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Cesta básica tem custo menor

O custo da cesta básica de Manaus baixou 2,07% em junho na comparação com o mês anterior. Mas, poderia ter alcançado um resultado mais favorável se não fosse a influência da farinha de mandioca que encareceu 5,28% em junho, 87,76% no semestre, 182,98% na variação anual, chegando a marca de 283,65% de aumento em 54 meses, sendo considerada a grande vilã da cesta básica de acordo com a pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), onde o preço médio da farinha de mandioca subiu para R$ 7,98 o quilo em junho de 2013.
Segundo o Dieese, mesmo com a redução do valor da cesta básica para R$ 316,29 em junho em relação a preço de R$ 322,98 do mês anterior, e do valor de R$ 273,73 registrado em junho de 2012, a capital amazonense ocupa a 3ª colocação no ranking das mais caras dentre as 18 capitais onde é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, de acordo com o decreto-lei 399/1938, ficando atrás apenas das capitais São Paulo com custo de R$ 340,26 e Porto Alegre com R$ 329,16 ficando na 1ª e 2ª colocação respectivamente em junho de 2013.
Composta por 12 produtos a cesta básica de Manaus, registrou redução nos preços de seis produtos, em contra partida os outros seis subiram o que balanceou a variação mensal em -2,07%. O tomate baixou -14,10% seguido pelo óleo de soja em -6,67%, do leite em -1,76%. O aumento ficou para a vilã farinha de mandioca com 5,28% de aumento, seguida pela banana prata com 2,24% e do feijão subindo 2,18%, confirma a lista completa no destaque.

Dieese Amazonas

O supervisor técnico do escritório regional do Dieese no Amazonas, Inaldo Seixas, verificou que pelo segundo mês consecutivo a cesta básica da capital amazonense voltou a cair com destaque para dois produtos, o tomate e o óleo de soja, influenciaram diretamente para a redução no preço final em junho. “Para que essa redução se desse, dois produtos contribuíram no mês de junho, em primeiro lugar mais uma vez está o tomate e agora com a ajuda do óleo de soja. No geral os 12 produtos que compõem a cesta básica de Manaus seis produtos tiveram redução de preços, em contra partida os outros seis produtos tiveram aumento de preços, talvez por esse fato não ocorreu uma redução maior no preço final da cesta básica no mês ”, argumentou Seixas.
Na análise do presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço o comportamento do custo da cesta básica das 18 capitais pesquisadas em especial a capital do Amazonas, é reflexo das safras dos 12 produtos elencados pelo Dieese e que ao longo de quatro anos e meio sofrendo com as fortes cheias que assolaram o país e das secas que insistem em castigar os agricultores e pecuaristas nas áreas de manejo, inclusive sendo intensificada nas questões climáticas tipicamente sazonais, como ocorre na Amazônia e no Nordeste. “Nós registramos nos últimos anos grandes cheias e secas também, que impactaram fortemente na produção rural de várzea, resultando em perdas significativas de produção de safra de mandioca e consequentemente a diminuição de produção de farinha e de seus derivados. E na produção nacional também houve perda de safra na região Nordeste principalmente na Bahia, com a seca deste ano que foi muito forte e abalou não só a produção da farinha como a safra do feijão que já acumula 44% de aumento só neste primeiro semestre do ano”, analisou Muni Lourenço.

Custo na capital

Em Manaus o custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas composta por dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto, foi de R$ 948,87 em junho, sendo que no mês anterior o custo ficou em R$ 968,94 para a mesma família. Equivalente a cerca de 1,40 vezes o salário mínimo bruto de R$ 678,00 vigente no país. Neste caso o salário mínimo necessário para atender à necessidade familiar com alimentação, em junho é R$ 2.860,21, o que corresponde a 4,21 vezes do atual salário mínimo.

Poder de compra

Comparando um trabalhador que ganha um salário mínimo em Manaus, comprometeu em junho, 50,71% de seu rendimento líquido após o desconto de 8%, R$ 623,76, referente à contribuição previdenciária, gastos na compara de alimentos básicos. Em fevereiro o comprometimento foi de 51,78%. Este mesmo trabalhador precisou trabalhar 102 horas e 38 minutos para comprar a cesta básica em junho de 2013, segundo dados do Dieese.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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