O governo do Amazonas divulgou, no primeiro semestre deste ano, os dados de avanço na piscicultura no Estado, que conseguiu progredir 58% na produção. De acordo com esses dados, em 2015 a produção em cativeiro chegou a 21 toneladas, e a proposta é impulsionar ainda mais a atividade com fins de industrialização e obter um selo de produto sustentável.
A Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) vem investindo nesse segmento desde 2005, com programas e projetos de pesquisa que incentivam o estudo e o fortalecimento dessa área no Amazonas.
De 2011 para cá, 16 projetos de pesquisa receberam o aporte da Fapeam, sendo dez na área de aquicultura e seis na área de piscicultura. Os investimentos vão de projetos de apoio financeiro para programas de pós-graduação em aquicultura, a estudos sobre peixes cultivados em pisciculturas comerciais.
Os estudos fazem parte de projetos como o Parev (Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas) que apoia a realização de eventos locais, regionais, nacionais e internacionais, como congressos, simpósios e seminários na área de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Um dos eventos na área de piscicultura, realizado no âmbito do Parev, é o Seminário de Pesca de Parintins, coordenado pelo professor Renato Soares, que ocorre anualmente e permite a troca de conhecimentos entre estudantes e profissionais da área sobre a piscicultura na região do baixo rio Amazonas.
O encontro permite ainda a formação de recursos humanos para aquela localidade e oportuniza a formação de mão de obra qualificada para a região, além de disseminar técnicas de produção de peixes amazônicos em cativeiro.
Para a coordenadora do curso de Pós-graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins e do Inpa, Elizabeth Gusmão, investir nesse segmento é importante porque, a partir dos resultados de inúmeras pesquisas desenvolvidas nesta área do conhecimento, houve um crescimento acelerado tornando este o setor de produção animal que mais cresce no mundo.
“O Brasil ocupa, hoje, o 120º lugar no ranking mundial de aquicultura e piscicultura. Isso tem sido possível graças aos investimentos em pesquisas que têm contribuído com o setor e, no Amazonas, com a criação da Fapeam, que tem financiado pesquisas e bolsas (mestrado e doutorado) para nossos programas de pós-graduação, proporcionando oportunidades de capacitação para profissionais e o desenvolvimento de pesquisas que contribuem para a melhoria dessa atividade”, afirmou Gusmão.
De acordo com o doutor em Ecologia pelo Inpa, Jackson Pantoja, a elevação da produção da piscicultura no Estado do Amazonas passa por investimentos expressivos em estudos de nutrição e alimentação de peixes, por exemplo, melhoramento genético das linhagens de tambaqui, domínio da reprodução artificial do pirarucu, entre outras áreas da pesquisa aplicada à piscicultura, e para ele, a implantação de um Parque Tecnológico em Aquicultura seria uma ótima estratégia para o desenvolvimento da piscicultura no Amazonas.
“Este parque tecnológico uniria as expertises em pesquisa das Instituições de Ensino e Pesquisa e a própria Embrapa para juntos trabalharem próximo ao setor produtivo, desenvolvendo assim, pesquisas de ponta que contribuam de fato para a promoção da piscicultura no Amazonas”, disse Pantoja.
Para ele, algumas vezes as instituições repetem pesquisas por desconhecimento dos resultados já obtidos em outros estudos e com isso gastam recursos públicos que poderiam ser investidos em outras áreas. “Isso tem que acabar ou pelo menos ser minimizado, por isso a criação do parque tecnológico”, finalizou Jackson.
Piscicultura avança 58% no Amazonas
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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