“Nem tudo são flores, mas as empresas que fabricam veículos de duas rodas na Amazônia orgulham-se de ajudar a proteger sua floresta, a combater o aquecimento climático por meio dos serviços ambientais que as árvores em pé oferecem para o país e para a Humanidade. 2023 está chegando e a floresta já está em nossa pauta”.
Paulo Takeuchi (*) Coluna Follow Up 07.12.2022
Na expectativa do novo ano, suas perspectivas de crescimento e novas trilhasde expansão, é necessário resgatar algumas movimentações de 2022, marcado por muita luta para assegurar a segurança jurídica do Polo Industrial de Manaus, onde atuam as empresas no Polo de Duas Rodas,associadas à ABRACICLO, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. Foi necessário integrar várias forças-tarefa para promover a interlocução colaborativa, a interação esclarecedora e afirmar nossa presença na Amazônia como vetores focados na redução das desigualdades regionais.
Moveu-nos, especialmente, o resguardo de investimentos, a manutenção dos empregos e das oportunidades que a Zona Franca de Manaus representa ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental do país. Entre equívocos e esforços de entendimento, conseguimos crescer e enfrentar a crise de suprimentos vitais para nossa rotina produtiva. Trabalhar em conjunto com os associados, integrar-se às demais entidades e comunicar ao contribuinte o que fazemos com 7,8% dos gastos fiscais do bolo de incentivos para gerar um cardápio generoso de benefícios e de ações socioambientais, com novas alternativas de negócios parda a região, decididamente, é o lado prazeroso do cotidiano.
Caberia destacar, entre os esforços daentidade para encontrar saídas para os desafios mais preocupantes de nossos associados, – sequelas do conflito na Ucrânia, a crise da globalização, tarifas nas alturas do frete internacional e dificuldades de abastecimento – a realização, no mês de agosto, do 1º Encontro Empresarial Abraciclo da Indústria de Bicicletas, no Polo Industrial de Manaus. Fez-se necessário não apenasaproximar as empresas, fornecedores locais, regionais e potenciais, mas também incentivar a nacionalização de produtos, estimulando a produção local e, algo muito importante, a criação de novos empregos.
Estamos, apesar de tudo, prontos para 2023. Sabemos, a propósito, que o Brasil escala o Polo Industrial de Manaus como bode expiatório preferencial para suas crises fiscais. Mas isso não deve nos intimidar. Além da Carta Magna ao nosso lado, temos um portfólio de serviços para mostrar,nestes 56 anos de interlocução equivocada com a gestão federal, com avanços na redução das diferenças abissais entre o Norte e o Sul do Brasil e na proteção florestal, o financiamento integral da Universidade do Estado do Amazonas, entre tantos itens deste portfólio reconhecido internacionalmente que devemos divulgar com mais afinco.
Vemos com bons olhos essa preocupação da opinião pública mundial com a Amazônia, a retomada do Fundo Amazônia, a recomposição da liderança ambiental mundial do Brasil e o desejo expresso na COP-27 para recompensar, tanto os países que são vítimas da mudança climática provocada pelas emissões dos países desenvolvidos, bem como aqueles que, como o nosso país, conserva suas florestas, premissas da redução dos danos climáticos.
Por fim, observamos uma movimentação muito alvissareira por parte das instituições locais de pesquisa e desenvolvimento, em comunhão com os órgãos públicos e entidades da indústria, para demonstrar cientificamente que as empresas do Polo Industrial de Manaus – ao gerar 500 mil empregos entre diretos e indiretos – evitamque essas famílias busquem no desmatamento sua sobrevivência. Essa equação descritiva da contabilidade ambiental permite afirmar níveis satisfatórios de neutralização do carbono emitido pelas empresas.
Em outras palavras, poderemos em breve declarar, aos quatro cantos do planeta, que a indústria da ZFM assegura a descarbonização de suas atividades. Nem tudo são flores, mas as empresas que fabricam veículos de duas rodas na Amazônia, orgulham-se de ajudar a proteger sua floresta, a combater o aquecimento climático por meio dos serviços ambientais que as árvores em pé oferecem para o país e para a Humanidade. 2023 está chegando e a floresta já está em nossa pauta.
(*) Paulo Takeuchi é engenheiro e diretor-executivo da ABRACICLO.
Esta Coluna Follow Up é publicada às quartas, quintas e sextas feiras no Jornal do Comércio do Amazonas, sob a responsabilidade do CIEAM e coordenação editorial de Alfredo Lopes, editor do portal BrasilAmazoniaAgora.