Pesquisar
Close this search box.

Governo quer integração para alavancar economia

Compartilhe:​

O Brasil luta para retomar o seu protagonismo no cenário internacional com a apresentação de propostas a líderes mundiais. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a integração dos países da América Latina e a produção de energia limpa são elementos centrais para atrair investimento externos e promover a industrialização e o crescimento da região.

“Entendemos que a integração regional é um imperativo para o nosso desenvolvimento”, defendeu o ministro em um painel sobre liderança na América Latina durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, com a participação dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Costa Rica, Rodrigo Chaves; e da vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña.

Haddad disse que os dois governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e da presidenta Dilma Rousseff sempre olharam de maneira generosa para a América Latina. Ele destacou que o processo de integração passa por investimento em infraestrutura, realização de acordos comerciais entre os países e fortalecimento do Mercosul, inclusive com a incorporação de novos membros.

O ministro destacou a possibilidade de integração da América Latina por meio de linhas de transmissão e disse que a região tem grande potencial de atrair investimentos de empresas interessadas em integrar suas cadeias produtivas com a geração de energia limpa, seja solar, hídrica, eólica ou do hidrogênio verde.

“Isso pode ser um fator de atração de indústrias que queiram produzir a partir da energia limpa, para que toda a sua cadeia produtiva esteja em compasso com as determinações ambientais que hoje são incontornáveis”, apontou.

Para Haddad, somente com essa integração, os países do continente poderão fazer frente a grandes blocos econômicos representados pela União Europeia, China e pelos Estados Unidos.

“Penso que a integração dos nossos mercados para ganho de escalas consideráveis seja um elemento importante para a atração de investimentos externos compatíveis com as nossas necessidades de oferecer empregos de mais alta qualidade para os nossos trabalhadores. Então, não é só investimento em educação que precisa ser feito, mas a atração de um tipo de investimento que a nossa região tem hoje um déficit importante”, disse.

Nota abre Perfil

Já vimos esse filme

Praticamente, voltamos à mesma situação de antes, talvez possivelmente até mais catastrófica. Paira no ar muita apreensão com a possibilidade de extinção do IPI, como defende o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria. O governo Bolsonaro reduziu o imposto, cravando a alíquota em 35%, mas manteve a isenção para grande parte das empresas instaladas no Amazonas, excluindo outras das vantagens comparativas, pilares de manutenção de investimentos e de atração de novos negócios. Nada disso veio de graça. Foram muitos embates junto ao Supremo.

E o governo do Estado já estuda recorrer à Justiça caso a reforma tributária leve à extinção do imposto, substituindo-o por outra forma de tributo, o IVA. Alckmin não revelou como ficará a situação da ZFM com as mudanças que virão. Um fato que assusta lideranças empresariais e políticas da região. É hora de arregaçar as mangas e cobrar as promessas de Lula que, como então candidato, garantiu a preservação dos benefícios fiscais caso vencesse as eleições.

Reunião

Afilhado político de Lula, Omar Aziz (PSD-AM) disse que tratará do assunto com o presidente da República no próximo dia 26, em Brasília. O senador está confiante sob o argumento de que a ZFM tem garantias constitucionais. Portanto, nada poderá mudar o que está garantido na lei maior do País, como aconteceu com as sucessivas vitórias do Estado na queda de braço com a equipe econômica liderada pelo então ministro Paulo Guedes no STF. Não dá para tranquilizar quando há tanta pressão no Congresso.

Apreensão

Por ocasião da escolha de Geraldo Alckmin para ministro da Indústria do governo Lula, o empresário Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam, foi reticente quando inquirido sobre o assunto. “Espero que ele seja sensível sobre as peculiaridades do Amazonas, que depende diretamente das atividades do seu polo industrial”, lembrou. Compreensível. Apesar de ter grandes potencialidades regionais, outra matriz econômica não amealhará tão cedo toda a riqueza gerada hoje pela ZFM.

Projeto

Bolsonarista, o deputado federal Capitão Alberto Neto disse que tem um projeto de lei em tramitação no Congresso em defesa dos benefícios fiscais da Zona Franca. Segundo ele, a matéria está centrada em pontos nevrálgicos do modelo, em especial nos polos eletroeletrônicos e de duas rodas. Mas o parlamentar surpreende. No governo anterior, chegou a minimizar os impactos da redução do IPI decretada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). E, agora, direciona suas críticas para Lula.

Tributação

Reacende a polêmica sobre a proposta de Lula para taxar os mais ricos, beneficiando a classe de menor poder aquisitivo. O assunto repercutiu negativamente no mercado financeiro, principalmente entre grandes bancos, os que mais faturam, hoje, no Brasil. Os juros continuam escorchantes, corroborando para manter sob controle a inflação.  Mas são argumentos nem tão convincentes. Nos últimos quatro anos, a população enfrentou um dos maiores arrochos. E o cenário continua ainda muito pessimista.

Passe

O prefeito David Almeida e o governador Wilson Lima reforçam a parceria que culminou com a campanha vitoriosa da reeleição no pleito de 2022. Ontem, os dois convocaram a imprensa para anunciar a renovação do Passe Livre Estudantil, uma bandeira de luta da classe, consolidada recentemente. Principais representantes da nova geração de políticos no Amazonas, Almeida e Lima vislumbram outros horizontes mais adiante. Em 2026, o prefeito deverá se lançar candidato ao governo do Estado.

Gratuidade

Segundo a prefeitura da capital e o governo do Amazonas, a gratuidade no transporte público deverá beneficiar aproximadamente 300 mil estudantes em Manaus, contemplando alunos da rede de ensino municipal e do Estado. Só no ano passado, os benefícios exigiram investimentos de pelo menos R$ 395 milhões, com a concessão de 11 milhões de passagens para a classe, medida que tem grande receptividade junto à população. Tanta parceria só corrobora para aumentar o cacife dos gestores públicos.

Endurecimento

Continuam as manifestações em defesa dos que ainda se insurgem contra o resultado das urnas. E que acabaram depredando as sedes dos três principais símbolos da República – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Alguns até lembraram a célebre frase de Che Guevara – ‘Hay que endurecerse, pero sim perder la ternura jamás’ – como argumentos nos protestos ao governo Lula pelo tratamento aos manifestantes presos. Mas tamanha algazarra exige punição.

Florestas

A defesa das florestas está na pauta de prioridades do novo governo. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, promete ser severa com os que não respeitam as leis ambientais. Ela quer resgatar o protagonismo do Brasil como um protetor incansável da Amazônia, fato que já até resgatou fundos internacionais suspensos durante o governo anterior. Em 2022, a região registrou o maior desmatamento em 15 anos, segundo estatísticas oficiais. Precisamos também pensar no caboclo ribeirinho.

FRASES

“Estou preocupado”.

Wilson Lima (UB), governador, sobre proposta de acabar com o IPI.

“Pode criar uma confusão tremenda”.

Lula (PT), presidente, comentando pedido de CPI para investigar depredação.

Redação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

No data was found
Pesquisar