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Excesso de ambulantes afeta vendas no comércio regular

O presidente da CDL Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, avalia que os governos municipal e estadual deveriam fazer uma pressão para ambulantes não estarem nessas áreas, o que atrapalha as vendas das próprias lojas que pagam todos impostos e acaba credenciado essas pessoas para continuar na informalidade ao invés de estarem treinando e trabalhando para que fiquem formais. “Muitas lojas perdem vendas porque a informalidade sem pagar impostos segue crescendo, e usufrui de todos os benefícios que o estado dá com saúde, educação e com os mesmos direitos. Isso tem que ser ajustado. Sabemos que há um problema social, mas se não for cobrado do governo o problema só amplia”. 

Informalidade é motivada por crise financeira

A demanda desse comércio de rua não é uma tendência apenas do Centro da cidade. A cena se repete em outras localidades da capital. Na ótica do presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Jorge Lima, desde o início da pandemia, cresceu o número de informais,

“O mercado da informalidade, principalmente o de ambulante, está cada vez mais diversificado no Centro da cidade, vai da comercialização de frutas em bancas e até em carros estacionados, café da manhã, se vende de tudo. É uma infinidade de opções que demonstram o desafio dos órgãos competentes em  dar assistência a essas famílias. Ao mesmo tempo, o varejo local busca por pessoas para preencher as vagas de fim de ano. Mas falta mão de obra qualificada para contratação”, disse Jorge Lima. 

Outro fator que tem impulsionado o emprego informal vem em virtude do aporte financeiro que o governo liberou, por meio dos auxílios. “Todos os governos entraram com essa contribuição social e muitas das vezes as pessoas não fazem questão de trabalhar com CLT para não perder esse benefício. O que tem motivado  boa parte a deixar de ir em busca de colocação no mercado. Além disso, a chegada de refugiados na capital contribui muito para o aumento de vendedores ambulantes principalmente no centro da cidade. “Esse comércio é dominado por eles”. 

O auxílio beneficiou 34.4 milhões de famílias. Vale lembrar que a ajuda do governo federal não será ampliada. Quem deve suprir a demanda de 17 milhões de pessoas é o novo formato do antigo programa do Bolsa Família, com um valor de R$ 400 segundo dados do Ministério da Cidadania.

Cadastramento

Segundo a Semacc  (Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal),  existem cadastrados junto à Secretaria, cerca de 8.000 trabalhadores do comércio informal, entre permissionários, que estão instalados nas Galerias Populares Espírito Santo e Remédios, no centro e Shopping Phelippe Daou, na zona leste, bem como os camelôs, que são os trabalhadores que possuem bancas com autorização do poder público para funcionar em vários pontos de Manaus.

A Secretaria informa, ainda, que iniciou este ano um recadastramento desses trabalhadores, ainda em andamento, para identificar quem são esses camelôs, onde estão localizados e traçar um perfil qualitativo e quantitativo da categoria.

“Apesar de, por conta da pandemia, a emissão de novas autorizações estarem suspensas, principalmente para o centro de Manaus, somente a partir da conclusão deste censo é que poderemos afirmar se houve um aumento do quantitativo e sua localização por zona da cidade”, diz o texto. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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