Então ficamos acertados! A partir de amanhã iniciaremos o trabalho da maneira combinada em nossa reunião.
No dia seguinte, contudo…
– O que foi decidido ontem?! Por que o plano não é executado conforme todos acordaram? Quem mandou fazer do mesmo jeito de sempre? E a reunião? Não serviu pra nada?!
Muitas empresas se vêem diante do desarranjo operacional que se desenvolve a passos largos e se alastrou de anos para cá.
Os líderes questionam as razões de tanta gente não executar os planos propostos. E mais, chega a causar estranheza o fato de os colaboradores concordarem em um dado momento, e noutro demonstrarem discordância através da falta de ação. Planejamentos deixam de acontecer na prática pela falta de atitude e sobretudo pela manutenção de hábitos anteriores. As idéias brilhantes de uma reunião morrem na praia. As melhorias não saem do papel. A coisa não deslancha e tudo parece apenas patinar. Não se sai do lugar e a frustração ganha espaço, causando a sensação de impotência e até de desistência. Dá vontade de jogar a toalha no chão.
Várias hipóteses são levantadas a fim de elucidar a causa do marasmo que atrasa a implementação de projetos importantes, incluindo ações para lidar estrategicamente com clientes, concorrência e até mesmo o público interno, haja vista vários planos contemplarem direta e indiretamente o corpo de colaboradores da própria empresa. Será que eles não enxergam que estão trabalhando contra si ao adotarem o comportamento de acomodação?
A sugestão que proponho para reflexão diz respeito a alguns aspectos que, embora sejam velhos conhecidos, talvez não se encontrem atualizados adequadamente para se fazerem mais evidentes no cenário atual: liderança, motivação e mudança. Há mais itens, porém os três aqui destacados já podem oferecer melhora se compreendidos à luz da boa vontade e desejo vigoroso de transformação, pois uma coisa é certa: Para que o seguidor mude é preciso que o líder também dê um novo passo.
Sobre a liderança, para cobrar resultado é preciso ter antes explicado e solicitado feedback (até se ter certeza de que houve a devida compreensão). Todavia, leve-se em conta uma boa avaliação acerca do seguidor, se é competente e possui boa capacidade de aprendizagem (desde a sua contratação). Às vezes, ressalte-se, é ruim permanecer com alguém que pouco tem a ver com o negócio. Para reforçar as chances de sucesso, deve-se acompanhar o trabalho (o que se julgar essencial) para corrigir eventuais erros de trajetória, identificar os acertos e estimular o seu aperfeiçoamento até o final. É claro que dá trabalho, mas liderança é proximidade e não distanciamento. Foi-se o tempo em que se dava uma ordem e aguardava-se o seu cumprimento. Mudança de paradigma é crucial. O líder deve conhecer melhor a sua população, pois há gente que se queixa pela falta de tal conhecimento. É desmotivador!
E por tratar da questão, motivar é uma ação de responsabilidade pessoal e intransferível. Porém, é possível estimular uma pessoa quando se conhece um bocado os fatores que a impulsionam à ação. De tal forma que, após um certo tempo de percepção a respeito, é notório enxergar os diferentes motivos existentes em cada colaborador. Tal como a professora Cecília Bergamini da Fundação Getúlio Vargas descreve: “A utilização de variáveis do meio ambiente para incentivar ou amedrontar as pessoas como se todas elas tivessem as mesmas características, recurso este que pareceu tão atraente e simples de ser utilizado, falhou, deixando a administração sem poder de controle.” Pode-se traduzir tal situação, com a devida análise, através do comportamento de rebeldia que se opõe ao controle. No entanto, tal ocorrência se mescla com a atitude conformista.
Na seqüência natural, o próximo passo é a mudança. Mas a esta altura já é possível perceber que diante da complexidade presente tanto na liderança quanto na motivação, as transformações tendem a ocorrer com maior propriedade pela boa qualidade do re