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Tudo passa!

Carlos Silva

Nada pior do que querer estar afastado das notícias, verdadeiras ou não, que circulam por aí, quando se tem muito amigos nas redes sociais e nos bares da vida. Sim, eu escrevi redes sociais pois me rendi a esta tecnologia, ideal, também, para propagação de fofocas e de ideias absurdas. Eu, raríssimamente, posto algo que seja ligado aos acontecimentos hodiernos, que, na verdade, não me importa, nenhum pouco. Afinal, todos envolvidos no escândalo A ou no processo B ou na campanha C ou na guerra D, não pagam as minhas contas. Portanto, não me importo mesmo. Por isso, não opino, não critico e não apoio ninguém, de qualquer lado de qualquer conflito, seja em guerra, em jogo de futebol ou em política partidária. Tenho milhões de coisas mais importantes a fazer pela minha vida do que ficar me martirizando ou criando inimigos pela causa dos outros. Eles que se virem, como eu me viro pelo meu dia a dia. Me preocupo? Sim, é claro: quando não tem a minha cerveja preferida no mercado do bairro, ou quando a neta tira nota baixa ou quando o motor do carro dá problema, ou quando a minha saúde me dá sustos ou quando a menopausa da patroa está “atacada”, enfim, tenho muito com que me ocupar para perder meu tempo com assuntos dos outros. Vai prender, vai matar, vai ganhar, vai perder, vai entrar, vai sair? Problema deles! Eu não me enfio nisso, mas, também, não permito que interfiram comigo. E quando escrevo “não permito” é para valer mesmo. Afinal, se eu não defender, com unhas e dentes, meu espaço, não mereço tê-lo. Dia desses, alguns amigos da velha guarda do bairro estavam saboreando um churrasquinho de gato na calçada da nossa mercearia favorita e, de repente, começou uma discussão contra e a favor dos fatos que estão ocorrendo em algum lugar da nossa galáxia. Do nada, me viram, e lascaram a pergunta para eu escolher um dos lados. Bem, terminei de engolir um naco de churrasco, bebi dois goles de cerveja, estupidamente gelada, e falei: amigos, a História é cíclica, e nada é eterno, e tudo passa, sempre! Fez-se um silêncio sepulcral, por uns míseros milionésimos de segundo, e, então, frisaram meu comportamento murista, e caíram na gargalhada. Pelo menos acabou a briga, e a vida seguiu. Com cervejas! Geladas !

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