Soluções para o polo de duas rodas. É o que promete a reunião a ser realizada nesta sexta-feira (29) com representantes do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares)
“A preocupação com o polo de duas rodas é real. O Mdic está conduzindo entendimentos com representantes do setor. O objetivo dessa reunião é uma busca para construir soluções. Não estamos insensíveis à crise pela qual o setor tem passado”, afirmou na quinta (28) o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, durante a abertura da reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa).
Ele defendeu que a má fase não é restrita à ZFM. Trata-e sim, de uma crise do modelo de comercialização brasileiro, com problemas generalizados de endividamento familiar e financiamento bancário.
“Não é segredo que o setor enfrenta grandes dificuldades de financiamento, crédito, e isso fez com que reduzisse as vendas”, queixou-se o diretor de relações institucionais da Moto Honda, Paulo Takeuchi.
Ele conta que há cerca de um mês, representantes do segmento já conversam de forma intensiva com o governo federal em busca se soluções.
A abertura de crédito bancário foi apontada como o principal pleito do setor. “Eventualmente, algumas ações como a redução do Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) também poderiam ajudar. De qualquer forma, essas negociações precisam acontecer”, disse.
O ministro interino do Mdic, Alessandro Teixeira, ponderou que não sairá da reunião com uma solução pronta sobre a questão do financiamento. “Não podemos dar um prazo para concluir os estudos, mas queremos que seja o mais rápido possível. O governo está comprometido em entender as dificuldades do setor, levar as reivindicações para Brasília e estruturar um plano”, adiantou.
Medidas
Alessandro Teixeira destacou ainda, medidas já tomadas pelo governo federal para socorrer’ o PIM, como o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para motocicletas e produtos da linha branca – fornos microondas e condicionadores de ar– e o novo pacote de compras governamentais anunciado esta semana pela presidente Dilma Roussef com investimentos que ultrapassam R$ 8 bilhões.
“Vários desses investimentos impactam a ZFM como a compras de motocicletas que soma R$ 22 milhões”, exemplificou.
Thomaz Nogueira acrescentou, entre as medidas, a alteração do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para o tratamento dos importados. “Acontece que todas as medidas têm algumas regras, como a noventena, e a anterioridade da lei, que não permitem que elas entrem em vigor imediatamente. De qualquer forma, já sinalizam para o mercado que por exemplo, a partir de janeiro muda a regra do ICMS do importado, fazendo com que as empresas já se adaptem para a nova situação”, ponderou.
Projetos
Durante a reunião do CAS foram aprovados 50 projetos industriais (22 de implantação e 28 de ampliação, atualização e diversificação) totalizando US$ 1,18 bilhão em investimentos e geração de 1.359 novos postos de trabalhos nos próximos três anos.
Entre os projetos, destaque para a produção de câmeras digitas da Canon, com investimentos fixos de US$ 1,1 milhão e criação de 117 postos de trabalho e parao projeto da Cal Comp com investimentos fixos de US$ 224,9 milhões e geração de 151 empregos para fabricação de unidades acionadoras de disco magnético rígido.
Entre os projetos de diversificação , aparecem a Philco Electronic com US$ 9.2 milhões para produzir tablets; e a LG Eletronics com investimentos fixos de US$ 9.2 milhões para fabricar Televisores com tela de O-led (LED orgânico).
