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Páscoa favorece pequenos negócios em Manaus

Apesar dos ovos de Páscoa industrializados estarem entre os “queridinhos” nesta época do ano, a produção do produto na forma artesanal segue de vento em popa e também ganha preferência para quem quer adquirir o item com uma variação maior de sabores. Pequenos negócios que atuam na fabricação dessas marcas tem grande expectativas em relação às vendas na Páscoa.

A proprietária da empresa Joko Doces&Doces, Josielle Valente, está encarando uma rotina bastante acelerada  no quinto ano de Páscoa da empresa. Esse ano, devido ao aumento no valor dos insumos, ela precisou reajustar os custos de alguns produtos e repassar para o consumidor. Mas nada que esfrie a demanda e as encomendas da empresa. “Estamos com uma boa expectativa. Eu acredito que terei que recorrer a promoções nesses últimos dias para dar mais fôlego aos pedidos”. 

Este ano a empresa está trabalhando com ovos de colher no tamanho 250g, onde o peso varia entre 450g a 500g dependendo do recheio. Entre os sabores estão ovo chocolatudo, ninho cremoso, ninho com nutella, ovo duo e ovo da felicidade, especialidade da casa onde acrescenta o brigadeiro, brigadeiro branco, morangos em pedaços finalizados com brigadeiros e morangos inteiros. “A cada ano o sabor mais pedido tem alterações, ano passado o mais pedido foi laka oreo”. Ela lembra ainda que a empresa produz também os ovos tradicionais, além de caixa com brigadeiros para presentear e bolo de chocolate.

Tayana Garcez, proprietária da Mc’Cakes Confeitaria, também aposta na versão artesanal. “Os ovos artesanais tem sido uma boa opção para quem quer comprar ou presentear nessa Páscoa, a procura dele tem sido bem grande em todo esse nicho. Além disso, o chocolate saudável é uma ótima alternativa para quem tem vários tipos de restrição alimentar.

Na nossa cozinha, não costumamos produzir em alta escala, mas nós adaptamos a necessidade de cada cliente quando possível”. 

Este ano ela estipulou uma meta a ser cumprida em comparação ao ano passado que teve um ótimo retorno. “A expectativa para o ano de 2022 são bem esperançosas, mesmo em meio a um momento delicado que estamos passando, com custo elevadíssimos de matéria prima, a confeitaria tem altas expectativas de inovações, como vemos hoje no mercado a sensação que está sendo  os famosos Bentôs Cakes, na tradução: Bolo na Marmita, que tem ganhando todo dia o gosto do público”. 

A média de preços dos ovos está entre R$ 60 a R$ 110. Os sabores mais tradicionais, chocolate meio amargo e ninho com nutella estão no pedido de todos.

A empresa Alfajor da Thaís, segue a tendência de produção de ovos artesanais. A microempresária Thaís Christine Guimarães, confessou que os pedidos estão superando as expectativas. Ela tinha feito um planejamento para vender 100 ovos de colher, 100 trios degustação e uns mini ovos,precisou fechar a agenda, pois esses números praticamente duplicaram.

“Ano passado foi bem delicado, pois por conta do isolamento e das medidas de fechar o comércio, as coisas ficaram bem devagar, não ficaram ruins, mas não foi como o esperado. Mas, em contrapartida, acredito que por conta disso, os consumidores passaram a ter mais consciência/conhecimento de que ovos artesanais saem muito mais em conta que os de supermercado, pois são sabores diferentes, vem mais recheios e alguns são personalizáveis, como os bentô ovo”, pontuou. 

Segundo ela, os valores variam de R$ 35 a R$ 70, tendo opção de ovo de 100g (R$ 35), que foi implementado de última hora, porque algumas pessoas não conseguiram encomendar ovos maiores, e os de Universo e Pistache, um é pintado a mão e tem as cascas trufadas com recheio de ninho e geleia de morango e o outro é de colher. 

“Mas a sensação mesmo, são os bentôs ovo (R$ 50) onde o cliente escolhe a frase e o desenho que gostaria. Esse sai muito para presentear”. 

Ela acredita que mesmo sendo o ao leite, por se tratar de produto artesanal é mais saudável que qualquer industrializado.

Driblando a crise

Dados do Sebrae indicam que o número de pequenos negócios que atuam nesse mercado  de produtos derivados do cacau e chocolates cresceu durante a pandemia da Covid-19.  De acordo com levantamento a partir de dados do CNAE, registrados pelo Ministério da Economia, houve um incremento de 57% na abertura de novos negócios nesse segmento em 2021 quando comparado ao resultado de 2019.

A analista de Competitividade do Sebrae, Mayra Viana, avalia que esses números são resultado das características do setor. “Por um lado, temos um contingente de empreendedores que normalmente elaboram produtos (ex. ovos, bombons) a partir da barra de chocolate comprada pronta, em sua própria casa, sem grande necessidade de máquinas e equipamentos. Aqui, estão incluídos também os doceiros ocasionais, que buscam uma renda extra em determinadas épocas do ano, como a Páscoa”, comenta Mayra. “Esses empreendedores não enfrentam grandes barreiras de entrada, o que tem levado a um crescimento muito significativo, principalmente na categoria do microempreendedor individual”, acrescenta a analista. Segundo ela, os empresários que mais se destacam nesse ramo são aqueles com produtos criativos, personalizados, que mantém uma boa comunicação com os clientes e apresentam custo-benefício adequado.

Mayra lembra que existe ainda um outro perfil de empreendedor, que tem buscado implementar processos mais sofisticados, como as empresas que trabalham com chocolates bean-to-bar (que produzem o doce a partir da amêndoa do cacau e buscam um nicho de mercado mais exigente). Esses negócios contam com profissionais altamente qualificados, valorizam a origem da matéria-prima e ofertam chocolates premium.

Páscoa de oportunidades

Com a proximidade do domingo de Páscoa deste ano, marcado para o dia 17 de abril, os donos de pequenos negócios que atuam no setor já estão mobilizados para lançar catálogos especiais, iniciar encomendas e divulgar seus produtos nas redes sociais.

A analista do Sebrae avalia que o mercado está otimista para o aumento das vendas esse ano e atento à oferta de mix de produtos.  “Esse é um momento de presentear e reunir com os amigos e familiares. Os empreendedores precisam ficar atentos aos formatos de cestas especiais e kits que sempre agradam e que ganham ainda mais destaque quando trazem novidades e alimentos diferenciados, com combinação de produtos especiais”, recomendou.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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