As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos apresentaram queda de 30,36% no mês de setembro, em comparação a igual período de 2015, no Amazonas, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Em setembro deste ano foram emplacadas 2.590 novas unidades no Estado. Enquanto no mesmo período do ano anterior o quantitativo chegou a 3.719 automóveis. De acordo com representantes das concessionárias, o baixo índice de vendas ainda é resultado da crise econômica e da menor confiança do consumidor.
Conforme a Fenabrave, em comparação a agosto deste ano, quando houve 3.096 emplacamentos, o recuo foi de 16,34%.
No acumulado do ano o mercado no Amazonas encolheu 30,31%, de 38,5 mil unidades para 26,8 mil.
Para a Federação, o Amazonas, assim como os demais Estados também sentiu o impacto resultante da instabilidade econômica e da menor produtividade industrial do setor.
De acordo com o gerente comercial da concessionária Mavel Veículos, Vânios Ville, o mercado de vendas de automóveis no Estado apresenta resultados negativos mês a mês. Ele atribui o desaquecimento à menor confiança do consumidor na hora de adquirir um veículo. O gerente avalia que o ‘efeito crise’ ainda afeta o cidadão que ao pensar em investir opta pelas prioridades.
Segundo Ville, até 2014 a média de veículos comercializados era de 34 mil ao ano. Ele afirma que até o mês de agosto, deste ano, 13.731 carros foram emplacados, com queda de 58% em relação aos nove meses de 2014.
A estimativa, conforme o gerente, é que até o final de 2016 a empresa comercialize cerca de 20 mil unidades.
“O mercado no Amazonas vem caindo mês a mês. De janeiro até agosto deste ano só registramos índices negativos. Em comparação a agosto, o mês de setembro apresentou queda de 19,79%. Acreditamos que só haverá crescimento nas vendas a partir do segundo semestre de 2017 quando a economia deverá apresentar melhores resultados”, disse o gerente.
Na tentativa de atrair o cliente e aumentar o volume de vendas, Ville conta que a empresa oferece diversas promoções que incluem bônus somados aos veículos como por exemplo, acessórios. “A fábrica oferta vários bônus. O cliente também pode fazer um bom negócio no ato da troca de um usado por um novo com boas avaliações”, comentou. “Vemos que o cliente busca mais desconto e esta é a hora porque há muita oferta”, completou.
Os emplacamentos dos veículos comercial leve foram os que apresentaram menor queda. Em setembro deste ano foram emplacados 386 veículos, enquanto no mês anterior foram comercializadas 412 unidades. A variação foi de 6,31%. No acumulado do ano até setembro, as 3.354 unidades negociadas representaram recuo de 35,34% em relação ao resultado obtido em igual período de 2015.
Avaliação da Fenabrave
De acordo com o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., além de o mês de setembro ter somado 21 dias úteis, dois a menos que agosto, algumas montadoras sofreram com o desabastecimento de peças para as operações. “A falta de componentes nas fabricantes é muito preocupante porque altera o volume de vendas. De qualquer forma, as quedas nos negócios vêm diminuindo ao longo do ano, o que demonstra que o mercado já está em curva ascendente.”
No acumulado do ano até setembro, o mercado nacional absorveu quase 2,4 milhões de veículos, volume 20,84% menor na comparação com os mesmos nove primeiros meses de 2015.
“Já se sente uma confiança maior do consumidor e a inflação está cedendo, o que é positivo e sinaliza menores taxas de juro no futuro”, considera o presidente da Fenabrave. “Mas ainda faltam medidas concretas do novo governo e a obtenção de crédito ainda está muito difícil. Hoje, de cada dez propostas, sete não são aprovadas”, afirmou Júnior.
