasil

A cesta básica em Manaus está entre as seis mais caras do país. A constatação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontou que, apesar da redução de 4,30% na comparação com fevereiro, quando o preço dos 12 itens necessários ao sustento de quatro pessoas fechou em R$ 678, o valor da cesta continua ‘salgado’ para 85% da população manauense (que compreende as faixas B e C da praça local) pois fechou o mês de março custando R$ 648,81.
Com os novos preços da segunda queda sucessiva, a alimentação básica na capital amazonense só fica atrás do valor praticado nos mercados de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Brasília.
O coordenador regional do Dieese em Manaus, Pedro Emídio Silva, explicou que houve redução de preço em oito dos 12 produtos que compõem a cesta, fato ocasionado pelo baixo consumo em consequência da redução na quantidade de itens adquiridos. Segundo o dirigente, a redução no custo dos gêneros alimentícios, em março, compromete com aproximadamente 50,55% do rendimento líquido do amazonense, impacto que alcançava 52,83% em fevereiro. “O campo de manobras para a remarcação indiscriminada de preços está ficando cada vez menor. Não existe mais fôlego para o aumento de preços nos próximos meses”, salientou.
A variação no custo da cesta básica manauense foi influenciada pela queda do preço do feijão (9,89%), tomate (7,69%) e carne bovina (6,32%), itens que promoveram a redução dos gastos nas compras mensais. “Por outro lado, os produtos que tiveram menor queda para o bolso do consumidor local foram o café e o leite, produtos cujos preços médios variaram entre R$ 3,29 e R$ 2,06 respectivamente”, revelou Pedro Emídio.
O economista Leonardo Duarte Gomes, avaliando os números do Dieese, explicou que em se mantendo a tendência, o varejo local a partir deste mês pode manter a estabilização nos preços dos itens básicos da cesta. O problema, segundo o especialista, é que o setor alimentação aumentou muito nos últimos meses, comprometendo seriamente a renda dos trabalhadores. “Pode parecer meio contraditório o fato de os preços dos alimentos terem caído e ainda assim o amazonense pagar o sexto maior valor do país. Mas acontece que nunca o comprometimento do salário mínimo com alimento chegou a níves tão intensos aos bolsos dos trabalhadores com a instabilidade no emprego devido à crise”, ressaltou.
Nos cálculos do Dieese, o custo da cesta básica para o sustento de uma família manauense (dois adultos e duas crianças) durante um mês equivale a aproximadamente 1,40 vezes o salário mínimo atual. Em janeiro, a cesta custava 1,65 vezes o salário mínimo para uma família com as mesmas características. “O valor atual da cesta parece ter acompanhado a tendência de queda observada em muitas capitais, mas fechou em um preço que a insere entre as sete mais caras do país”, observou o especialista.
Na opinião do atacadista Francisco Gomes Almeida, atuante no setor de alimentos, o valor da cesta básica ajuda como embasador da cotação praticada no comércio local e serve de referência no cálculo da evolução dos preços de um conjunto de alimentos.
O administrador salientou que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda. “Não digo que os alimentos tenham sofrido redução, mas as alterações de preços, como aconteceram em Manaus, podem refletir em parte tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra para estimular a concorrência ou para se destacar em algum segmento”, acentuou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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