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Janeiro teve 772 vagas a menos

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Ao contrário do mercado de trabalho nacional, que registrou o melhor saldo de emprego no mês de janeiro em seis anos, o Amazonas começou 2018 perdendo vagas com carteira assinada. Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta sexta-feira (2), entre contratações e demissões, janeiro fechou com saldo de menos 772 postos de trabalho em todo o Estado. Apesar de negativo, o volume é quase metade na comparação com a igual período de 2016.

Os setores que registraram as maiores perdas foram o comércio e construção civil, que juntos finalizaram quase 1,5 mil vagas no período. Por outro lado, um setor que obteve bom resultado foi a indústria de transformação com a abertura de 884 novos empregos, aquecido pelas produções para abastecer o mercado no ano de Copa do Mundo.
O economista e presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco Mourão Júnior, explicou que apesar da reação econômica comprovada pelo aumento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, leva-se tempo para que as atividades aqueçam e contratem. “A primeira reação do mercado é absorver e depois estabilizar. Mas de maneira geral, o crescimento do PIB em 2017 vai estimular novas contratações ao longo de 2018”, prevê.

De acordo com o Caged, houve 10.906 admissões contra 11.678 demissões nesse período no Amazonas. Com menos 772 vagas, o Estado fechou o primeiro mês do ano com variação de -0,20%, em relação ao quantitativo de trabalhadores que atuaram com carteira assinada em dezembro de 2017.

Apesar de negativo, o resultado é inferior a janeiro de 2016, quando o saldo entre contratações (10.562) e rescisão (11.988) chegou ao volume de -1.426 postos de trabalho. Em relação aos últimos 12 meses o Amazonas também fechou com saldo negativo. No período, foram 132.348 admissões contra 132.442 desligamentos, o que representa saldo de -94 vagas.

Saldo negativo

Segundo o Caged, os principais setores que geraram saldo negativo no mês de janeiro foram comércio e construção civil. Liderando a lista, o setor comercial contabilizou 3.002 admitidos e 3.795 demissões com saldo de 793 desligamentos no período, puxado pelo comércio varejista.A retração foi de 0,83% frente ao mês anterior. Já nos últimos 12 meses o setor teve saldo positivo de 2.418 vagas.
“O comércio está ligado ao consumo e embora tenhamos menores taxas de juros e inflação, a sensação do consumidor ainda é de cautela porque o índice de desemprego é alto. Com essa queda de consumo, o setor abriu poucas vagas para os trabalhadores temporários e os contratos encerraram em janeiro”, disse Mourão Júnior.

A construção civil foi o segundo segmento com maior número de vagas de emprego encerradas com -691. Ao todo, o setor contratou 571 pessoas e demitiu 958 em janeiro. A variação foi de -3.49% em relação a dezembro de 2017. Já nos últimos 12 meses, o número de vagas encerradas chegou a 1.419 e retração de 6,92%.

“Na verdade, a construção civil tem apresentado índices negativos desde início da crise. Mas com a retomada do programa MCMV (Minha Casa Minha Vida) do governo federal, a expectativa é que o setor melhore, crie demanda e gere empregos”, projeta o especialista.

Além desses, o setor agropecuário também fechou janeiro com saldo negativo. No primeiro mês do ano, foram criados 94 novos postos de trabalho no Estado e 316 desligamentos com saldo de -222 vagas. Já em 12 meses, houve 2.067 admissões contra 2.305 demissões, saldo negativo de 236 empregos. A retração foi de 5,77%.

Indústria lidera alta

A pesquisa mostra ainda que a indústria de transformação, estimulada, principalmente, por material elétrico e de comunicações foi o setor que mais criou postos de trabalho no Amazonas. Em janeiro houve 3.147 contratações e 2.303 demissões, o que equivale ao saldo de 844 novos postos de trabalho no pátio industrial. A variação foi de 0,86% se comparado ao mês anterior. Por outro lado,nos últimos 12 meses, o número de vagas encerradas chegou a 802 e retração de 0,80%.

“Já o PIM (Polo Industrial do Amazonas) está aquecido desde o ano passado, puxado pela maior produção de televisores para abastecer o mercado nacional em ano de Copa do Mundo”, finalizou o presidente do Corecon-AM.
O setor de serviços também aparece na lista das atividades com bom desempenho em janeiro apontou o Caged. No período foram 3.949 contratações e 3.908 demissões com saldo de 41 vagas. Já as atividades extrativa mineral e administração pública encerraram o período com saldo positivo de 36 e 12, respectivamente.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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