No Amazonas muito se tem falado em Desenvolvimento Regional em complemento às atividades da Zona Franca de Manaus (ZFM), especificamente ao Polo Industrial de Manaus (PIM), politicamente, e concomitante a Amazônia, em face do que representa a cobertura florestal e a fauna e aos interesses externos, de outros países.
Contudo, como observam os economistas-pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), as demais oportunidades de programas, projetos e ações voltados aos processos de Desenvolvimento Econômico Regional não serão complementares ao projeto ZFM/PIM, mas adicionais ao sistema econômico do Amazonas ou da Amazônia, haja vista se discortinar inúmeras opções, dentro de variados espectros de possibilidades de investimentos, principalmente dentro da economia ambientalmente sustentável, como os Serviços Ambientais da Cadeia do Carbono/Climáticos (Serviços prestado pela Floresta Amazônica) que existe um mercado meio nebuloso de quem deve pagar por esses valiossíssimos produtos.
Sem embargo de outras abordagens de diversas teses e de matises ideológicas, que proclamam a conservação e a preservação desse bioma, sem os que aqui habitam e o protegem não tenham o mínimo retorno dessa imensa riqueza que poderá ser gerada. Como se observa, de concreto o que se viu nessas últimas décadas foram; a histórica-lendária Estrada de Ferro Madeira/Mamoré, a concretude do Projeto Zona Franca de Manaus e das grandes hidrelétricas (Tucuruí, Belo Monte, Jirau, Santo Antonio e, dentre outras menores), porém antes de tudo se verificou o projeto da Companhia Ford Industrial do Brasil, depois se teve as aberturas das rodovias, BR-010 Belém/Brasília, BR-364 Cuiabá/Porto Velho, BR-319 Porto Velho/Manaus, BR-174 Manaus/Boa Vista, a BR-230 (Rodovia Transamazônica) e a BR-163 (Rodovia Cuiabá – Santarém), levando às atividades (extração primária garimpeira) de mineração e os processos transversos de assentamentos.
Por outro lado, como observam os economistas do CEA, na Amazônia, em geral, as ditas políticas públicas se efetivaram com o planejamento regional entre os anos de 1930 a 1985. Vislumbram esses economistas, que nesse contexto, a indução dessas políticas tenham sido influenciadas pela visão intervencionista Keynesiana de curto prazo, que se espalhou pelo mundo ocidental entre os anos de 1930 a 1980.
Pois, se vivia o pânico da crise de 1929, da depressão econômica nos Estado Unidos da América (EUA) e no Amazonas, o déblace do Ciclo da Borracha, que dessa forma, na visão de governo, se voltou mais para a macroeconomia, relegando a segundo plano, a dimensão teritorial, microeconômica dessa imensa região.
Conforme dispõem os pesquisadores do CEA, as políticas públicas para Desenvolvimento Regional, na lógica do do Planejamento na Amazônia em geral, se estabeleceu a partir de 1950, com o Plano de Valorização Econômica em 1953, o Plano de Integração Nacional – PIN, cujo objetivo era dar solução aos vazios territoriais e demográficos da Amazônia e o I PND (1972/1974), que a partir de então foram objetivadas três grandes estratégias; a Política de Ocupação (1953 a 1979), a Política de Colonização (1970 a 1973) e a Política de Polos de Desenvolvimento Econômico (1976 a 1975) com o Polamazônia (Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais) e o Programa de Redistribuição de Terras (PROTERRA), assim com, o II PND (1975/1979).
Ressalte-se que mais atualmente, nos anos 2000, se teve a Política de Consolidação do novo Desenvolvimento com o Programa Avança Brasil, com o Programa Brasil em Ação (1996) e o Programa de Acelaração do Crescimento (2007) pautados na política dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento (ENID).
Sendo que essa retomada partiu das forças exógenas e endógenas que tinham e mantém interesses na exploração dos recursos naturais para exportação. Para tanto, os economistas do CEA lembram o que o Professor Economista Celso Furtado marcava “que o Brasil não tinha um projeto de desenvolvimento nacional e regional orientado aos interesses sociais, ao contrário, sua economia estava voltada para o mercado externo e dependente do capital financeiro internacional”, o que, para o CEA continua o mesmo!!!
Para muitos ‘especialistas’ em economia do Amazonas, que chegam a identificar importantes eixos de oportunidades de investimentos para diversificar atividades as econômicas e impulsionar o desenvolvimento sustentável; como a bioeconomia, polo de transformação digital, o ecoturismo e a piscicultura, o que para os pesquisadores do CEA até concordam, especialmente quando se trata de revitalizar o Centro de Biotecnolgia do Amazonas – CBA, como primordial para alavancar o segmento econômico da bioeconomia no estado.
Ressaltando a importância da retomada das atividades econômicas das Economias brasileira e do Amazonas, a sociedade tem visto diversas ‘lives’ que tentam dar maiores esclarecimentos ou apontar caminhos para a economia amazonense, como se assistiu as protagonizadas pelo CORECON/AM – Conselho Regional de Economia, na semana anteiror, festejando o Dia do Economista (13), nas quais dão mostras que o pesadelo econômico causado pela pandemia da COVID-19, ficou para trás.
Os economistas lembram, contudo, que a recuperação pode ter começado rápido, mas deve progredir de forma gradual no 2º semestre, como tem reforçado o presidente do Banco Central “que os indicadores apontam para o início de uma recuperação em V já em junho e julho. E, nos últimos dias, o mercado pôde entender o motivo desse otimismo, pois diversos dados revelaram que a economia brasileira e do Amazonas, de fato, parou de cair e já começa a reverter algumas das perdas causadas pela quarentena”.
Como todos sabem a economia desacelerou e estagnou com a quarentena do COVID-19, com fechamento de negócios, aumento do desemprego, grave situação das famílias, fome, deflação e taxa de juro (SELIC) mais baixa da história e aumento da pobreza e, como os economistas sabem que o melhor resultado possível é uma recuperação rápida, criando um formato em V em que a economia volte ao nível de produção de 2019 em apenas alguns trimestres (o que para alguns, infelizmente, dizem que essa projeção é provavelmente um sonho).
Como explicação para os não são economistas, é uma trajetória como aquela em que a economia é ‘desligada e ligada, como um interruptor de luz’. E, de um lado, as variáveis econômicas como desemprego e produção frequentemente enfrentam uma resistência persistente após um choque único (pandemia-COVID-19), esse tipo de resultado é bastante incerto, agravando-se mais por causa da necessidade de redução de gastos do setor público e privado que afetará o crescimento por algum tempo, dificultando a retomada plena da economia.