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Polo químico aumenta faturamento em 64,57% entre janeiro e abril

O polo químico do Amazonas faturou 64,57% mais no primeiro quadrimestre do ano, com US$ 1.2 bilhão (2010) contra US$ 786 milhões (2009), segundo indicadores fornecidos pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Os números indicam superação dos meses de crise vividos no mesmo período do ano passado, quando o segmento encolheu 16,94% em relação ao mesmo intervalo de 2008.
O presidente do Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Manaus e presidente da Federação das Indústrias, Antonio Silva, lembra que parcela significativa da indústria química está concentrada no segmento eletroeletrônico do PIM (Polo Industrial de Manaus) e que, portanto, o resultado só poderia ser de alta, principalmente em ano de Copa do Mundo. Puxado pelas vendas de TVs, celulares, o polo eletroeletrônico avançou 75,58% de janeiro a abril deste ano, passando de US$ 1.98 bilhão (2009) para US$ 3.47 bilhões (2010).
Já o diretor de negócios da White Martins Gases Industriais do Norte S/A, Paulo Baraúna, atribui o bom desempenho das fábricas instaladas em Manaus ao forte crescimento da indústria naval na região e ao desenvolvimento de projetos de infra-estrutura e construção civil, a exemplo da construção do gasoduto Coari-Manaus e da ponte sobre o Rio Negro.
Conforme Baraúna, a companhia está apostando alto para atender ao crescimento da demanda, com aportes na expansão da capacidade de produção e da competência logística para atender o mercado com mais agilidade e confiabilidade. “A empresa sempre acreditou no desenvolvimento do Polo Industrial de Manaus e do setor químico da região, que tem demonstrado que estar se recuperando da crise econômica mundial. Prova disso foi o investimento de R$ 40 milhões que e empresa fez na construção de uma nova fábrica no PIM, que já está em operação desde maio deste ano. Nosso objetivo é crescer em torno de dois dígitos até dezembro”, afirmou.

Outros produtos

Por outro lado, o gerente administrativo da Hisamitsu Farmacêutica do Brasil, Hisamitsu Yano, considera que o polo químico está estável e não observou nenhum crescimento na área de atuação da companhia. O dirigente destacou que os dados da Suframa são relevantes, mas avalia que o crescimento deve estar sendo impulsionado por outros produtos que não sejam os farmacêuticos.
Paulo Baraúna salientou que a segunda fábrica de gases industriais permitirá que a empresa aumente sua capacidade de produção de oxigênio e nitrogênio no Amazonas. Disse também que os produtos que mais tiveram êxito de vendas nesses primeiros meses do ano foram o oxigênio voltado para o mercado medicinal e industrial, lembrando que o produto é voltado principalmente para os segmentos naval, metal-mecanico, eletroeletrônico e de duas rodas. Outro item que teve bom desempenho foi o argônio, voltado principalmente para o setor de duas rodas.
O diretor de negócios informou que a White Martins continuará desenvolvendo soluções personalizadas para as exigências do PIM, com investimento em tecnologia e plantas automatizadas. “Estamos participando de projetos de infraestrutura visando a Copa de 2014, que é outro fator que está colaborando para o crescimento da região”, adiantou.

Segmento é o segundo em importância para formação do PIB industrial do país

O polo químico é o segundo em importância para a formação do PIB industrial do Brasil, sendo que a manufatura brasileira está entre as dez maiores do mundo. O setor emprega 300 mil pessoas e é um dos maiores exportadores industriais do país.
Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), o segmento de produtos químicos de uso industrial fechou o primeiro quadrimestre de 2010 com altas de 15,83% (produção) e de 14,66% (vendas internas). Na comparação dos últimos 12 meses, os índices foram positivos em 11,42% e 3,14%, respectivamente. A entidade atribui os resultados à recuperação do mercado interno e à base de comparação deprimida pela crise no ano anterior.
A associação avalia que o crescimento econômico do país, a expansão da indústria de base renovável e o aproveitamento das oportunidades a serem criadas pelo pré-sal, bem como a reversão do déficit na balança comercial de produtos químicos, podem elevar os investimentos na indústria química brasileira US$ 167 bilhões até 2020. “Esses investimentos poderiam criar mais de dois milhões de empregos e colocar o Brasil na liderança mundial em química verde”, salientou a entidade, por meio de texto distribuído à imprensa.

Balança comercial

O Brasil importou mais de US$ 2.6 bilhões em produtos químicos em maio, valor 11,8% superior ao de abril. Em relação a maio de 2009, o crescimento é de 44%. As exportações, que somaram US$ 1.08 bilhão, tiveram incremento de 4,6% ante abril e de 39,2% frente a maio do ano passado.
No acumulado do ano, até maio, as compras externas de produtos químicos superam US$ 12.3 bilhões, o que representa aumento de 40,3% em relação ao mesmo período de 2009. As exportações, que alcançaram US$ 5,1 bilhões, apresentaram cres­ci­mento de 39,1%, na mesma comparação. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até maio, foi superior a US$ 7,2 bilhões, valor 41,1% acima do apurado em igual período de 2009.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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