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Pouco faturamento em meio à euforia

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Com o projeto do ‘Distrito 3’ próximo de se tornar realidade e o aumento do interesse de grandes grupos estrangeiros em investir no complexo, o polo naval está a pleno vapor, mas o faturamento não acompanha a euforia. De acordo com os indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), entre julho e setembro deste ano (dado mais recente da autarquia), o setor já amarga retração de quase 70%.
Segundo os dados, o segmento iniciou o ano com faturamento de US$ 6,54 milhões, em janeiro. Em junho atingiu seu melhor desempenho com US$ 8,69 milhões e manteve praticamente o mesmo nível no mês seguinte com US$ 7,80 milhões faturados. A partir daí, iniciou uma curva decrescente passando a registrar ganhos de apenas US$ 2,49 milhões em agosto (68,07% a menos em relação a julho) e de US$ 2,37 milhões em setembro (queda de 69,61% na mesma base comparativa).
Isoladamente, o faturamento de agosto encolheu 67,45% em relação ao mesmo período do ano passando, enquanto a retração de setembro foi de 58,42% no comparativo com o mesmo mês de 2011.
Já o faturamento de US$ 53,09 milhões, acumulado entre janeiro e setembro deste ano, anota perda de 21,72% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
“O setor naval no Amazonas esta passando por uma nova ordem de reestruturação além do processo de adequação de seu parque fabril”, justificou o presidente do Sindnaval (Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas), Matheus Araújo.
O dirigente explica que, nos últimos meses, as construções que dependem de fundos de financiamento como o FMM (Fundo de Marinha Mercante), têm sofrido com mudanças no processo de repasse do dinheiro, o que atrasa a entrega das embarcações e consequentemente, afeta o faturamento das empresas.
“O estaleiros esperam até seis meses para receber suas parcelas da entidade financeira (BNDES) e existem casos em que a embarcação fica pronta e não sai uma parcela sequer”, queixou-se.
A sugestão do banco, segundo ele, é que o estaleiro, entregue a embarcação contratada, para ser ressarcido futuramente pelo fundo. “Mas nó sabemos que não temos estaleiro em Manaus com esta capacidade de bancar a construção de uma balsa de grande porte, sem um subsidio de entrada”, explanou.
Ele diz que a atitude da instituição é uma resposta às irregularidades cometidas anteriormente por donos de embarcações financiadas, que refletem agora no faturamento do próprio setor.
“Além disso, existem as construções informais que, uma vez contabilizadas, certamente transformariam a curva decrescente em uma semi-reta. Estamos trabalhando para combater esta pirataria e impedir que ela reflita na estatística do setor naval”, completou.
Apesar dos entraves, o representante do sindicato diz esperar um desempenho melhor em novembro e dezembro deste ano e um crescimento de 6% para o próximo ano.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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