O presidente do PT, José Eduardo Dutra, minimizou ontem a ‘rebelião’ dos peemedebistas. A legenda vem endurecendo o tom para cobrar cinco ministérios no governo Dilma Rousseff, excluídos Saúde e Defesa. Essas pastas já devem continuar nas mãos do PMDB, mas dentro da cota pessoal de Dilma, segundo a sigla.
Dutra afirmou que considera “natural” a reivindicação de partidos aliados, mas disse ter confiança na unidade em torno da gestão Dilma.
“Eu tenho plena confiança que todos os partidos que fazem parte dessa coligação estão empenhados em garantir o sucesso do governo.
Vão estar representados de acordo com o peso de cada um. Até a posse, vai se confirmar o ministério em que todos os partidos vão estar representando e atuando para sucesso do governo Dilma”, afirmou.
Dutra disse que cabe ao PMDB definir seus interlocutores junto ao governo de transição, sem a interferência petista.
A bancada peemedebista na Câmara se articula para indicar o líder Henrique Eduardo Alves (RN) como negociador no lugar de Michel Temer (SP), presidente da sigla e vice-presidente eleito.
“O presidente Temer é vice-presidente da República, mas também é presidente do PMDB. Se o PMDB define que haverá mais de um interlocutor, não é problema. Isso vale para todos os partidos, não é uma rebelião”.
O partido de Temer não aceitou o formato da proposta feita pela equipe de Dilma, que daria quatro pastas às bancadas da Câmara e do Senado, mas incluiria nelas o nome indicado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), para o ministério da Saúde (Sérgio Côrtes). As negociações não devem se encerrar nesta semana.
Depois do PMDB, a eleita precisa ainda acertar o quinhão de outros partidos aliados no futuro governo.
Dutra se reuniu ontem com a bancada do PT no Senado, eleita e antiga, para articular os trabalhos dos petistas na Casa em 2011. O presidente do PT minimizou as articulações para indicar o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) para uma pasta no governo Dilma, o que abre caminho para ele assumir uma vaga no Senado– por ser o primeiro suplente de Valadares.
“Quando eu fui candidato a presidente do PT nos diversos debates que participei, eu fui cobrado de que deveria haver interação do presidente do partido com as bancadas do parlamento.
Na campanha eu assumi esse compromisso. Não tem nenhuma vinculação com questões futuras”, afirmou.
Dutra minimiza ‘rebelião’ do PMDB
Redação
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