Pesquisar
Close this search box.

Indústria amazonense encolhe e, há três anos, já é menor que a do Pará

https://www.jcam.com.br/Upload/images/Noticias/2019/1Sem/06Jun/07/industria%20PIM%2012121212.jpg

A indústria amazonense encolheu nos últimos anos e, já em 2015, chegou à segunda posição em termos de pessoal ocupado (92.788) entre as unidades federativas da região Norte, sendo ultrapassada pelo Pará (98.101). O número de unidades também caiu, assim como outras variáveis, embora a receita líquida e os valores brutos de produção e remunerações tenham voltado a crescer em 2017.  

Os dados estão na PIA-Empresa (Pesquisa Industrial Anual Empresa), divulgada nesta quinta (6). A sondagem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visa identificar as características estruturais básicas do setor no país e suas transformações no tempo.

O contingente da indústria amazonense despencou desde 2013, quando havia contabilizado 139.027 trabalhadores em suas empresas. No ano seguinte, ainda no período pré-crise, o total já era de 129.368. Nos anos seguintes, a trajetória de queda seguiu ininterrupta em 2015 (104.322) e 2016 (93.461), até atingir 92.788 em 2017 – o menor valor em dez anos antes –, levando o Amazonas à 14º posição em todo o país.

As demissões vieram acompanhadas pelo recuo no número de unidades locais do setor industrial do Amazonas, que caiu 14,18% entre 2013 e 2017, de 1.269 para 1.089. Em relação às unidades da federação pesquisadas pelo IBGE, o Estado é o sexto com o menor número de empresas do setor – Roraima (137) está em último lugar.

Os salários e outras remunerações pagos pelas indústrias amazonenses alcançaram R$ 3,8 bilhões em 2017, após dois anos seguidos de quedas: de R$ 4,19 bilhões (2014) para R$ 4,07 bilhões (2015) e R$ 3,62 bilhões (2016). O Amazonas ficou em 12ª lugar no ranking nacional nesse quesito.

O mesmo ocorreu com as receitas líquidas de vendas (receita bruta menos os impostos), que aumentaram de R$ 78,7 bilhões para R$ 85,9 bilhões na passagem de 2016 para 2017, após dois anos de retrações. Com isso, o Estado ficou na nona posição em todo o país.

O valor bruto da produção industrial alcançou R$ 81,3 bilhões, maior que em 2015 (R$ 79,5 bilhões) e 2016 (R$ 72,1 bilhões). Já o valor da transformação industrial (valor bruto menos o custo das operações industriais) alcançou R$ 37,4 bilhões em 2017, o maior valor da série desde 2007. O Amazonas ficou em nono lugar em ambas variáveis.

Corte por segmento

Entre as 1.089 unidades do Amazonas contabilizadas em 2017, 14 eram extrativas e 1.074 de transformação. O segmento alimentício liderava o número de unidades (187), sendo seguido de borracha e plástico (102). Em postos de trabalho, “equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos” (25.605) ficam em primeiro lugar, sendo seguidos por “equipamentos de transporte, exceto veículos automotores” (15.224) e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” (7.684).

Os maiores valores brutos em termos de salário foram pagos pelo subsetor de “equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos” (quase R$ 971,99 milhões), seguida de “equipamentos de transporte, exceto veículos automotores” (quase R$ 856,48 milhões). As mesmas lideraram o valor bruto da produção industrial com cifras superiores a R$ 34,26 bilhões e R$ 10,29 bilhões, respectivamente.

“Mais com menos”

Em relação à perda da posição do Amazonas de maior empregadora do Norte, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, pondera que as plantas industriais amazonenses são muito distintas, das do Pará. “Lá, eles ocupam mais pessoas por necessidade. Aqui, há formas de reduzir o pessoal ocupado, substituindo por máquinas ou reduzindo turnos”, explicou.

O representante do IBGE chama atenção para o fato de que 2017 mostrou as empresas amazonenses com praticamente a mesma receita de vendas dos anos anteriores, mas com postos de trabalho reduzidos. “Vemos uma indústria que fez o mesmo com menos. A julgar pelos números, vemos que isso já vinha ocorrendo nos últimos anos”, destacou.

Esperança na retomada

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), e também presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo concorda em termos. O dirigente salientou ao Jornal do Commercio, durante o intervalo de uma reunião de diretoria da Fieam, que os números da indústria entre 2013 e 2017 não surpreenderam.

“Foi o período mais agudo da crise, com quedas previsíveis em produção, empregos e faturamento. Não vejo nenhum número positivo nesse período. Mas, temos esperanças de que, apesar de todas as dificuldades políticas e econômicas deste ano, as coisas se encaminhem para uma solução. Estamos reunidos aqui para, entre outras coisas, reforçar essa convicção”, finalizou.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar