Pesquisar
Close this search box.

Enchentes do RS destacam a importância do investimento em seguros

Andreia Leite

Insta: @andreia_leite_   Face: @jcommercio

A relevância primordial do mercado de seguros fica evidente diante das enchentes, que ressaltam a necessidade de proteção financeira, estabilidade econômica, resiliência comunitária e inovação frente aos desafios ambientais. Os danos materiais e os prejuízos sem precedentes destacam a importância da segurança em situações de tamanha gravidade como ocorreu no Rio Grande do Sul. 

Alexandre Leal, diretor técnico de Estudos e Relações Regulatórias da CNseg  (Confederação Nacional das Seguradoras), destacou sobre o investimento em seguros diante dos eventos climáticos, como o ocorrido no Estado gaúcho. 

Segundo ele, as seguradoras brasileiras têm reservas técnicas para fazer frente ao pagamento dos seus clientes.  Importante ressaltar que o setor segurador brasileiro possui uma regulação avançada, em especial em quesitos como provisões e reserva técnica, o que garante a robustez das empresas que operam no Brasil nos setores de Seguros Gerais, Capitalização e Vida e Previdência. Além disso, o Brasil é muito amplo. Você tem um Estado severamente afetado por um evento muito grande, mas você tem o restante do Brasil funcionando dentro do normal. O setor poderia ter dificuldades apenas se houvesse um evento dessa magnitude em todo o país ao mesmo tempo.

Sobre o andamento do Seguro Social contra Catástrofe, ele explicou que os governos federal, estadual e municipal não têm condições de assumir a conta das mudanças climáticas sozinhos e, por isso, o setor segurador se coloca como um aliado estratégico para encontrar formas de prevenção e de auxílio à população. Nesse sentido, a CNseg vem articulando junto a estes atores para que o projeto da criação de um Seguro Social contra Catástrofe caminhe da melhor forma. 

A proposta foi apresentada no mês passado na Câmara dos Deputados durante audiência pública na Comissão Especial sobre Prevenção e Auxílio a Desastres e Calamidades Naturais.

Apesar do  mercado cada vez mais sólido, a falta de informação ainda é um componente que dificulta  a contratação de seguros,ou seja, um desconhecimento dos produtos e especialmente dos benefícios de se ter um seguro. Por isso, a CNseg lançou no ano passado o PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros), que visa democratizar o acesso aos produtos de seguros e ampliar a participação dos diversos produtos na sociedade. 

“Entendemos que adequar o linguajar do mercado, achando interlocutores que alcancem maior parte da população e regionalizando a informação do seguro, são essenciais para democratizar e ampliar o acesso aos mais diversos tipos de produtos de seguros”, informou Leal. 

Relevância do mercado

Nesta semana, o diretor técnico e de Estudos da CNseg, marcou presença no webinar intitulado “Os seguros como meio de proteção financeira em casos de enchentes no Rio Grande do Sul”, promovido pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) e reforçou sobre o Seguro Social para esse tipo de evento. 

Leal ressaltou a significativa participação das seguradoras em fornecer assistência à população gaúcha afetada pelas enchentes, sem distinção se possuem seguro ou não.

Para Alexandre Leal, situações como essa ocorrida no Rio Grande do Sul demonstram mais uma vez o papel relevante do seguro, pois uma sociedade mais segura é uma sociedade mais protegida. Ainda que o seguro não possa evitar a ocorrência de chuvas, afirmou, ele pode mitigar riscos e reduzir os impactos financeiros. “As seguradoras são especialistas em gestão de riscos e podem ajudar os segurados a tomarem medidas para minimizar as chances de ocorrência de sinistros ou, no caso de sua ocorrência, pelo menos, fazer com que as suas consequências financeiras sejam menores”, afirmou.

Como exemplo, lembrou que antigamente as seguradoras ofereciam aos contratantes de seguro de automóvel uma tranca para colocar no volante, visando reduzir a quantidade de roubos e, assim, permitir que o preço do seguro fosse menor e que, consequentemente, mais pessoas pudessem contratar a proteção.

Alexandre destacou ainda que “quando ocorrem catástrofes como a do Rio Grande do Sul, todos, rapidamente, querem saber sobre as coberturas de seguro, mas nós temos que caminhar para que o interesse pelo seguro tenha esse grau o tempo todo e não só quando situações assim ocorrem”.

A CNseg, juntamente com a Fenacor e as federações associadas, tem como objetivo aumentar a adesão da sociedade aos produtos de seguro. Além disso, a CNseg está trabalhando com a Susep em medidas para ampliar a participação do seguro, como os seguros paramétricos, que indenizarão o segurado com base na intensidade de um evento e no valor da perda calculada. Esses seguros também podem beneficiar a população de baixa renda, pois são regulamentados de forma simples, o que os torna mais acessíveis. Outra iniciativa importante é o Seguro Social contra Catástrofes, um seguro compulsório que seria pago através da conta de luz e beneficiaria todos os brasileiros afetados por eventos semelhantes.

“Temos trabalhado bastante em relação a isso e espero que em breve tenhamos novidades em relação a esse tema”, afirmou Alexandre Leal, concluindo sua participação no webinar.

Sobre o pagamento das apólices dos clientes do RS, o CNseg informou que as seguradoras brasileiras têm reservas técnicas para fazer frente ao pagamento dos seus clientes.  “Importante ressaltar que o setor segurador brasileiro possui uma regulação avançada, em especial em quesitos como provisões e reserva técnica, o que garante a robustez das empresas que operam no Brasil nos setores de Seguros Gerais, Capitalização e Vida e Previdência. Além disso, o Brasil é muito amplo. Você tem um Estado severamente afetado por um evento muito grande, mas você tem o restante do Brasil funcionando dentro do normal. O setor poderia ter dificuldades apenas se houvesse um evento dessa magnitude em todo o país ao mesmo tempo”, diz o material divulgado. 

A cláusula contra enchente ou alagamento é opcional no seguro residencial. Ou seja,  

a cobertura não é exclusiva para enchente, é uma cobertura de enchente, alagamento e inundação. Ela é uma cobertura facultativa, como outras são. Apenas uma cobertura no seguro essencial é a cobertura básica, que é incêndio. As outras todas são facultativas. Algumas pessoas contratam uma cobertura maior ou menor.

Conforme o CNseg, as seguradoras já vêm lidando com eventos climáticos há algum tempo no Brasil. O que se observa é que há um aumento na procura por seguro e, com este evento no Rio Grande do Sul, é possível que a cobertura contra enchente passe a ser mais procurada.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar