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Marco regulatório do Polo Naval é lançado

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Agora não é mais só especulação, a indústria naval do Amazonas finalmente tem um documento estruturado sobre o PIM Naval –ou Polo Naval–, área que visa atender os estaleiros na cheia e na seca dos rios.
Na última quarta-feira, 22, em reunião a portas fechadas na Seplan/ AM (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), o presidente em exercício do Sindnaval (Sindicato da Indústria da Construção Naval), Matheus Araújo, apresentou o marco regulatório da política do Polo, estudo completo sobre sua possível instalação.
A reunião de pré-pauta teve intuito de alinhavar o projeto junto a órgãos ambientais. Segundo Araújo, o processo já está em 35% da caminhada até a finalização da obra. “Agora é notícia real, já temos coisas que podemos informar com segurança. Esta reunião não aconteceria à toa”, destacou.
Com o apoio da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o projeto só depende de um acordo com Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas), SPU (Secretaria de Patrimônio da União) e Exército. “Vamos precisar de acesso pelo terreno deles. Nosso interesse vislumbra que, em 2011, fechemos toda esta política do Polo”, sublinhou.
O dirigente fala que, em 2012, o PIM Naval deve ser tirado do papel e partir para prática. Segundo o estudo, como ponto de partida, o investimento projetado é de US$ 1 bilhão para fazer toda a estrutura e transição dos estaleiros.
Com o aval pronto, Araújo foi informado que o sindicato pode solicitar recursos junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), assim como o Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus). “É uma viabilidade real”, frisou.
A mudança na indústria naval do Amazonas, que já é a segunda maior em volume de construção no país, possibilitará a existência de estaleiros de grande porte, fabricando navios de alto valor agregado. Tornará viável também um setor de navipeças sedimentado, uma construtora de alumínio sedimentada e um setor de construção de reparos.

Sem
estrutura
Hoje, a região não tem estrutura para receber navios e fazer reparos. Além disso, de acordo com Araújo, o Polo Naval no Rio também não atende mais a demanda até 2013, em virtude da grande quantidade de encomendas. Por isso, os navios que passam pelo país e precisam desta tarefa são obrigados a ir para Argentina ou atravessar o Atlântico. “Por enquanto, nós só temos estrutura para barco pequeno, regional”, salientou.
Devido ao tombamento do Encontro das Águas, não há mais possibilidade de empreendimento da ponta das Lages até o Tarumã, na zona Oeste. Contudo, como a área escolhida para o projeto está fora deste limite, a garantia de que seja disponibilizada para o setor é bem maior.
Com 21 milhões de metros quadrados, o terreno no Puraquequara, na zona Leste, deve atender 80% das indústrias de construção naval do Estado. Mas, a partir do momento em que a demanda torne o Polo Naval pequeno, nada impede que ele se estenda para outros municípios do Amazonas. “Itacoatiara e Parintins, por exemplo, têm lâmina de água suficiente”, ressaltou o presidente do Sindnaval.
Quanto aos investidores que realizaram sondagem para se estabelecer na cidade, o dirigente comenta que há preferência pela capital amazonense, devido os incentivos do governo, mas eles esperam a concretização do Polo para acatar a ideia. “Se tivesse definido, com certeza eles já estariam implantando. É uma pena que estruturalmente a nossa infraestrutura não atenda às expectativas deles. Com a definição dessas reuniões, vamos desenvolver este ponto”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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