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Senadores tucanos defendem declaração de Serra sobre Bolívia

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), afirmou ontem que o governo brasileiro tem sido “muito tolerante” em relação à Bolívia. Ele se referiu às declarações feitas pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de que o governo boliviano seria “cúmplice” do tráfico de cocaína para o Brasil.
De acordo com o senador, o tráfico de drogas tem aumentado muito no Brasil, o que tem representado “um drama para milhares de famílias”. Ele observou ainda que grande parte da cocaína chega ao país proveniente da Bolívia e sustentou a necessidade de o governo brasileiro ter uma posição “mais dura” em relação ao país vizinho.
“O presidente Lula não tem uma posição mais dura por afinidades ideológicas com o presidente da Bolívia, Evo Morales. E nós precisamos ter uma política externa mais objetiva e menos ideológica”, sustentou Azeredo.
O senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, não crê na possibilidade de as recentes declarações do ex-governador de São Paulo virem a prejudicar as relações com a Bolívia. Na sua opinião, o problema no relacionamento bilateral refere-se exatamente ao tráfico de drogas. “A Bolívia não é um país sério. O que atrapalha as relações é o tráfico”, afirmou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), membro suplente da comissão, lembrou ter feito pronunciamento na tribuna do Senado de crítica ao presidente Lula, por ele ter-se deixado fotografar, em visita à Bolívia em agosto do no ano passado, com um colar feito à base de folhas de coca, ao lado de Morales. “Não me parece ser uma postura didática”, disse Dias em seu pronunciamento. “Ao contrário, parece ser um estímulo às drogas.”
As críticas à suposta cumplicidade do governo boliviano ocorreram duas semanas depois de um longo debate, no parlamento do Mercosul, a respeito de outras declarações de Serra sobre países vizinhos. O motivo da polêmica foi a sugestão do ex-governador paulista de que o Mercosul voltasse a ser apenas uma zona de livre comércio, o que permitiria ao Brasil celebrar, individualmente, acordos comerciais com outros países.
Segundo o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), ex-presidente do parlamento do Mercosul, as palavras de Serra causaram apreensão nos países vizinhos, e presidentes de outros países da América do Sul estariam “muito preocupados” com a possibilidade de mudança da atual política de integração continental adotada pelo Brasil.
Para o deputado, as novas declarações a respeito da Bolívia poderiam contribuir para essa preocupação. “Se Serra ganhar as eleições, vai governar de costas para a América do Sul”, previu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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