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GOfit não preocupa o mercado de combustíveis em Manaus

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A atividade por meio de app que seria uma espécie de Uber da gasolina, não preocupa o mercado de combustíveis em Manaus. Apesar do serviço conhecido como ‘delivery’ do combustível por meio do aplicativo GOfit ser uma realidade no Brasil, é pouco provável que se estenda para outras capitais. Quem garante são os representantes do Sindicombustíveis-AM (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Alcoois, e Gás Natural do Estado do Amazonas). 

“O serviço de gasolina delivery não está legalizado. Atualmente o serviço é ilegal. O setor de combustíveis exige uma série de licenças para funcionar. A legislação é clara , são 16 licenças para operar , com ênfase para a licença ambiental , que exige do posto uma série de monitoramentos para que você não tenha nenhum tipo de vazamento ,respingo de combustível no solo ou até mesmo que aquilo vá para a água”, declara o presidente do sindicato, Eraldo Teles Filho.

Além do controle, ele enfatiza que é necessário ter segurança para não oferecer riscos à população já que trata-se um produto altamente inflamável. “Há de se convir que um caminhão carregado de combustível, abastecendo pela cidade,  parando em cima de bueiro em áreas públicas onde circulam pessoas fumantes, não é nada seguro”, afirma. 

Outro fator apontado por ele que preocupa nesse novo serviço é a questão da segurança tanto do meio ambiente como do consumidor, sem falar da possibilidade de venda sem impostos. 

“Os pontos de venda sempre vão existir. Caso seja regulamentado este serviço, os atuais revendedores, acredito eu, irão apenas se adequar para também realizar o serviço. Porém sempre com o posto de combustível em local fixo, pois é nele que se concentra todo o processo operacional, de fiscalizações, de segurança , além de oferecerem diversos outros produtos como troca de óleo, calibragem dos pneus , lavagem de veículos , loja de conveniência entre outros”, explicou. 

Quem também compartilha da mesma percepção é o vice-presidente do sindicato, Geraldo Dantas. Ele diz que dificilmente esse tipo de proposta vá  avançar.

“Para ter um tanque enterrado você precisa de uma série de requisitos de seguranças e na rua, não tem como manusear e levar esse mesmo cuidado e confiança. São processos fundamentais para evitar explosões e a contaminação do meio ambiente”, reafirma. 

De acordo com o vice-presidente existem regras rígidas para a comercialização de gasolina, além do custo deste tipo de atividade ser muito elevado, “então não surge como uma alternativa competitiva. No meu ponto de vista econômico e financeiro é um serviço inoperante. Têm os custos com o equipamento, mão de obra, licença.Quem trabalha no mercado sabe como a fiscalização é rígida e a burocracia é grande. É uma proposta inviável. Não assusta”. 

Ele lembra que a estrutura física e de pessoal para um posto de combustível operar requer obrigatoriedade e adequações exigidas por parte de vários órgãos como ANP, IPEM, IBAMA, SEFAZ, Bombeiros entre outros órgãos fiscalizadores, o que descarta qualquer tipo de concorrência nesse horizonte. 

A refinaria Refit, responsável pelo aplicativo GOfit, foi convocada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível) para que apresente ao órgão o projeto do serviço, já que este é considerado ilegal. O serviço já atende algumas regiões do Rio de Janeiro, mas a aposta é  ampliar para outros Estados. 

Refit

Em nota, publicada pela Agência Brasil, no ano passado,  a Refit, antiga Refinaria de Manguinhos, disse que o aplicativo GOfit é uma “inovação na luta contra o atraso no setor de combustíveis”, é inédito no país e “incomoda os dinossauros do setor”.

De acordo com a nota, o GOfit constitui o primeiro aplicativo de delivery de combustíveis do Brasil e oferece um tipo de serviço que “já é febre em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido”, oferecendo um serviço que “traz o conceito de comodidade para os consumidores que valorizam a praticidade” e foi apelidado de “Uber da gasolina”. 

Na avaliação da empresa, “trata-se de um verdadeiro dilema comercial, onde observa-se o lobby das grandes empresas, que lucram bilhões por ano, frente à tecnologia e à inovação de serviços como o da GOfit, que oferece ao consumidor final a opção de receber em casa combustível com preço justo”. A nota afiança que o serviço oferecido não concorre com os postos, que continuarão sendo o ponto de venda do produto.

A nota destaca também a questão da segurança, assegurando que o GOfit foi desenvolvido “dentro de todas as normas de segurança e de meio ambiente vigentes” e que sua operação “não traz qualquer tipo de risco”. Os motoristas que respondem pela entrega dos produtos são submetidos a “rigorosos treinamentos” e que toda a operação é acompanhada por uma central de monitoramento “por meio de câmeras de segurança”.

Ainda segundo a Refit, a qualidade dos produtos oferecidos, que serão inicialmente gasolina comum e etanol, é “prioridade para o Gofit” e que todos os eventuais problemas gerados pelo serviço serão assumidos pela empresa. 

Um conteúdo sobre serviço de combustível por meio de app que seria uma espécie de Uber da gasolina, tem circulado desde o ano passado nas mídias. O serviço conhecido como ‘delivery’ do combustível já é realidade no Brasil.  

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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