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Economistas festejam cortes da Selic

Economistas e dirigentes do comércio e da indústria local apontam que a redução da Selic para 10,25% ao ano é um sinalizador positivo para a obtenção de mais crédito na Praça de Manaus e na geração de novos negócios. Há quem defenda que o governo brasileiro deveria baixar o preço dos combustíveis –um excelente balizador –porque tudo baixaria em cadeia, inclusive o transporte, as mercadorias, a cesta básica em geral.
Na avaliação do presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonaccio, o corte de 1 ponto percentual já era esperado, diante do cenário de crise econômica global. Segundo o dirigente, o Banco Central “enrolando” para fazer a seqüência de cortes de juros que vem implementando desde o início de 2009. Em janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, reduziu a Selic de 13,75% para 12,75% e em março para 11,25%. A crise econômica se deflagrou no país em meados de setembro de 2008.
Segundo Antonaccio, é esse tipo de procedimento que a sociedade espera e anseia, porque somente com a taxa de juros reduzida os comerciantes podem fazer mais negócios, obter mais crédito, enfim se sentir desafiados a investir, inclusive negociar os débitos, cuja inadimplência está aumentando muito. “Com financiamento bancário os clientes podem renegociar as dívidas e com o nome limpo começar a comprar novamente”, disse.
Segundo o dirigente, as medidas do Banco Central estão vindo num momento em que os investidores estão precisando ser mais corajosos para investir. Mesmo assim, o percentual de 10,25% ao ano ainda é muito alto levando em conta que a taxa de juros da Inglaterra está em 0,5% ao ano, nos EUA em 1,5% ao ano.
O dirigente lembrou que há dois anos a taxa de juros do Brasil estava em 26,25% ao ano e agora encolheu para 10,25% ao ano, o que é uma folga maravilhosa, mas ainda é alta. “A Selic estava num patamar tão alto que agora achamos que na casa dos 10% é um patamar sensacional, quando na verdade para investir e competir com os mercados externos é preciso que reduza mais ainda”, disse, ressaltando que se a taxa continuar reduzindo, num prazo de cinco anos os juros vão cair no patamar dos outros países.

Brasil demonstra equilíbrio financeiro ante crise

Ao avaliar o atual cenário econômico, Gaitano Antonaccio afirmou que está havendo uma grande recessão e que o mundo está em crise financeira evidente, em todos os quadrantes. “O Brasil está sendo atingido sim”, disse ele, ressaltando que o país tem equilíbrio financeiro. “O empresariado é bastante competente, os executivos são capacitados, inclusive para operar na Europa, nos Estados Unidos e em qualquer lugar do mundo com muita eficiência, daí o motivo da situação brasileira ainda estar sob controle”, completou.
Para o consultor econômico, José Laredo, a crise financeira internacional tem trazido reflexos na economia brasileira, e também no PIM (Polo Industrial de Manaus), logo, a redução de 1 ponto percentual na Selic vem em boa hora. “Ao mesmo tempo que deixa a taxa em 10,25%, abatendo-se os 4,25% aproximadamente da inflação média nos estamos rodando a economia hoje com uma taxa de juros real anual de 6%, o que ainda é muito elevada, mas já estamos começando a nos aproximar da taxa de juros real do mundo civilizado o que quer dizer que a alavancagem de novos negócios, estímulo aos empréstimos vai ser bastante acelerado”, avaliou.
Levando em conta a memória inflacionária muito grande no país, Laredo disse que as medidas de redução da taxa de juros não podem continuar num ritmo muito elevado, tendo em vista os cuidados que a administração monetária do país tem que ter para não elevar a inflação.
Segundo o economista, a Selic é um grande e importante balizador no estabelecimento da taxa de juros média oficial no país. Ele disse que o sistema bancário brasileiro trabalha em cima do spread –o adicional que os bancos cobram em relação aos custo que tiveram do dinheiro quando captaram no exterior. Esse spread, no Brasil, é muito elevado, segundo os bancos, porque cobrem a taxa de inadimplência, os custos operacionais bancários, a variação da taxa do dólar tendo em vista que esses empréstimos são captados no exterior. “A Selic influencia diretamente na redução do spread, porque sendo um balizador nacional, ela tem uma grande aliada que é a pressão popular”, explicou.

Taxas de juros nos bancos mantêm-se as mesmas

Para o presidente da Aficam, Cristovão Marques Pinto, a redução da Selic não altera em nada porque os bancos não baixam os juros. Ele avaliou que a Selic é um parâmetro favorável para quem toma emprestado dos bancos governamentais –BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco da Amazônia e Banco do Brasil, porém, os bancos particulares (privados) não baixam suas taxas de juros.
A melhor alternativa segundo Marques Pinto é o governo reduzir o preço dos combustíveis, que ajuda todas as classes sociais, inclusive o pobre. “Seus efeitos ajudam o homem que tem um motor de rabeta, porque leva seus produtos para os centros consumidores; carrega o filho para a escola, professores, etc”, disse, lembrando que no mundo os combustíveis são mais baratos em relação ao Brasil que é alto. “O Amazonas tem petróleo, tem gás natural e no entanto, possui o combustível mais caro do mundo. “Se o governo baixar o preço dos combustíveis tudo baixa, inclusive o transporte e a carga”, completou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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