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Estação do Suíno vende pernis e leitões orgânicos

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Às vezes uma grande idéia, ou uma brincadeira, podem se tornar numa grande invenção ou num grande empreendimento. O casal José Dunca, empreendedor, e Ivany Souza, nutricionista, se enquadra neste segundo caso.

“Há uns dez anos abrimos uma cozinha industrial, mas nos últimos tempos havíamos perdido um grande contrato e a cozinha estava com pouco serviço”, contou Ivany.

Mal sabia o casal que o serviço que estava faltando para movimentar a cozinha aguardava, a alguns quilômetros de Manaus, para ser colocado em prática.

José e Ivany são proprietários de um sítio na AM 010 (Manaus/Itacoatiara), já em Rio Preto da Eva onde começaram a criar suínos por brincadeira.

“Por brincadeira porque a idéia era sempre mantermos um casal de suínos tendo filhotes, e como eles com quatro meses já estão no ponto para o abate, depois servi-los para os amigos que estivessem no sítio”, lembrou Ivany.

Essa história começou há uns dois anos e desde então José e Ivany só receberam elogios dos amigos comensais que provavam os pernis e leitões servidos por eles de diversas maneiras.

“Como o suíno é um animal que reproduz muito rápido: duas gestações por ano, com cada uma gerando dez filhotes, nossa produção foi crescendo rapidamente”, disse.

“Foi então que unimos a satisfação dos amigos que consumiam nossos suínos, com a grande quantidade deles em nosso sítio, mais a cozinha industrial com pouco serviço e surgiu a ‘Estação do Suíno’, uma cozinha especializada em vender o suíno inteiro, ou por partes, assado e pronto para o consumo”, contou José.

“Antes eu fiz uma pesquisa de mercado e descobri que, em Manaus, não havia nenhuma empresa realizando este tipo de serviço”, revelou Ivany.

Segredo industrial

Atualmente o casal possui 1.000 suínos em seu sítio. Um barrão (macho) é o responsável por emprenhar dez suínas. Cada uma delas chega a ter 20 filhotes no ano. Já os filhotes com, no máximo quatro meses e 20 quilos de peso, estão no ponto de abate.

“A questão é que, desde sempre, a carne de porco foi associada pejorativamente a um animal criado na lama e comendo babugem, a forma errada de se criar um animal que deve ser tratado, como os outros, em ambiente limpo e com alimentação balanceada e de qualidade”, explicou Ivany.

“Por isso hoje dizemos carne suína, e não mais, carne de porco. No nosso sítio os suínos tomam banho todos os dias e o local onde ficam é permanentemente limpo. A alimentação dos animais, além da ração, é complementada com abóbora e cenoura”, afirmou.

Para completar a qualidade do produto que vendem, Ivany destaca o preparo do suíno na cozinha industrial mesmo antes de assá-lo.

“Não é qualquer pessoa que sabe preparar a carne suína que, da mesma maneira como outro alimento, se não for bem preparada, não ficará saborosa. Também a carne que vendemos é fresca. O animal só é abatido após feito o pedido pelo cliente. Aí começa o ritual de preparação, que é um segredo industrial”, brincou.

Na cozinha, o suíno será pacientemente preparado durante três dias. Neste tempo ele ficará imerso e sendo marinado numa mistura de temperos, permanentemente sendo virado e revirado, para que o tempero penetre profundamente na sua carne, lhe proporcionando mais aroma e sabor.

“Após isto ele irá para o forno onde permanecerá de cinco a oito horas assando. Neste processo, perde de dois a três quilos de gordura, ficando uma carne mais magra e mais saudável”, garantiu a nutricionista.

Demanda reprimida

Em junho do ano passado Ivany e José documentaram a ‘Estação do Suíno’ para poder vender legalmente a carne dos seus suínos. Em dezembro, aproveitando as festas de final de ano, o casal começou a divulgar o produto.

“E a aceitação foi ótima. Quase não tivemos condições de atender aos pedidos porque, como a Ivany explicou, precisa solicitar e aguardar os dias de preparação. Mas vendeu muito bem”, comemorou José.

Na ‘Estação do Suíno’ o animal é vendido de diversas formas, sempre assado: pernil, pernil desfiado, pernil desossado, joelho, costela, panceta (barriga do suíno recheada com embutidos), suíno inteiro e leitão.

“Notamos que há uma demanda reprimida pela carne suína, em Manaus. Os produtores não conseguem atender ao mercado, e da forma como estamos fazendo, com o animal já preparado, é que ninguém estava atendendo ao consumidor mesmo”, revelou.

“E ainda há a temeridade de alguns em consumi-la devido o tabu consolidado durante séculos, pela forma errada de criação, citada antes, e que estamos ajudando a mudar”, concluiu José.   

Em breve a ‘Estação do Suíno’ irá lançar novos produtos em Manaus: sanduíches com, lógico, carne suína.

A ‘Estação do Suíno’ está localizada na rua Martin Afonso de Souza, 871 – D. Pedro I e atende pedidos, somente sob encomenda, pelos 9 9222-6985 e 9 9507-1416.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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