Como se sabe, com a mudança de metodologia da apuração do PIB (Produto Interno Bruto) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) , a indústria perdeu peso: em 2005, pela série antiga, a indústria respondia por 37,9% no valor adicionado a preços básicos, enquanto, pela série nova, o setor representava 30,3% no mesmo ano.
Para muitos, isso era demonstração de que a indústria perdeu relevo na economia nacional. É uma conclusão enganosa, pois a indústria persiste como o setor de maior potencial indutor para a expansão econômica do Brasil.
Dentre os três grandes setores, a indústria é o de maior consumo de bens e serviços intermediários, isto é, de bens e serviços utilizados como insumo no processo de produção.
Mais: a maior parte desse CI (consumo intermediário) é composta de produtos da própria indústria, em especial da indústria de transformação.
Assim, apesar da menor parcela da indústria no PIB, o setor manteve o status de grande comprador de bens e serviços para suas operações. Em 2005 (série nova), a indústria respondeu por 60,8% do consumo intermediário total.
Essas constatações são o ponto de partida de um estudo que o Iedi divulgou ontem em sua Carta semanal (Indústria: Um Jogo Ainda A Ser Jogado). Elas evidenciam que é preciso trabalhar para que o segmento mantenha seu posicionamento no consumo de bens e serviços intermediários e conserve o seu potencial indutor de crescimento econômico.