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Nokia fica no PIM, mas quer equilíbrio fiscal e melhorias na cadeia logística

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Ao contrário das especulações feitas sobre as operações da Nokia em Manaus, que davam conta de que a indústria estaria transferindo “homeopaticamente” sua produção para o México, a direção da empresa afirmou na última sexta-feira que nenhuma linha produtiva saiu ou sairá do PIM (Pólo Industrial de Manaus). Em contrapartida, a finlandesa quer respostas urgentes do governo para as dificuldades de ordem fiscal e logística.
Mesmo com a taxa de câmbio desfavorável às exportações e o tratamento discriminatório do Estado de São Paulo, o diretor industrial da Nokia, Mauro Corrêa, descartou qualquer possibilidade de transferência de parte da produção para o México. “Não houve nenhuma transferência de linhas produtivas para o México. Deslocamos para esse país três linhas inoperantes que foram criadas para atender um pico de mercado muito alto. Vale lembrar que em 2005 nossas exportações superaram a marca de US$ 1 bilhão, mas não repetiram o mesmo desempenho no ano passado, apesar de termos continuado na posição de maior exportadora do PIM”, explicou o executivo.

Buscar soluções

Durante a reunião com a presença de membros da bancada amazonense no Congresso Nacional, representantes do governo do Amazonas e dirigentes da indústria local, realizada nas instalações da fábrica, o diretor de relações governamentais da Nokia, Rodrigo Navarro, afirmou que a organização precisa de soluções logísticas em curto prazo, que incluam a melhoria do sistema aeroportuário e a agilidade no desembaraço de mercadorias.
“Expusemos a necessidade de melhorias em áreas chaves. Precisamos de soluções urgentes na infra-estrutura logística, para reduzir custos e flexibilizar processos, especialmente os que envolvem o comércio exterior e o escoamento dos produtos”, enfatizou o diretor.
No encontro com a direção da Nokia estiveram presentes os deputados federais Francisco Praciano (PT), Rebecca Garcia (PP), Vanessa Grazziontin (PCdoB) e Marcelo Serafim (PSB), o senador Arthur Virgílio Neto (PSDB), o secretário estadual de Fazenda, Isper Abrahim, o prefeito Serafim Corrêa, e os diretores executivos da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Flávio Dutra e Ronaldo Mota.
Segundo Navarro, além do custo de armazenagem ser alto em Manaus (chega a ser dez vezes maior que o pago pela companhia na China, Índia e México), a liberação dos produtos nos terminais alfandegados é muito lenta, o que prejudica a distribuição das mercadorias. Enquanto o desembaraço demora uma média de seis horas em outras partes do mundo, em Manaus chega a durar até oito dias.
Como se não bastasse a burocracia da Aduana brasileira, o diretor lembrou que os celulares ainda são sobretaxados em 18% no Estado de São Paulo, enquanto o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre os aparelhos fabricados em território paulista é de 7%.
“O nosso segmento é o que enfrenta a pior situação na guerra fiscal travada entre Amazonas e São Paulo. No momento, aguardamos a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto à Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) impetrada pelo governo estadual”, comentou Navarro.
De acordo com Isper Abrahim, o posicionamento do Supremo deve sair entre os dias 10 e 15 de setembro, com boas chances de vitória para o Amazonas. “Os prazos legais têm que ser cumpridos, podendo ser estendidos ou antecipados”, informou o secretário.

Burocracia excessiva

Sobre o excesso de burocracia criado pelos órgãos públicos (Receita Federal, Anvisa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na verificação de mercadorias e insumos, o deputado Praciano frisou que os técnicos precisam agilizar as operações das empresas, e não fazer força contrária.
“A Receita Federal tem que colaborar e não atrapalhar indústrias como a Nokia, que deixou claro que quer ficar em Manaus”, observou o Francisco Praciano.

Mecanismos utilizados pela Receita são da ép

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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