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Serviços no Amazonas tem bom desempenho em dezembro

O setor de serviços do Amazonas cresceu pelo segundo mês seguido, em dezembro, em sintonia com a flexibilização para bares e restaurantes, e os preparativos para as festas de fim de ano, em um panorama ainda sem segunda onda de covid-19, o Estado subiu com mais força do que a média nacional, tanto em volume, quanto em receita nominal. Com isso, ficou mais perto de conseguir reverter as perdas acumuladas pelo isolamento social, nos meses de pico da pandemia. É o que se conclui a partir dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgados nesta quinta (11). 

O volume de serviços no Estado subiu 3,2% frente a novembro de 2020, em desempenho mais ameno do que o do levantamento anterior (+3,8%). No confronto com dezembro de 2019, a trajetória foi de alta reforçada (+8%) – contra +4,1% de 30 dias antes. A atividade também conseguiu encerrar o acumulado do ano com incremento de 0,5% sobre a base de 2019. Com isso, o Amazonas voltou a bater a média nacional em todas as comparações: -0,2%, -3,3% e -7,8%, respectivamente.

Apesar do incremento mensal de dezembro, o Estado caiu da quinta para a nona posição, entre os maiores valores registrados nas 27 unidades federativas do país. O pódio foi ocupado por Rondônia (+17,7%), Amapá (+8,5%) e Alagoas (+6,4%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Tocantins (-4,7%), Minas Gerais (-1,7%) e Pernambuco (-1,6%), em uma lista com oito Estados no vermelho.

Com o desempenho consolidado no azul, o Amazonas se manteve na primeira colocação do ranking nacional da variação acumulada dos 12 meses do ano. Rondônia (-0,3%) e Pará (-0,5%) vieram logo em seguida. Em contrapartida, Alagoas (-16,1%), Rio Grande do Norte e (-15,7%) e Sergipe (-15,1%), figuraram no rodapé de uma lista com apenas dois resultados positivos.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação – avançou com mais força. A expansão entre novembro e dezembro foi de 4,1%, pouco acima do numero anterior (+3,5%). O mesmo se deu no confronto com o dezembro de 2019, onde o incremento foi de 7,2%. Dessa forma, o setor voltou ao campo positivo, no acumulado do ano (+0,4%). Os respectivos números brasileiros foram: +0,7%, -2,3%, -7,1%.

Com o acréscimo na variação mensal da receita nominal, o Estado conseguiu subir do sétimo para o sexto lugar no ranking nacional do IBGE. Rondônia (+14,4%), Alagoas (+8,4%), e Amapá (+8,2%) despontaram na liderança. Em sentido inverso, Tocantins (-12,6%), Rio Grande do Sul (-2,3%) e Rio Grande do Norte (-1,4%) alcançaram os piores números de um rol com 19 desempenhos positivos.

Com a variação acumulada também positiva na receita nominal, o Amazonas conseguiu se segurar na segunda posição do ranking nacional. Foi novamente precedido por Mato Grosso do Sul (+0,9%) e voltou a ficar à frente de Rondônia (-0,2%). As maiores retrações, neste cenário, se situaram em Alagoas (-15,2%), Bahia (-14,4%) e Sergipe (-14,3%).

Serviços às famílias

No entendimento do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, mesmo na contramão da média nacional, e superando todos os outros Estados, o comportamento da atividade no Amazonas, demonstra que a demanda por alguns serviços foi “boa”, a despeito da pandemia. “Infelizmente, não temos como aferir com precisão qual área da atividade cresceu mais. É certo que àquelas voltadas às famílias, como alimentos prontos, medicamentos, delivery, cuidados pessoais e assistência médica; estão em alta”, afiançou.

Indagado sobre a eventual influência do peso comparativamente maior do auxílio emergencial no Estado, ou mesmo da atividade do PIM, para o descolamento do Estado no ranking nacional da pesquisa, Jaques argumenta que seria necessário um indicador próprio para medir o potencial de compras de serviços por parte desse grupo populacional e observa que o papel da indústria incentivada nessa conjuntura também não pode ser medido, pela falta de recortes do setor de serviços no Estado.

O pesquisador, contudo, levanta outra hipótese, ainda não submetida ao crivo de sondagens. “Mas, quem garante que as empresas industriais não estão investindo em manutenção e melhorias? Porque são elas que demandam os serviços e meu raciocínio é que elas podem estar demandando serviços, enquanto ‘as maquinas estão paradas’”, conjecturou.

Beleza e alimentação

Em texto postado no site da Agência de Notícias IBGE, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, observa que houve uma disseminação de taxas negativas no âmbito nacional, com quatro dos cinco setores mostrando recuo frente a 2019, em um cenário diverso do amazonense. “O principal impacto veio dos serviços prestados às famílias, que foi pressionado pela queda na receita dos restaurantes, hotéis, serviços de bufê e produção e promoção de eventos esportivos e atividades de ensino ligadas a cursos profissionalizantes, técnicos e autoescolas, por exemplo”, arrematou.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Manaus, Antônia Moura de Souza, apesar das dificuldades, o segmento de beleza conseguiu crescer 1,5%, ao final de 2020 e a quantidade de empresas que fecharam no decorrer do ano se limitou a uma dezena. As fusões, por outro lado, reduziram a base de pessoas jurídicas de 6.000 para 5.000. A expectativa para 2021 é crescer em torno de 1%, porque a área de beleza “não cai”, mas a dirigente admite que o panorama não é positivo, no curto prazo. 

Em depoimento anterior à reportagem do Jornal do Commercio, Fábio Cunha mencionou que, após os fechamentos de setembro e outubro, o relaxamento das medidas trouxe melhoras, mas houve queda de 50% no último bimestre de 2020, na variação anual. A expectativa era conseguir recuperar parte das perdas em dezembro, o que acabou sendo abortado pela segunda onda de covid-19 e as consequentes medidas governamentais de fechamento de lojas e toques de recolher, já na última semana do mês. 

Foto destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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