Natal e Ano Novo bem próximos, muita alegria, ceias, hora de comer e beber bastante. Errado. As duas datas comemoram acontecimentos importantes e excessos podem fazer você passar mal e não se divertir plenamente, antes, durante e depois da ceia.
Há oito anos o empresário Leonardo Felicori se especializou em vinhos e espumantes. Proprietário dos dois restaurantes Sabor a Mi, o primeiro fundado há 22 anos pelos seus pais, Leonardo resolveu aprender mais sobre essas bebidas. Tanto nos Sabor a Mi, quanto no restaurante Felicori, também da família, são disponibilizadas cartas de vinho.
“Não sou um sommelier, apenas aprendi, e continuo aprendendo, para poder dar melhores informações para meus clientes”, disse.
“Convencionou-se, aqui no Brasil, beber vinhos nos festejos do Natal e espumantes e champanhes no Ano Novo, mas nada impede que se beba as duas, nas duas festas”, ensinou.
“Uns gostam de beber o vinho branco, mas a maioria prefere os tintos, talvez pela cor, que tem a ver com o vermelho do Natal. Quem conhece mesmo vinhos, os escolhe pelas uvas com que são fabricados, pelo país e pela região desse país”, esclareceu.
“Há poucos anos os espumantes se tornaram comuns no Brasil, e com preços bem acessíveis. Algumas pessoas ainda confundem o champanhe com os espumantes. Champanhes são tão somente bebidas fabricadas na região de Champagne, no nordeste da França. Espumantes são esses borbulhantes, cujo Brasil é um dos melhores fabricantes do mundo. Na Espanha essas bebidas são chamadas de cava, e na Itália, de frisantes”, falou.
O melhor é o que você gosta
“Nenhuma dessas bebidas é para você se embebedar, principalmente nas ceias, então o ideal é se tomar uma taça de vinho no almoço e outra no jantar. Dá para beber, sozinho, uma garrafa das duas e apenas ficar mais alegre, mas eu aconselho apenas bebericar e beliscar um tira gosto, durante o dia e depois nas ceias, e consumir bastante água”, afirmou.
“Na hora da chegada do Natal e do Ano Novo, pode-se parar com o vinho e brindar com espumante e champanhe. E depois voltar para o vinho, sem problemas”, disse.
“Não existe o melhor vinho. O melhor vinho é aquele que você gosta, independente do preço. Existem vinhos com preços bastante acessíveis, e com ótima qualidade, inclusive fabricados no Brasil. O Brasil fabrica vinhos excelentes, o problema é o preço, que não consegue competir com o preço da maioria dos importados”, revelou.
“Nas ceias o ideal é beber um vinho branco, se as carnes forem brancas, tipo peru, chester, bacalhau; um tinto leve, se as carnes forem vermelhas: pernil suíno, carneiro, filés e carnes de caça, ou se forem muito condimentadas; na hora da sobremesa, um vinho de sobremesa, doce, para acompanhar o chocolate, o pudim e mesmo a rabanada”, garantiu.
“Ainda sobre os melhores vinhos, não gosto de indicar nem os de minha preferência, mas escolha pelo país. Na Europa, os portugueses, porque harmonizam com qualquer comida, os espanhóis, os italianos e os franceses. Na América do Sul, os argentinos, os chilenos e os brasileiros. Todos são bons, mas cada um com suas características”, lembrou.
Conversa com o sommelier
“Como falei antes, tanto no Natal quanto no Ano Novo pode se beber vinhos, espumantes e champanhes. São bebidas para se comemorar. No Brasil, e em alguns países não europeus, tem-se o costume de se ir além, estourando a rolha. Nos países europeus, fabricantes tradicionais dessas bebidas, eles consideram um desperdício estragar o líquido das garrafas dessa forma, talvez porque saibam o trabalho que dá para se fabricar uma bebida de qualidade. Aquelas garrafas estouradas na Fórmula 1, já observei isso, são usadas marcas menores, não tradicionais”, alertou.
“As dicas que dou para as ceias são: não exagerar, por mais que a bebida seja boa. Qualquer excesso faz mal, e as ceias são uma comemoração onde todos devem começar e acabar bem; aprenda a escolher bem as bebidas que vai comprar. Atualmente, em Manaus, as lojas especializadas em bebidas disponibilizam sommeliers para atender seus clientes”, lembrou.
“Uma simples conversa com o sommelier sobre o que terá na ceia, e as preferências gastronômicas do cliente, já irá direcioná-lo para, no caso o vinho, cair no seu gosto. Com certeza o sommelier indicará os vinhos mais leves e os espumantes mais doces, sim porque existem os espumantes extremamente secos, os extra brut”, avisou.
“O saber apreciar uma boa bebida é algo que se conquista com o tempo, então se começa com algo bem leve e doce, e vai se experimentando outros até se encontrar aquele, ou aqueles, que realmente você goste. E para finalizar: vinhos não são bebidas de rico. Existem muitos bons vinhos com preços bastante acessíveis, então, todos podem comemorar”, finalizou.
