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Manaus cresce e se projeta no cenário cosmopolita

Manaus já é uma cidade cosmopolita. E, como tal, apresenta os mesmos problemas urbanos de qualquer grande centro do País, como os encontrados no Sul e Sudeste, em tese mais avançados e infraestruturados economicamente. É o retrato de cada região do Brasil, com todas as suas mazelas e riquezas contrastando de acordo com as suas especificidades.

Porém, a capital do Amazonas experimenta uma expansão jamais vista em sua história, corroborando para o aumento dos investimentos imobiliários, voltados exclusivamente para cada nicho de clientes, desde os menos aquinhoados até os de alto padrão, atendendo às exigências da população de maior poder aquisitivo.

Ao contrário de outras épocas, os negócios migraram do Centro para as áreas mais periféricas. Conjuntos habitacionais se erguem em áreas antes muito desvalorizadas, mas que agora ocupam uma posição mais favorável no mercado consumidor.

“O setor já registra um crescimento de pelo menos 50% neste ano, apesar dos abalos na economia por conta da Covid-19, superando as previsões. Agora, o cenário promete ganhar cada vez mais fôlego”, avalia o corretor Eugino Sato, que vende e aluga imóveis para uma imobiliária em Manaus. “E a tendência é o mercado ficar mais aquecido”, acrescenta ele.

Os condomínios se expandem em todas as áreas da cidade, concentrando a densidade populacional em pontos estratégicos para alavancar a venda de empreendimentos, principalmente nas zonas norte e leste, mais periféricas em relação à parte central da capital do Estado.

“Juntei muito dinheiro para comprar um imóvel. E, hoje, realizei meu sonho. Peguei parte do FGTS para dar entrada na casa em uma área muito valorizada de Manaus. As ofertas estão muito convidativas, facilitando a venda”, conta o advogado Lauren Silva, que detém um escritório junto com a esposa no centro da capital. “Melhor esperar o momento mais oportuno para investir”, recomenda ele.

Hoje, bairros como a Cidade Nova, Nova Cidade, na zona norte, e a região do São José, Mutirão, Amazonino Mendes, entre outros na zona leste, são os que mais se expandem, segundo corretores. Eles possuem vida própria, reunindo todas as condições para funcionar de forma independente da área central da cidade.

Por lá, operam grandes redes de supermercados, há agências bancárias diversificadas, enfim, toda uma infraestrutura urbana montada e solidificada, que não depende de outras regiões para funcionar normalmente, salvo algumas exceções.

A Ponta Negra detém um dos metros quadrados mais caros de Manaus

“Não preciso sair da Cidade Nova para comprar qualquer coisa ou usufruir de algum serviço. Aqui, encontro tudo de que preciso”, diz a dona de casa Marluce Costa, que vive no bairro desde praticamente a sua fundação, que não faz muito tempo.  

A Ponta Negra detém um dos metros quadrados mais caros de Manaus (R$ 6.248), só perdendo para Adrianópolis (R$ 6.358). No terceiro lugar, figura o Aleixo (R$ 6.221). 

Balanço

Os últimos números apontam que Manaus foi a capital do Brasil em termos de preços de venda de imóveis residenciais, relativos a agosto, segundo o Índice Fipezap+, que acompanha o comportamento dos negócios residenciais em 50 cidades brasileiras.

A capital do Amazonas já registrou um reajuste de 5,83% no ano, e de 12,03% nos últimos 12 meses. O preço médio do metro quadrado na cidade subiu para R$ 6.187. De acordo com o índice Fipezap+, os bairros com variação nos preços do metro quadrado de imóveis residenciais são Ponta Negra, Adrianópolis e Aleixo. Os que tiveram maior valorização no mês de agosto foram Centro, Aleixo e Adrianópolis.

Na média nacional, o índice Fipezap+ registrou um aumento de 0,44% em agosto de 2023, após avançar 0,41% no mês anterior. O incremento mensal foi mais expressivo nos preços de venda de imóveis com apenas um dormitório (+0,54%), contrastando com a alta relativamente menor no valor de unidades dotadas de dois dormitórios (+0,35%). Comparativamente, o IGP-M/FGV exibiu uma deflação de 0,14% em agosto, enquanto a prévia do IPCA/IBGE, dada pelo IPCA-15/IBGE, destacou uma inflação ao consumidor de 0,12%.

Superando variações acumuladas

Na análise dos últimos 12 meses até agosto, na média nacional, o índice acumula uma alta nominal de 5,44, superando assim as variações acumuladas pelo IGP-M/FGV (-7,20%) e pelo IPCA/IBGE* (+4,66%) no mesmo horizonte temporal.

A valorização foi maior, neste caso, em imóveis residenciais com apenas um dormitório (+6,92%), contrastando com a alta menos expressiva entre unidades com quatro ou mais dormitórios (+4,07%). Individualmente, 49 das 50 cidades monitoradas registraram aumentos nos preços em suas respectivas localidades. 

O preço médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo índice foi de R$ 8.584 o metro quadrado (m2). Imóveis com um dormitório se destacaram pelo preço médio de venda relativamente mais elevado (R$ 10.125/m2), contrastando com o menor valor de unidades com dois dormitórios (R$ 7.721/m2).

Entre as capitais monitoradas, Vitória (ES) apresentou o valor médio por metro quadrado mais alto na amostra mensal (R$ 10.626/m2), sendo seguida por São Paulo (R$ 10.528/m2), Florianópolis (R$ 10.448m2), Rio de Janeiro (R$ 9.929/m2), Curitiba (R$ 8.862/m2) e Brasília (R$ 8.850/m2).

Comparativamente, entre as capitais monitoradas com menor preço médio amostral, destacaram-se: João Pessoa (R$ 5.676/m2), Campo Grande (R$ 5.700/m2), Salvador (R$ 5865/m2), Manaus (R$ 6.187/m2) e Porto Alegre (R$ 6.547/m2).

Marcelo Peres

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