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Plataformas de e-commerce nacionais estão em desvantagem

O tráfego no e-commerce caiu 12,3% em fevereiro último, puxado pela retração no acesso aos marketplaces (-11,7%). Mesmo assim, os 10 maiores respondem por 50,4% do fluxo do comércio on-line do País, e oito entre eles são plataformas estrangeiras que, juntas, geraram 1,04 bilhão de visitas únicas no mês, segundo a Conversion (agência especializada em SEO, ou monitoramento de tráfego e mecanismos de busca no e-commerce). 

Os dados foram apresentados por um especialista do setor na reunião do Comitê de Avaliação de Conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada na última quinta-feira (25). A pedido da ACSP, os nomes dos participantes desta reunião não são divulgados. 

Depois dos bons resultados do fim de 2023 e de janeiro deste ano, o e-commerce registrou 2,34 bilhões de visitas únicas no total, número 1,2% menor do que o de fevereiro do ano passado, quando os acessos também haviam caído após o desempenho de janeiro.

Alguns fatores podem explicar essa queda, como retrações de setores que vinham de resultados positivos desde novembro – como o de turismo, que alcançou a marca de 240 milhões de acessos em janeiro último. Em fevereiro, porém, o indicador caiu 26%, uma queda muito forte comparada a igual período do ano anterior, de pós-pandemia. 

Sites de vendas de produtos infantis (-18,7%) e de eletroeletrônicos (-17%) também caíram significativamente em fevereiro, colaborando para puxar o resultado geral para baixo.

Mas o mais significativo foram os marketplaces, que viram seu tráfego diminuir e, mesmo com as visitas ultrapassando a casa do bilhão, este foi considerado o desempenho mais fraco desde setembro de 2023 (1,03 bilhões de visitas). Mesmo presentes entre os 10 maiores, que detêm metade da audiência do e-commerce no Brasil, as plataformas nacionais estão em desvantagem nesse mercado. 

Pelo levantamento, segundo o especialista, o líder Mercado Livre tem 14,1% de participação, seguido pela Amazon Brasil, com 7,7%, e pela Shopee, com 7,2%. Em 4º lugar vêm a OLX (4,9%), em 5º o Magazine Luiza (4,8%), em 6º a Shein (2,7%), em 7º o iFood (2,6%), 8º o Aliexpress (2,4%), em 9º Casas Bahia (2,3%) e 10º Samsung (1,7%). 

Ele chamou atenção, porém, para o fato de que apenas duas empresas do ranking da Conversion são nacionais (Magalu e Casas Bahia), totalizando 7,1% do tráfego. 

“Essa tendência de aumento da concorrência de empresas estrangeiras não é novidade, e vem praticamente desde os primórdios do e-commerce. Isto mostra o fortalecimento dos sites internacionais no setor e, infelizmente, não é uma boa notícia para o mercado nacional.” 

Mas o quadro pode mudar. Com a obrigatoriedade de incidência do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre a compra em sites internacionais, previsto na regulamentação da reforma tributária anunciada na última quarta-feira, o tributo deve ser recolhido pelos marketplaces estrangeiros. Se não recolher, o comprador brasileiro é que tem que pagar. “Com a reforma é que vamos ver como ficam essas grandes plataformas”, alertou um economista presente à reunião. 

CENTRO NA MIRA DO MERCADO IMOBILIÁRIO

As iniciativas de requalificação do Centro Histórico apoiadas pela ACSP, parceira da Prefeitura, e o anúncio do governo do Estado de que irá trazer e unificar sua sede administrativa na região dos Campos Elísios, fizeram o mercado imobiliário voltar os olhos para essa região da Capital paulista, destacou um especialista do setor que participou da reunião de Conjuntura. 

Ele lembrou que os incentivos para essa revitalização são grandes, mas a “velha luta contra a burocracia” continua um empecilho para aprovar os empreendimentos na velocidade que se gostaria. Mas o principal é que “o Centro da cidade de São Paulo está em franca recuperação”, afirmou. “Os lojistas têm relatado uma melhora significativa na segurança pública, na zeladoria… E o mercado imobiliário está olhando muito para isso.”

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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