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Manaus volta a ter a 3ª cesta mais cara

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O custo da cesta básica de Manaus continua baixando nos cinco últimos meses, mas voltou para a 3ª colocação entre as mais caras do país. Em setembro o valor ficou em R$ 304,33, uma redução de 0,47% em relação ao mês anterior, quando registrou R$ 305,78. Em contrapartida, apresentou um aumento de 5,74% em relação ao custo de R$ 287,82 registrados em setembro do ano passado, de acordo com a pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada na quinta-feira (3).
O Açúcar foi o grande vilão entre os 12 produtos pesquisados ao apresentar a maior alta no mês, 4,22% elevando o quilo do produto para R$ 1,73. Esse comportamento atípico impediu uma redução maior no custo da cesta básica da capital amazonense.
Segundo análise do supervisor técnico do escritório regional do Dieese no Amazonas, Inaldo Seixas, o açúcar apresentou retração em 14 das 18 cidades onde a pesquisa foi realizada. Nas quatro cidades onde houve alta no preço do produto, incluída Manaus, este aumento pode estar motivado por desequilíbrio pontual nos estoques.
“Os preços do produto apresentam predominância de queda, condicionados pelo aumento da oferta no mercado nacional, refletindo os bons resultados da safra e também as desvalorizações consecutivas dos preços internacionais”, disse Seixas.

Reflexo no ICMS

O desequilíbrio no comportamento do preço do açúcar ocorreu devido ao reflexo da revogação do incentivo fiscal do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 1% para 17% nos produtos da cesta básica que causaram o aumento de até 30% em alguns itens básicos de alimentação ao consumidor. O incentivo estava previsto no Artigo 26 da lei 2.826 de 29 de setembro de 2003, que foi revogado em janeiro pelo governo do Estado.
Segundo o gerente da empresa Empacotadora Amazonas, Maurício Lira o aumento no preço do açúcar na capital amazonense foi repassado apenas em setembro, quando o estoque do produto foi renovado já com a cobrança de 13,5% de ICMS na entrada do produto.
“Nosso estoque estava alto desde novembro do ano passado, quando efetuamos a última compra do ano. E decidimos esperar por um bom preço, mas a procura caiu e ficamos com o produto estocado durante todo o primeiro semestre. Quando voltamos a repor o estoque foi que nos deparamos com a cobrança do imposto na entrada e tivemos que repassar para os distribuidores”, explicou Lira.

Comportamento dos preços na capital

Na capital amazonense, seis produtos recuaram seus preços e cinco apresentaram aumento no mês analisado e um se manteve igual, influenciando o custo total da mesma que ficou -0,47% mais barata no mês. A Farinha -8,43% foi o produto que apresentou maior redução no mês seguido do Feijão -6,93%, do Tomate -2,86%, do Café -2,2%, do Arroz -1,12% e do Óleo -0,93%. O Açúcar 4,22% foi o produto que apresentou a maior alta no mês seguido do Pão 2,97%, da Carne 2,8%, da Banana 2,5% e do Leite 1,41%.
Em setembro, o preço da farinha manteve o comportamento verificado nos últimos meses e ficou mais barato em Manaus pelo terceiro mês consecutivo. Entretanto, no mês de setembro se verifica uma redução significativa em comparação com os meses anteriores. Este movimento dos preços esta relacionado com o aumento da oferta do produto para o mercado consumidor.
O feijão teve uma expressiva redução no mês de setembro em Manaus e ficou mais barato em 14 das 18 capitais onde o Dieese realizaou a pesquisa. Os preços do feijão vêm desacelerando por conta da oferta no mercado da produção da terceira safra e diminuições na demanda em decorrência de aumento de preços anteriores No entanto, ainda acumula alta no ano de 22,18% e nos últimos 12 meses variou 21,42%.

Custo família

O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 912,99 durante o mês de setembro. Esse valor equivale a aproximadamente 1,35 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 678,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família foi de R$ 917,34.
Em setembro, um trabalhador que ganha um salário mínimo em Manaus comprometeu 48,79% de seu rendimento líquido -R$ 623,76, após o desconto de 8% referente à contribuição previdenciária – com a aquisição dos alimentos básicos. Em agosto o comprometimento foi de 49,02%. Este mesmo trabalhador precisou trabalhar 98 horas e 45 minutos para comprar a cesta básica em setembro. Em agosto a jornada exigida era de 99 horas e 13 minutos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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