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Dedé Parente, dos pastéis às cachaças

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André Parente, o Dedé, começou sua vida profissional ainda adolescente como office boy no escritório da Bemol, servindo diretamente aos diretores Jaime e Samuel Benchimol. Quando ficou adulto, foi trabalhar como auxiliar de escritório, depois vendedor numa das lojas do grupo. Foram onze anos na mesma empresa até que em 1990, após o Plano Collor, a loja onde Dedé trabalhava fechou e ele saiu da Bemol.

“Naquele momento resolvi não ser mais empregado. Queria ser patrão. Foi quando, junto com minha esposa Sandra Furtado, abri um lanche, o Gizza’s, no Parque Dez, num trailer usado daqueles que se espalharam por Manaus nas décadas de 1980 e 90”, lembrou.

“Como nos demais trailers, vendíamos X-salada e todos os outros sanduíches X alguma coisa. Depois de quatro meses a Sandra teve a idéia de vender pastel. Montamos uma barraca do lado do trailer. Naquela época todo mundo vendia pastel de carne, frango e misto. Colocamos oito sabores na nossa barraca”, contou.

“As vendas começaram, e boas. Na primeira leva fiz 50 pasteis para o dia todo e vendeu tudo em três horas. Eu amassava a massa com uma garrafa e a Sandra fritava. Logo tive que comprar uma máquina porque passamos a vender 800 pastéis num único dia”, disse.

“Comprava caminhão fechado de refrigerantes Tim, Mirinda, Regente, Pepsi e Magistral. Em 1994 comprei o terreno junto ao trailer e a barraca, construí a loja e surgiu a Skina do Pastel, vendendo doces, salgados e pizzas. Em 1996 ficou famosa a carne de sol do Dedé”, falou.

 Como surgiu a cachaçaria

“Eu tinha um amigo dentista, o Paulo Roberto. A clínica dele ficava em frente à loja e ele sempre estava lá comigo. Quando tinha tempo, ajudava até na cozinha. Era mineiro e sempre que ia a Minas, trazia cachaças de presente para mim. Um dia ele pegou câncer e morreu, com apenas 29 anos”, recordou.

“Numa viagem a Minas fui conhecer os fabricantes das cachaças que ele me trazia e resolvi vendê-las na Skina do Pastel. Nem demorou para os clientes gostarem e, em 2000, começarem a chamar a loja de ‘Cachaçaria do Dedé’ tanto que passei a usar os dois nomes no uniforme dos funcionários. Em 2005, depois de contratar uma empresa de consultoria, chegou-se à conclusão que o nome Cachaçaria do Dedé deveria prevalecer”, explicou.

“A Cachaçaria lotava tanto que, em 2006, tive de ampliar o espaço. Chegava a vender 150 caixas de cerveja nas sextas-feiras”, revelou.

Em 2007 Rogério Perdiz entrou como sócio da Cachaçaria e, em 2009, os dois receberam a proposta de abrir uma nova loja no Manauara Shopping, que iria inaugurar naquele ano. A nova loja se tornou mais um grande sucesso da marca.

E como sucesso chama sucesso, Dedé e Rogério continuaram ousando em seus empreendimentos.

“Em 2012 abrimos a primeira loja fora de Manaus, num shopping em Uberlândia/MG. Em 2013 foi a vez do Shopping Ponta Negra”, informou.

Ainda em 2013 Dedé lançou a Cachaça do Dedé, fabricada na cidade de Papagaios/MG nos sabores Prata, Carvalho e Amburana. Em 2015 foi a vez da Jambucana, cachaça com o jambu da Amazônia. Desde então a Jambucana tem se mantido entre as três cachaças mais vendidas do Brasil. Enquanto isso, Dedé deu prosseguimento à abertura de lojas em shoppings: 2015, Belém; 2016, Fortaleza; 2017, Amazonas Shopping; 2018, Belo Horizonte.

“Ainda este mês vamos lançar a Jambucana no mercado americano. A garrafa tem formato de uma árvore com folhas de jambu nas laterais”, adiantou.

"A Cachaçaria lotava tanto que, em 2006, tive de ampliar o espaço. Chegava a vender 150 caixas de cerveja nas sextas-feiras"

Ponto de vista: Dedé Parente – empresário

Dedé Parente não teme nenhuma crise econômica tanto que após o vendaval pós 2015 na economia do país, ele abriu três lojas e lançou sua segunda cachaça, a Jambucana, até hoje uma das mais vendidas no país. O empresário agora busca o mercado americano da bebida. Para Dedé, a pessoa que desejar ser empreendedora deve, antes de tudo, dominar o próprio negócio e, a partir de quando tiver funcionários, tratá-los com respeito. 

Jornal do Commercio: O país ainda está passando por uma crise econômica?

Dedé Parente: Quando este governo começou, achei que ia soltar o freio de mão, mas veio a reforma de previdência e atrapalhou um pouco. Ainda vivemos uma crise, mesmo assim inaugurei uma loja ano passado. Não adianta ficar parado. Tenho certeza que 2020 será melhor do que 2019 e já estaremos prontos para quando este crescimento vier, não por acaso estamos investindo 10% de nosso faturamento em treinamento de funcionários.

JC: O que diria para alguém que pensa em empreender, seja na gastronomia ou qualquer outro negócio?

DP: Nunca fique refém de ninguém e de nada. Quando comecei não sabia fritar um ovo, hoje sei fazer vários tipos de comida. Se um cozinheiro faltar, eu vou pra cozinha. Nenhum empreendimento é fácil e você precisa ser profissional, mesmo sendo empregado e mais ainda se for dono do seu próprio negócio.

JC: Qual é o segredo do sucesso?

DP: Respeito ao teu funcionário. Tenho funcionário com 22 anos de casa. Se você trata bem um funcionário, ele vai tratar bem o cliente, que sempre voltará à tua casa. Respeito ao cliente. Você conquista 99% dos teus clientes pelo paladar. Comer é um prazer. Ainda que os serviços não sejam lá essas coisas, mas se a comida for boa, o cliente volta.

Guia Rápido

Nome: Cachaçaria do Dedé

Fundação: 04 de outubro de 1990

Segmento: Restaurante, boteco e empório

Sede: Rua do Comércio – Parque Dez de Novembro

Funcionários: 400

Site: www.cachacariadodede.com.br

Telefone: 3236-0025            

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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