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PIB do Amazonas sobe no ranking naconal

O PIB do Amazonas para 2019 totalizou R$ 108,18 bilhões, indicando um crescimento de 2,3% sobre o ano anterior. A informação foi divulgada nesta sexta (12), pelo IBGE e pela Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), nesta sexta (12). O cálculo preliminar do órgão estadual, em cálculo preliminar indicava valor (R$ 103,07 bilhões) e acréscimo real (+0,99%) mais modestos, no último ano pré-pandemia. O maior avanço veio dos serviços (+3,3%) – que incluem o comércio –, enquanto o maior declínio ficou na agropecuária (-8,4%).

O Amazonas foi uma das 22 unidades federativas do país com desempenho positivo e uma das 13 a crescer acima da média nacional (+1,2%). O desempenho permitiu alargar sua contribuição no PIB nacional (1,5%), superando a participação registrada nos quatro anos anteriores (1,4%), além de possibilitar que a economia amazonense retornasse ao 15º lugar no ranking nacional – depois de amargar três anos seguidos na 16ª colocação. A análise dos números foi feita em conjunto pelo IBGE, Sedecti e Suframa, por meio do programa de trabalho metodologicamente integrado do Sistema de Contas Regionais

A mesma base de dados aponta que o PIB brasileiro teve seu terceiro ano consecutivo de crescimento em volume, depois das variações positivas de 2017 (+1,3%) e de 2018 (+1,8%). Em relação aos componentes do PIB pela ótica da produção nacional, o valor adicionado bruto cresceu 1% e a receita dos impostos, líquidos de subsídios, sobre os produtos subiu 2,7%. Apenas  quatro amargaram quedas, enquanto Minas Gerais pontuou estagnação. O crescimento médio do PIB do Amazonas, entre 2002 e 2019 (+3,4%), também superou a média nacional (+2,3%), embora sua fatia tenha permanecido igual.

Todas as cinco regiões brasileiras registraram variação positiva no volume do PIB, com destaque para o Centro-Oeste (+2,1%), e especialmente Mato Grosso, embora Goiás e Distrito Federal também tenham obtido performance superior à média nacional em 2019. Em contraste, a região Norte obteve a menor taxa, com crescimento de 0,5%, devido ao impacto da redução em volume do Pará (-2,3%), unidade federativa da região com a maior participação na economia brasileira.

O ganho relativo foi influenciado por Pará e Amazonas, em que o primeiro teve aumento nominal do valor adicionado bruto em indústrias extrativas, apesar da redução em volume, devido ao aumento de preços do minério de ferro e à redução de custos na mesma atividade. O segundo teve expansão nas Indústrias de transformação e na arrecadação de impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos. 

Resultados, por atividades

A agropecuária, que responde por 4,6% da economia do Amazonas, sofreu queda de 8,4%, em 2019. Foi puxada pelo grupo “agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita e produção florestal, pesca e aquicultura” (-10,5%). Alguns dos cultivos com redução de produção foram maracujá, banana (-27,4%), mamão (-17,6%) e mandioca (-1,4%) – sendo este o principal produto do setor, no Estado. As produções de cana-de-açúcar (+12,6%) e de abacaxi (+5,4%) foram no sentido contrário, ainda que não suficiente para reverter a retração da atividade como um todo. O destaque negativo do grupo que reúne produção florestal, pesca e aquicultura, veio da extração de açaí (-7,5%).

A Indústria (30,5% do PIB amazonense) registrou crescimento em volume de 1,4% em 2019. O desempenho foi impactado pelas indústrias de transformação (+1,3%), que responde por 26,3% do total da economia do Estado, com destaque para o parque industrial do PIM. Os segmentos que se saíram melhor foram o de máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários) e o de produtos de informática (celulares, computadores e máquinas digitais). 

A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+5,2%) também cresceu, justificada pelo aumento de geração de energia elétrica. Em função dos acréscimos, a indústria amazonense também ganhou participação no valor adicionado bruto do Estado, saindo de 34,3%, em 2018, para 36,4% em 2019.

Apesar do avanço da indústria, os serviços se mantiveram como o grupo de atividades de maior participação na economia amazonense (48,8%) e apresentaram crescimento em volume estimado em 3,3%. A variação foi influenciada principalmente pelo grupo que reúne comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (+6,7%), puxado pelo varejo. Destacaram-se ainda as atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (+8,9%) e a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (+2%), principal segmento dos serviços.

Responsáveis por 16,1% do PIB do Amazonas, os impostos tiveram crescimento de 10,8%, na comparação entre os anos de 2019 e 2018, conforme a Sedecti. Na média dos últimos cincos anos, a rubrica cresceu 6,1%.

Resultados e estratégias

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que a nova divulgação do PIB do Amazonas de dois anos atrás não configura necessariamente uma revisão, porque os dados divulgados conjuntamente pelo órgão federal de pesquisa e pela Sedecti, nesta sexta (12) são dados reais do PIB, enquanto os números anunciados anteriormente, pela secretária estadual, eram “estimativas”.

“Os dados do PIB 2019 foram bastantes positivos para o Amazonas. Tivemos crescimento acima da média nacional, o sétimo melhor desempenho, aumento na participação e subida no ranking. Todos esses acontecimentos mostram que, em 2019, a economia local foi muito bem. A única destoante foi a agricultura, que apresentou queda de performance e não ajudou a melhorar o comportamento da economia amazonense. O interessante é que os resultados indicam para onde é necessário apontar as estratégias”, comentou.

Políticas públicas

Em texto divulgado pela Sedecti, o titular da pasta, Jório Veiga, ressalta que o resultado do PIB 2019 é um reflexo do ambiente de negócios seguro que o Amazonas possui e que está sendo fortalecido com novas políticas públicas implementadas pelo governado estadual. “A divulgação do PIB de 2019 traz dois pontos que são muito importantes para o Amazonas: primeiro é o fato de havermos subido a participação no PIB Nacional, e, também, a subida de nossa posição no ranking. Isso demonstra que o ambiente de negócio é seguro e que vale à pena investir no estado”, comemorou.

No mesmo texto, a secretária executiva de Planejamento da Sedecti, Sônia Janete Gomes, enfatiza que a metodologia utilizada para a construção do PIB do Amazonas é feita pelos técnicos da Seplan, sob a coordenação IBGE. “Além de possibilitar a comparabilidade dos resultados entre os estados, a metodologia permite visualizar o desempenho dos setores das atividades econômicas locais. No caso do Amazonas, evidencia a importância do setor da indústria com destaque para a de transformação que influencia diretamente no setor de serviços, especificamente na atividade de comércio”, encerrou.

Por que o PIB é de 2019? 

A metodologia do PIB faz uso do Sistema de Contas Nacionais do Brasil, implementada a partir de recomendações da ONU. Por conta da consolidação dos dados estatísticos em todos os Estados, o PIB tem uma defasagem de dois anos, tendo seu resultado divulgado referente a 2019, em todo Brasil. O prazo está relacionado à realização de levantamentos da produção de todos os bens e serviços e das pesquisas sobre o comércio, serviços e indústria, entre outras, que após a sua compilação final passam a ser incorporadas ao PIB. Para o cenário mais atual, referente a 2020 e 2021, utilizam-se estimativas de todos os bens e serviços, por meio de dados preliminares, agregando as contas trimestrais.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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