O Banco do Brasil parece ter adotado, em 2014, uma estratégia muito parecida com aquela escolhida pelos seus principais concorrentes desde o começo de 2013, mas sem ainda colher os mesmo resultados. Com a aposta em operações de crédito com riscos menores, o BB registrou lucro líquido de R$ 2,7 bilhões entre janeiro e março, um avanço de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, e queda de 10% em três meses.
Como efeito de comparação, os lucros de Bradesco e Itaú Unibanco, no primeiro trimestre, cresceram 18% e 27%, respectivamente, entre o primeiro trimestre de 2013 e o mesmo período de 2014. O Retorno sobre Patrimônio Líquido do BB nesse início de ano foi de 15,5%, enquanto no Itaú esse índice chegou a 22,6%, e no Bradesco a 20,5%. Esse indicador revela o retorno financeiro relativo que os bancos oferecem aos seus acionistas.
Para o vice-presidente financeiro do Banco do Brasil, Ivan Monteiro, esses indicadores não devem ser motivo de preocupação, já que o banco resolveu apostar mais na segurança e nas relações de longo prazo com os clientes. “Tivemos um aumento importante no crédito imobiliário, e também no agronegócio, que possuem menores níveis de risco”, explica.
O crédito imobiliário, quando se contabiliza pessoas físicas e jurídicas, cresceu 88% em 12 meses, com uma carteira de R$ 27 bilhões. Nas operações com pessoas físicas, o avanço nesse período foi de 79%. No caso das empresas, o incremento foi de 122,6%. “Temos que pensar que esse tipo de operação, assim como a de agronegócios, abre oportunidades para que o banco ofereça outros produtos e serviços para esses clientes. E com o tempo, vamos melhorar nossos resultados”.
A carteira de crédito de agronegócios do banco saiu de um estoque de R$ 110,5 bilhões, ao final de março do ano passado, para R$ 150 bilhões ao final do primeiro trimestre deste ano, um avanço de 35,7% em 12 meses. “O crédito para esse segmento gera muitos negócios adicionais. Quando o produtor vai financiar um trator, por exemplo, é possível que ele contrate também um seguro. Temos que ter uma visão mais ampla dos negócios”.
De modo geral, a carteira de crédito do Banco do Brasil cresceu 18% em 12 meses, e atingiu R$ 699,3 bilhões ao final de março. Somente para pessoas físicas, o incremento foi de 14,6% no período, com um estoque de R$ 137 bilhões. Em comunicado, o BB afirma que mais de 75% dessa carteira está concentrada em operação de menor risco, como consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e imobiliário. No consignado, a instituição ressalta que possui 27,1% de participação de mercado, com um saldo de R$ 62,2 bilhões, contra R$ 60,4 bilhões em 2013.
Na carteira de pessoas jurídicas, a tendência é muito parecida. O crescimento da carteira total, em 12 meses, foi de 16,9%, saindo de R$ 277,6 bilhões ao final do primeiro trimestre de 2013 para R$ 324,5 bilhões em 2014. No entanto, o crescimento por categoria mostra que o banco realmente está focado em diminuir os riscos nas operações. A carteira para médias e grandes empresas cresceu 19,2% em 12 meses, para R$ 224,3 bilhões. Já os empréstimos para micros e pequenas empresas chegou a R$ 100,2 bilhões em estoque, avanço de 12,2%.
Segundo Monteiro, essa composição da carteira de empresas é reflexo de uma opção feita pelo banco. “Estamos com atenções voltadas para o setor de infraestrutura. Há 10 anos, as operações de capital de giro tinham prazo máximo de 6 meses. Nós queremos ter uma relação mais estável com as empresas. E para isso, resolvemos financiar os investimentos, operações com prazos maiores”.
Outro ponto importante nesse processo de diminuir riscos é o desempenho do Banco Votorantim, no qual o Banco do Brasil possui participação de 50% no capital. O BV saiu de um prejuízo de R$ 278 milhões no primeiro trimestre de 2013, para um lucro líquido de R$ 152 milhões esse ano.
Segundo Monteiro, o objetivo agora é buscar resultados melhores. “No primeiro momento, o objetivo era reestruturar o banco, a carteira de crédito, os processos. Agora, nós já discutimos qual a ambição do Votorantim no que diz respeito a rentabilidade. Ainda não chegamos a um número, mas estamos estudando”. A inadimplência nas operações originadas pelo Votorantim caiu de 7,2% em março do ano passado para 6,3% em 2014.
Os executivos do BB também querem fortalecer os negócios internacionais do banco. Segundo Antonio Maurício Maurano, vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank da instituição, o objetivo é que as agências do Banco do Brasil no exterior passem de uma participação atual de 8,2% no resultado para 11%, em dois anos.
“Os ativos estão mais caros nesse momento, mas não vamos deixar de prestar atenção em novas oportunidades de aquisição. Nesse momento, a maior aposta é no crescimento orgânico”.
Banco do Brasil aposta em fidelização
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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