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Gradiente tenta negociar dívida de R$ 284 mi

Com dívida de R$ 284 milhões, a Gradiente Eletrônica tenta negociar o alongamento do prazo para quitação com seus credores. O total do débito, que não se encontra totalmente vencido, engloba contas vencidas e a vencer com bancos e fornecedores. No mês de setembro deste ano, a empresa iniciou um plano de reestruturação financeira que prevê a racionalização das operações, a adequação dos níveis de custos e a captação de novos recursos financeiros.

No comunicado divulgado no website da empresa (www.gradiente.com.br), o diretor de Relações com Investidores, Eugênio Emilio Staub Filho, informou que o plano de negócios com a expectativa de geração de caixa para os próximos anos e a proposta de reestruturação já foram apresentadas aos credores e potenciais investidores. “As condições e prazos ainda estão em fase de negociação, não havendo nenhum fato concreto ou definitivo”, disse.

A nota explica ainda que a proposta de ampliação para quitação dos débitos será diferente para cada credor. De acordo com o comunicado, os fornecedores com créditos inferiores não deverão ter seus créditos estendidos da mesma maneira que está sendo proposto aos principais credores.

Plano defendido

Em recente entrevista concedida ao jornal paulista Valor Econômico, o presidente da Gradiente, Nelson Bastos, afirmou que o plano em negociação prevê a extensão da dívida em cinco anos e mais com um ano de carência. No entanto, a aprovação dependeria ainda da entrada de um investidor disposto a aplicar a quantia de R$ 70 milhões, tornando-se possuidor de um terço da indústria.

Financiamento de R$ 80 mi é uma das alternativas viáveis

Além disso, seria necessário um financiamento no valor de R$ 80 milhões para pagamento de fornecedores e regularização da situação fiscal da empresa. O financiamento seria feito através de emissão de CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) com rendimento de 10% ao ano e vencimento em cinco anos. Mas, Bastos ressaltou que para conseguir bancos interessados em comprar os títulos, seria preciso saber o nome do investidor que entrará na empresa. A garantia dos títulos seria a marca “Gradiente” e a receita obtida com licenciamento para seu uso.
Conforme o Valor Econômico, o fator que conduziu a empresa a atual situação foi uma falha na gestão entre 2005 e 2006. Entre as falhas cometidos neste período estão a aquisição de grande volume de produtos acabados da Ásia sem controle na seleção de fornecedores; erro na previsão de vendas de televisores de plasma no ano passado e a não retomada ao mercado de computadores.

Para tentar reverter sua condição econômica, a Gradiente planeja a redução de custos fixos em até 5% da receita líquida operacional, passando de R$ 92 milhões em 2006 para menos de R$ 20 milhões no próximo ano, que equivale a uma retração de 78,26%.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, comentou que a Gradiente vem enfrentando a crise por todo este ano de 2007. “A fábrica de Manaus possuía 1.300 funcionários e no momento tem somente 650”, afirmou. O motivo apontado para demissões foi a suspensão da produção de microsytem, que são trazidos da China montados. A direção da indústria na cidade de Manaus também sofreu alteração neste ano.

Segundo reportagem do jornal paulista, a companhia já tem compromissada a venda do complexo industrial Solimões, em Manaus, por R$ 27 milhões e do parque fabril Açaí, para investidores, por R$ 16 milhões, e a atividade de injeção plástica, processo que está em negociação.

Contudo, a venda de ativos requer a emissão da Certidão Negativa de Débitos na Receita Federal, que será possível com a regularização da situação fiscal da Gradiente.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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