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Vozes da Educação de Manaus – Professor Arinos Marcião Esquerdo

Este é o último artigo, desse ano, do projeto Vozes da Educação de Manaus. O ano que vem, 2023, se Deus quiser e Ele há de querer, pretendemos publicar mais cinco artigos contando as histórias de vida desses guerreiros da educação, que merecem todo o nosso apoio e reconhecimento dos órgãos públicos e privados pelo belíssimo trabalho que desempenham. Como seria uma sociedade sem professor? Você já imaginou? Certamente seria um caos, um desastre total, sem valores e princípios! 

Se observamos bem, a definição de professor significa “aquele que professa uma crença, uma religião”, ou ainda: “aquele que ensina, ministra aulas (em escola, colégio, universidade, curso ou particularmente); mestre”, uma profissão extraordinária, que não se explica apenas pela lei da Economia, mas pela lei do Amor. E é isso que lemos nessa entrevista do professor Arinos Marcião Esquerdo, conhecido por seus colegas de trabalho escolar como “Arinos Suassuna”, por seu grande amor à literatura, à poesia, à educação…

“Eu sou o professor Arinos Marcião Esquerdo. Nasci em uma localidade ribeirinha, às margens do Rio Amazonas, de nome Pracuubal, município de Prainha, estado do Pará. Mas passei minha infância e adolescência na cidade de Monte Alegre, também no Pará. Lá comecei meus primeiros estudos. Durante o início da adolescência tive que morar dois anos em Óbidos – PA. Sou de uma família de 13 irmãos e, naquela época, fiquei sob tutela de minha irmã mais velha. Lá terminei meu estudo primário. 

No início dos anos 80 voltei a Monte Alegre, agora com os meus pais para dar continuidade aos meus estudos. Meu pai, Vicente da Silva Esquerdo, era um simples pescador ribeirinho, mas com muita dificuldade criou os seus filhos com garbo e determinação. Á medida que meus irmãos iam ficando adultos, aventuravam–se à procura de melhores condições de vida. Foi quando em 1983 cheguei a Manaus, onde a maioria de minha família já se encontrava, inclusive meus pais. Dessa época até hoje, Manaus passou a ser minha morada e onde concluí o ensino fundamental, médio e superior.

Antes de iniciar a profissão de professor, trabalhei em uma fábrica de bicicletas no Distrito Industrial de Manaus. Iniciei como professor na comunidade Lago do Limão, Iranduba, Amazonas, em 1992. Contratado pela prefeitura de Iranduba. Em seguida fui contratado pela Seduc Amazonas para dar aula em uma escola estadual no Cacau Pereira, Iranduba. Lá fiquei até o ano de 1995. Nessa época o governo custava de 4 a 5 meses para pagar o professor, fato que gerou o despejo da casa que alugava.

Mas a partir de 1996, aprovado em dois concursos – Semed Manaus e Seduc Amazonas – que as coisas começaram a se estabilizar. No entanto, percebi que só com muita luta e embate político, evitamos muitos dos retrocessos educacionais impostos pelo Estado. Ora a educação dá um passo a frente, ora dá um passo atrás. Nesse sentido, ainda segue um caminho indefinido e isso causa certa desesperança no agir do professor. Mas, por outro lado, sou encantado por essa profissão e não pretendo fugir dela, porque acredito que o papel de um professor é essencial na sociedade atual.

Por isso acompanho as mudanças educacionais, capacitando-me, aperfeiçoando-me e estudando novas formas de melhorar meu desempenho como profissional. Essa vontade de adquirir conhecimento e aprimoramento técnico, acentuou-se logo após o término de minha graduação em Letras, ao entrar para o curso de mestrado em Linguística Aplicada que por entraves burocráticos e econômicos ainda não concluí. Esse sonho continua.

Gosto muito da Amazônia, é meu reduto e meu lugar. Apaixonado pelas águas dos rios e encantado pela floresta. Os autores amazônidas me inspiram, desde Inglês de Souza (O Missionário) a Paulo Jacó (Chuva Branca). Praticamente quase todos os autores do Amazonas já li. Muito apegado à poesia, pretendo fazer um livro sobre ela. O importante é não desistir de estudar, de conhecer novas temáticas e ciência que coloquem a vida do homem como sujeito principal. 

Muito me ajudam os conhecimentos que tive, na área linguística, Ferdinand de Saussure e na pedagogia Paulo Freire. Atualmente estou lendo Panóptico Verde livro de Luiz Fernando de Souza Santos. Tenho um sonho de andar mais pelos rincões da Amazônia, conhecer mais nossa floresta e escrever um livro falando dela. Aos colegas de profissão, continuem fazendo o seu melhor, mas sempre atentos para que o seu melhor não lhe seja roubado”.

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