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Remédios?

Carlos Silva

Não adianta rasgar calendários, quebrar os relógios, pintar o cabelo, gastar fortunas com cremes, dietas, exercícios, seguir as regras de Peter Pan e tudo mais para se manter eternamente jovem. Envelhecemos e ponto final! É doloroso, é triste, é chato, é bom, é dignificante, constrói memória, ensina, exemplifica etc. Tudo bem. Como tudo na vida, tem vantagens e desvantagens. No meu caso, ainda não identifiquei o que é a velhice, o que é ser idoso. Ou melhor, como disse Clint Eastwood, “não deixo o velho entrar”. Pelo menos, eu tento, e às vezes ele entra, às vezes não consegue, e assim segue o baile. No entanto, há certas ocasiões em que, querendo ou não, percebi que não era mais jovem. Uma delas é em relação às corridinhas diárias, onde, há uns 30 anos eu fazia, me divertindo, de 6 a 8 km, todos os dias. De repente, um dia, me doeu o pé esquerdo e depois de horas e horas com médicos aqui e ali, descobri que estava com fascite plantar. Só conheci o nome depois de ser examinado. E tome remédios. Bem antes desse fato, eu havia sofrido acidentes de carros, operado hemorroidas, úlcera péptica estourada, e outras intercorrências mais. Ocorre que eu era jovem e depois de “consertado”, a onda seguia. Mas, hoje, e logo depois da tal fascite, tive, em determinada ocasião, uma dor de cabeça astronômica e permanente e duradoura e eterna. O médico diagnosticou uns 5 AVC ( Acidente Vascular Cerebral). Percebe-se que ainda não morri, mas, desde então, tomo, diariamente e até o fim da vida, remédios para afinar o sangue, de dia e de noite. Tudo bem, por enquanto. Tempos depois, em um exame admissional para um novo empego, minha pressão marcou 19 x 11 ! Mas, até a última vez que eu havia medido, era 12 x 8. Claro que o hiato entre as medições era de 5 anos. Agora, tomo mais remédios, eternamente, para a pressão reduzir. Bem, prosseguindo no caminho, ou melhor, na marcha inexorável do tempo, o urologista, o qual visito há uns 27 anos, identificou, após o PSA, ultrassonografia e o maldito “toque”, que minha próstata estava do tamanho de uma bola de basquete! E tome remédios para tal. No entanto, a próstata crescida, interfere no “desempenho dele” e a patroa reclama. E tome mais remédios ! Em suma, hoje engulo, diariamente, 8 comprimidos ! Haja paciência ! E o pior me aconteceu por esses dias: a minha neta de 14 anos me perguntou para que servia Combordat e Tadalafila. Gelei, e fiquei mais enrolado que barbante em budegas. Dei uma resposta evasiva qualquer e ela se deu por satisfeita. Bem, estou, realmente, velho e idoso. Uma vantagem é que vou para as filas de prioridade.  A outra, é que velho tem “licença poética” para fazer besteiras por aí. E, por último, nenhum dos remédios me impedem de tomar cerveja. E é o que vou fazer agora ! Geladas ! E a vida segue !

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