Pesquisar
Close this search box.

O G-20 e a Amazônia*

Este ano o Brasil tem a presidência rotativa do G-20, grupo das 20 economias e democracias mais fortes do mundo e países convidados. Este grupo se reúne anualmente para discutir temas de interesse global como combate à pobreza, segurança alimentar, resolução de conflitos armados, proteção do meio ambiente e democracia.

Ano passado, sob a presidência da Índia, o G-20 apresentou três pontos importantes: a conclusão da infraestrutura digital do repositório público de dados, indicação de fundos climáticos para os países pobres e em desenvolvimento, e melhorias nos processos de regulação financeira global. Estes pontos serão discutidos e atualizados com novas perspectivas e contexto globais.

O Brasil, com seu protagonismo global retomado, emprega agendas estratégicas para a região e para o mundo, como segurança alimentar e sustentabilidade ambiental – temas muito sensíveis e importantes para a Amazônia.

Não é à toa que uma das três reuniões do G-20 será em Manaus. Em junho receberemos mais de 200 delegados (representantes dos países-membro e países convidados) e especialistas globais, neste “G-20, capítulo Amazônia” que permitirá que a agenda do desenvolvimento sustentável seja devidamente discutida.

Em conjunto com delegados e especialistas, o Brasil também intensificou a participação da sociedade civil organizada por meio do Civil-20 (C-20): instância formal de negociações e provedora de subsídios técnicos para o G-20, criada em 2013, que tem como slogan “sociedade civil por um mundo justo e sustentável”. 

O C-20 está dividido em nove grupos de trabalho, que tratam de diversos temas como financiamento climático, direitos humanos, emergências climáticas e segurança alimentar. Cada grupo de trabalho tem duas instituições facilitadoras, que apoiam delegados e especialistas na construção de consensos. A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) foi uma das organizações escolhidas, dentre mais de 460 candidatas globais, para apoiar na facilitação do grupo de trabalho que trata de comunidades e enfrentamento às emergências climáticas – tema, infelizmente, muito presente na Amazônia.

O papel da FAS, e de outras organizações da sociedade civil, será encurtar a distância entre as discussões diplomáticas e as emergências globais, como as mudanças do clima, a fome, conflitos e a violência contra minorias e grupos vulnerabilizados, como populações indígenas, mulheres e a comunidade LGBTQIAP+.

Ao final do G-20 presidido pelo Brasil, em outubro de 2024, espera-se um texto mais conectado com as florestas, com os povos das florestas e das águas, com a bioeconomia sustentável e com o combate às desigualdades sociais e econômicas globais. Em termos práticos, este instrumento diplomático, a ser definido pelos países membro, criará ambientes institucionais favoráveis para a intensificação de investimentos, criação e melhoria de acordos multilaterais, arcabouço para políticas públicas mais eficazes e melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas.

É um grande, e válido, esforço global para implementar o slogan do G-20: “construindo um planeta justo e sustentável”.

*Victor Salviati é Superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS e lidera as áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, comunicação institucional e desenvolvimento de parcerias e captação. Biólogo, com especializações em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, mora em Manaus desde 2015 e é apaixonado (e grato) pelas florestas tropicais e os povos da floresta. Possui experiência em mecanismos financeiros para a conservação, política de clima, projetos de carbono florestal e desenvolvimento socioeconômico de comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

No data was found
Pesquisar