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Impacto da crise é maior nos manufaturados

As informações divulgadas ontem pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) indicam que o impacto adverso da crise internacional tem sido mais intenso no grupo de manufaturados, cujas exportações tiveram pelo quarto mês consecutivo um desempenho pior tanto em relação ao total, como frente às demais classes de produto. Pelo critério das médias diárias, o recuo das vendas externas de manufaturas foi de 27,4% em abril frente ao mesmo mês do ano anterior, contra quedas de 8% do total, 17,2% dos semi-manufaturados e 22,3% das operações especiais e uma alta de 27,4% no caso dos produtos básicos.
O desempenho das exportações de básicos foi o principal determinante do resultado favorável do comércio exterior em abril. Vale mencionar que esse desempenho deve estar associado a dois fatores: em primeiro lugar, às paralisações da receita federal em abril de 2008, que deprimiram as vendas desses produtos naquele mês, e, consequentemente, inflaram a taxa de variação de abril de 2009 frente ao mesmo mês do ano anterior; em segundo lugar, às expressivas vendas externas de petróleo (US$ 462 milhões, 230% superior ao registrado em abril de 2008), impulsionadas pelas quantidades exportadas, sobretudo, para a China (já que os preços continuam deprimidos).
O saldo comercial de abril foi de US$ 3,71 bilhões (contra US$ 1.738 milhões no mesmo mês do ano anterior) e de US$ 186 milhões por dia útil, 124,3% maior que o resultado de abril de 2008. O crescimento expressivo do saldo pelo critério da média por dia útil decorreu do recuo mais forte das importações relativamente às exportações (-26,6% e -8%, respectivamente, frente a abril de 2008). Assim, ao longo dos quatro primeiros meses do corrente ano, observa-se uma distensão dos efeitos negativos da crise internacional sobre as exportações (queda da demanda externa e dos preços das commodities), simultaneamente à intensificação do impacto do desaquecimento do mercado doméstico sobre as importações, cujo resultado líquido foi uma melhora da balança comercial.
As exportações de manufaturados tiveram pelo quarto mês consecutivo um desempenho pior tanto em relação ao total, como frente às demais classes de produto. Pelo critério das médias diárias, o recuo das vendas externas de manufaturas foi de 27,4% em abril frente ao mesmo mês do ano anterior, contra quedas de 8% do total, 17,2% dos semi-manufaturados e 22,3% das operações especiais e uma alta de 27,4% no caso dos produtos básicos. Assim, as informações divulgadas ontem pelo (MDIC) indicam que o impacto adverso da crise internacional tem sido mais intenso nessa categoria de bens industrializados de maior valor agregado, que é atingida, principalmente, pela queda da demanda externa, mas também pela deflação dos preços das commodities no mercado internacional (pois alguns desses produtos são classificados como manufaturados pelo MDIC).

Assimetria é crescente desde o mês de fevereiro

A comparação do resultado de abril com aqueles dos meses anteriores mostra, por sua vez, que a assimetria entre o desempenho dos bens manufaturados e das exportações totais aumentou desde fevereiro.
Nesse mês e em março, em termos de média por dia útil, o total recuou 18,7% e 14,8%, percentuais 8,2 p.p. e 12,3 p.p. inferiores aos registrados no caso das vendas externas de manufaturas (26,6% e 27,1%, respectivamente).
Em abril, a diferença entre as taxas negativas de variação foi de 19,4 p.p., a maior observada no ano.
A retração das vendas externas foi praticamente generalizada entre os 15 principais bens manufaturados exportados pela economia brasileira em abril, reproduzindo o padrão dos meses anteriores.
As principais quedas foram registradas em óleos combustíveis (-75,1%), aparelhos transmissores/receptores (-39,9%), autopeças (-33,4%), pneumáticos (-31,7%), calçados e partes (-30,6%), etanol (-28,7%), automóveis de passageiros (-22,9%), laminados planos (-21,7%) e aviões (-16,3%).
Desse total, somente dois produtos que apresentaram aumento nas exportações (suco de laranja não congelado e óxidos e hidróxidos de alumínio).

Resultados favoráveis

O saldo comercial ao longo dos 20 dias úteis de abril foi de US$ 3,71 bilhões (contra US$ 1.738 milhões no mesmo mês do ano anterior) e de US$ 186 milhões por dia útil, 124,3% maior que o resultado de abril de 2008 (US$ 83 milhões). O crescimento expressivo do saldo pelo critério da média por dia útil decorreu do recuo mais forte das importações relativamente às exportações: as estas últimas somaram US$ 616 milhões por dia útil (US$ 12,3 bilhões no total) e as importações US$ 431 milhões (US$ 8,61 bilhões), valores 8% e 26,6% inferiores, respectivamente, aos observados em abril de 2008.
Esse padrão (maior retração das compras do que das vendas externas) tem sido observado desde fevereiro, mas a diferença, em pontos percentuais (p.p.), entre as taxas de variação (negativas) das importações e das exportações foi bem maior em abril (de 18,7 p.p) do que em fevereiro e março (10 p.p e 6,6 p.p, respectivamente).
Em 2009, somente em janeiro esse padrão não foi observado: nesse mês, as exportações recuaram mais do que as importações (22,8% e 12,6%, respectivamente), o que resultou no único déficit comercial de 2009 até o momento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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