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Agosto é o sétimo mês com alta no emprego com carteira no Amazonas

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O Amazonas registrou, em agosto, seu sétimo mês seguido com aumento no saldo de empregos com carteira assinada em todas as comparações de períodos. A alta foi puxada pelos setores de serviços, construção civil e indústria. A conclusão vem da análise dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta quarta (25).

Em relação a julho, o saldo avançou 0,42%, impulsionado pela criação de 1.905 empregos celetistas, já que as admissões (12.171) superaram os desligamentos (10.266). No ano, 101.980 trabalhadores ingressaram no mercado de trabalho do Amazonas e 91.313 deram baixa na carteira, gerando alta de 2,39% em relação ao estoque anterior. Em 12 meses, a diferença entre contratações (148.465) e demissões (135.772) gerou alta 2,86%. 

Assim como nos levantamentos recentes, os melhores desempenhos vieram dos setores mais fortes e dinâmicos: indústria de transformação, construção civil e serviços, que pontuaram bem em todos os cenários. Houve melhora nas atividades extrativa mineral, de agropecuária e de administração pública, apesar de seus índices acumulados seguirem negativos. 

Na passagem de julho para agosto, o maior saldo de vagas veio dos serviços (891), que avançou 0,42%. A maior variação partiu da construção civil (+1,56%), que foi a segunda atividade em número de postos de trabalho gerados (330). O setor foi seguido pela indústria de transformação (296), que aumentou seu estoque de empregos em 0,30%.

Estabilidade e recuperação

Dos 12 segmentos industriais listados pelo Caged, apenas metade cresceu em todas as comparações: mecânico; material de transporte; madeira e mobiliário; químico; têxtil; e bebidas não alcoólicas. A indústria de material de transporte teve os melhores saldos em relação a julho (187) e no acumulado do ano (1.292), mas ficou atrás do segmento mecânico (1.027) na medida do aglutinado dos 12 meses. A indústria mecânica, por sinal, obteve a maior variação mensal (+1,19%) e em 12 meses (+7,45%), mas perdeu o posto para a divisão de vestuário e tecidos (+8,98%) no acumulado de 2019.

“Infelizmente, não estamos conseguindo gerar empregos no nível desejado, porque a capacidade ociosa do setor ainda é grande. O panorama é de lenta recuperação e alguma estabilidade. Mas, esperamos encerrar o ano em situação melhor do que 2018 e aguardamos resultados melhores a partir de 2020”, comentou o vice presidente da Fieam e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo.

Longe do boom

A construção civil foi o setor econômico do Amazonas que registrou a maior variação positiva em todas as comparações de períodos, conforme base de dados do Caged: 1,56% entre julho e agosto (+330 vagas), 12,77% de janeiro a agosto (+2.447), e 9,29% em 12 meses (+1.838).

No entendimento do diretor de Relações de Trabalho do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), José Carlos Paiva, é possível perceber uma melhora sensível para o setor, no retrospecto dos últimos cinco anos e isso se reflete na melhora do varejo da construção, mas o setor ainda está longe do patamar pré-crise e trabalha atualmente com 55% do contingente de 2011, período de boom para a construção civil. 

“Ainda predominam os empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. Boa parte das obras públicas do Estado está no interior e as da prefeitura absorvem pouca mão de obra. Quando a crise veio, entramos nela depois do Sudeste. Espero que a recuperação não venha muito depois também. Vamos torcer para que problemas políticos não atrapalhem o andamento do setor”, ponderou.

Terceirização e retomada

Campeão na geração de postos de trabalho entre julho e agosto, o setor de serviços cresceu 2,24% no acumulado (4.700 vagas) e 2,89% em 12 meses (6.037). Em agosto, o maior saldo veio do segmento de administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico (651) e a maior variação foi registrada em serviços médicos, odontológicos e veterinários (+1,75%). 

O presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, atribui a alta consistente dos empregos celetistas no setor de serviços à redução dos custos proporcionada pelo aumento da terceirização, “que ajudou a dinamizar o setor”. 

Como ocorrido em meses recentes, o comércio avançou nas comparações mensal (+0,31%) e em 12 meses (+2,62%), com a criação de 301 e 2.475 postos de trabalho, respectivamente. Mas seguiu devendo no saldo do acumulado, que sofreu corte de 317 vagas e caiu 0,33% em relação ao estoque anterior. Mais uma vez, o impacto negativo ficou exclusivamente no varejo.

“No caso do comércio, o primeiro semestre foi cruel, com queda de confiança e inadimplência em alta, mas a situação vem melhorando no atual trimestre. O setor está contratando mais e aumentando estoques para as festas de fim de ano. E acredito que teremos uma situação bem melhor em 2020”, finalizou Aderson Frota.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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