10 de dezembro de 2024

Frente & Perfil: Petrobras surpreende com rateio de R$ 43,7 bilhões

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A Petrobras rateia o alto faturamento a pouco menos de dois meses do final do ano. Ontem, a empresa comunicou que seu Conselho de Administração aprovou pagamento de dividendos no valor de R$ 3,3489 por ação preferencial ou ordinária. O total pago aos detentores das mais de 13 bilhões de ações da estatal no mercado financeiro será de cerca de R$ 43,7 bilhões.

O pagamento aos acionistas será feito em duas parcelas iguais, uma em 20 de dezembro de 2022, e outra em 19 de janeiro de 2023. Em cada uma dessas datas, será pago R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária. 

O anúncio ocorre no dia em que a empresa vai divulgar seu resultado financeiro do terceiro trimestre, o que está previsto para ocorrer após o fechamento do mercado de ações. Amanhã (4), a diretoria executiva da estatal concederá entrevista coletiva à imprensa sobre o desempenho financeiro da empresa.

No comunicado, a Petrobras afirma que o dividendo proposto “está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”. 

“Além disso, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada”, acrescenta o texto. “A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de

valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.

A nova distribuição de dividendos da Petrobras gerou críticas e deve ser questionada na Justiça pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro).

De acordo com as entidades, o total de dividendos distribuídos no ano chegará a quase R$ 180 bilhões, enquanto os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somam apenas R$ 17 bilhões, conforme relatórios financeiros da empresa.

“A FUP e a Anapetro questionarão judicialmente eventual aprovação de novos dividendos e processarão cada conselheiro por tal medida”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em comunicado conjunto das entidades. 

O anúncio do pagamento também foi criticado pela presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que integra a equipe de transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da República.

A petista afirmou que a política de dividendos retira da estatal a capacidade de investimento e só enriquece acionistas. “A Petrobras tem que servir ao povo brasileiro”, escreveu nas redes sociais. 

PERFIL

Atuando pela pacificação

Bolsonaro decidiu intervir diretamente nos atos que paralisaram estradas em pelo menos 21 Estados. Foi às mídias sociais pedindo para seus apoiadores recuarem do movimento, mas frisou que a luta pela liberdade e contra a corrupção continuará sendo a sua principal bandeira, independentemente de estar ou não no comando do governo central. “Ninguém deve ter cerceado o direito de ir e vir. Por favor, liberem as rodovias. As atividades econômicas e a própria população estão tendo muitos prejuízos”, apelou o presidente.

O TSE cobra a PRF para identificar os responsáveis pelo bloqueio das rodovias, determinando multa de R$ 100 mil por hora para lideranças que tocaram as manifestações. O tribunal acusa a corporação de ser condescendente com os caminhoneiros.  O presidente apaga o incêndio, pedindo a pacificação do País num momento em que a tensão atinge o ápice pelos protestos questionando o desfecho das eleições no segundo turno. As vias começam a ser liberadas. Um cenário que já se previa muito antes da realização do pleito deste ano. Nada de um Brasil pacífico, como historicamente se ventila.

Consenso

Parlamentares de todos os Estados pregam a pacificação do Brasil após as eleições. Lideranças dos dois lados que se enfrentaram nas eleições dizem que o momento é de lutar pelo País, deixando a ideologia e as cores partidárias de lado, corroborando para um consenso comum que restabeleça a ordem, a tranquilidade da população e o funcionamento regular dos órgãos instituídos. De nada vai adiantar contestar o resultado das urnas se a própria comunidade internacional reconhece a lisura.

Aglomeração

Ontem, o CMA publicou uma nota comunicando que não prestou nenhuma ajuda aos manifestantes que se aglomeraram em frente ao quartel da instituição, na Ponta Negra, pedindo uma intervenção militar contra o resultado das eleições presidenciais. O movimento também foi realizado em outras capitais do País, na quarta-feira. Só em Manaus, pelo menos 5 mil pessoas participaram dos atos. O comando soltou o comunicado após denúncias de que teria contribuído com apoiadores do presidente.

Transição

A equipe de transição do novo governo já caiu em campo. Foi a Brasília, reuniu-se com ministros para conhecer as nuances do Planalto. Na linha de frente dos trabalhos, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin tem boa receptividade. Foi, inclusive, convidado pelo atual vice, Hamilton Mourão. Agora, está em pauta a discussão de potenciais diretrizes que possam fortalecer a economia brasileira, que ainda se recupera dos impactos negativos da pandemia. Tudo ainda é motivo de preocupação.

Rachadinha

O ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do STF, votou ontem pela condenação do deputado federal Silas Câmara (Republicanos). A pena é de cinco anos e três meses de prisão no regime semiaberto. O parlamentar amazonense é acusado da prática de rachadinha. Barroso, que é o relator da ação penal no Supremo, também determinou o ressarcimento de R$ 248 mil que teriam sido desviados do salário dos servidores do gabinete de Silas entre os anos de 2000 a 2001. A coisa vai pegar.

Investimentos

No Amazonas, o governador Wilson Lima (UB) disse, ontem, que suas prioridades serão mais investimentos no setor primário, fomentando ainda a bioeconomia, uma atividade com grandes potencialidades, agregando os insumos regionais, capazes de gerar mais empregos e renda à população. Em seu segundo mandato, Lima disse que também dedicará uma maior atenção para os municípios do interior. O objetivo é criar condições para uma agricultura competitiva, deixando de lado a de subsistência.

Investimentos 2

Mais parceria com o município é outra grande meta. A aliança de Wilson Lima com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), colhe os louros da campanha. E a reeleição é também fruto desse estreitamento nas relações entre os dois gestores, algo que vem acontecendo desde o ano passado. E tem outros planos num futuro próximo – abrir o caminho para Almeida sair candidato ao governo em 2026, com indicação para ser o sucessor de Lima. Boa pegada para descartar velhos caciques.

Comércio

O prefeito David Almeida vê a promoção de shows como medida para fomentar o comércio em Manaus. As apresentações geram circulação de muito dinheiro, beneficiando um diversificado comércio local, que vai desde o ambulante que vende cafezinho e churrasquinho até grandes empreendedores do segmento. No próximo ano, a cidade receberá ainda mais novidades nacionais e internacionais, com a participação de atrações mundiais. São ações que fomentam a geração de renda.

Lojas

As entidades do comércio apontam um bom fôlego nas atividades do segmento após a pandemia que impactou muito a categoria. Pelo menos 278 novas lojas foram implantadas em Manaus este ano, segundo dados da CDL-Manaus. Hoje, a capital tem oito shoppings que empregam diretamente 1.800 pessoas. E até dezembro, serão inaugurados mais dois grandes centros de compra a céu aberto, na região da Ponta Negra, zona centro-oeste da cidade. O Amazonas continua atraindo novos negócios.

FRASES

“Parceria só trará benefícios para todo o Amazonas”.

David Almeida (Avante), prefeito, ao destacar aliança com o governador Wilson Lima (UB).

“Bolsonaro reiterou compromissos da transição”.

 Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, sobre trabalhos em Brasília.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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