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Em clima de eleições, Bolsonaro vem pela 4ª vez a Manaus

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) veio pela quarta vez ao Amazonas (só este ano) já em clima de eleições. Desde terça-feira (26), cumpriu uma extensa agenda em Manaus. Participou de cultos religiosos, manteve encontro com correligionários, entre eles, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. E voltou a criticar as medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia no País que, segundo ele, deixaram na miséria pelo menos 36 milhões de brasileiros.

Ontem, ao discursar na Conferência Nacional da Assembleia de Deus, no Centro de Convenções Vasco Vasques, zona centro-sul de Manaus, Bolsonaro atacou o governo petista que por 12 anos consecutivos comandou os destinos do País, uma clara alusão de que a corrida eleitoral pela presidência, em 2022, deve mesmo polarizar entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo analistas políticos. Na mira dos ataques também esteve o ex-candidato à presidência Fernando Haddad (PT).

Tendo no palanque do Centro de Convenções o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), Bolsonaro fez declarações bombásticas sobre a pandemia, minimizando as mais de 600 mil mortes no Brasil pelo novo coronavírus. E ressaltou que não entendia o medo da população em se infectar pela Covid-19.

“Sabemos de uma coisa, mas parece que as autoridades não sabem. Todos nós vamos morrer um dia. Parece que algumas pessoas vão ter a vida eterna. Não. Muito pelo contrário.  Uma passagem bíblica diz: ‘nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna”, afirmou o presidente da República, uma declaração muito apropriada para um evento religioso.

Bolsonaro ainda abordou questões sobre identidade de gênero e família tradicional. E disse que a administração petista influenciou o comportamento dos jovens. “O Brasil de amanhã é o que vamos fazer hoje. Não pode delegar essa responsabilidade para uma só pessoa. Como estaria o Brasil se aquele que perdeu para nós em 2018 tivesse sentado na cadeira presidencial? Aquele que ficou 12 anos à frente do Ministério da Educação que nos deixou hoje uma juventude que não sabe nem uma tabuada”, acrescentou, numa clara referência a Fernando Haddad, o candidato de Lula nas últimas eleições presidenciais.

Ao lado do presidente, o governador Wilson Lima agradeceu os investimentos do governo federal na saúde e segurança pública. “A vinda do presidente aqui no Estado do Amazonas é um reconhecimento do compromisso que ele tem com o Estado. Temos alguns projetos na área de segurança, a gente começa a implementar a segunda parte da Base Arpão. A primeira foi lá no Médio Solimões e agora a gente deve colocar uma no Rio Negro”, disse Wilson Lima.

O prefeito David Almeida, que também acompanhou Bolsonaro, ressaltou o trabalho conjunto da prefeitura de Manaus com o governo federal, principalmente durante o auge da pandemia da Covid-19, no início da gestão, e  destacou os futuros investimentos para Manaus.

 “A igreja tem um papel importantíssimo na vida da população, é parceira da prefeitura de Manaus, justamente por termos uma das cidades mais evangelizadas do Brasil. Somos gratos às igrejas católica, evangélica, protestante, e a todos os que estão presentes, padres e pastores”, disse o prefeito.

ICMS

Na visita a Manaus, Bolsonaro voltou a defender que os Estados devem estabelecer um valor único do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) incidente nos combustíveis. A gasolina sofreu o 14º aumento.

O presidente atribuiu aos governadores os aumentos constantes nos preços dos combustíveis cobrados ao consumidor, dobrando a arrecadação dos Estados, segundo ele.

“Se você vê o que o governo federal arrecadou por litro de combustível desde 2019 até agora é exatamente o mesmo valor. Agora, no tocante aos governadores, não. Dada a bitributação do ICMS, o volume arrecadado por eles quase dobrou, então tem algo errado”, disse.

Bolsonaro também afirmou que os valores dos impostos federais estão congelados desde 2019 e o que está em jogo são os impostos estaduais. Ele tem sido pressionado pela base de caminhoneiros que apoia a sua gestão, mas tem sofrido com os reajustes da gasolina.

“Os impostos federais, PIS, Cofins  e Cide são exatamente os mesmos valores em centavos desde janeiro de 2019, eu congelei isso, o que acontece com os governadores de maneira unânime? Eles têm um percentual e alguns governadores ainda falam que o valor é o mesmo desde 2019, e o valor não é o mesmo”, disse.

Em fevereiro, o presidente publicou decreto obrigando postos de combustíveis a informar a composição do valor cobrado na bomba em placas nos locais.  Ele diz que é difícil fazer cumprir a medida no País, mas que a forma de garantir transparência é cumprir a medida proposta por ele.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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